domingo, 24 de março de 2013

Reforços na base do Sport Recife

Elias Roma Neto

Foto__Bo

Entre os “oxe” e “visse” do tradicional “dialeto pernambucano”, escutam-se sotaques curiosos nos treinos do time sub-19 feminino de basquete do Sport. É comum sair um E mais incisivo no final de uma palavra, ou um R marcado de cidades do interior do Sudeste, Sul e Centro-Oeste. A mistura de sons é fruto do projeto do Leão de trazer jogadoras de outros Estados para reforçar suas categorias de base, começando um trabalho que visa manter forte o esporte no futuro do clube.

A equipe tem seis jogadoras de fora. As mais altas são Isabela (1,90m) e Gessiane (1,87m), de 17 anos, vindas de Anápolis-GO. Na sequência vêm as gêmeas Tainá e Tainara (1,77m), de 16 anos, oriundas de Toledo-PR. Por último, no grupo das “baixinhas” estão Letícia (1,72 m), 17 anos, de São Luís, e Karla (1,60m), 18 anos, de Natal. Todas as atletas têm potencial de seleção brasileira de base (algumas já participaram).

As jogadoras vivem um intercâmbio com contrato até o final do ano. “Moram num apartamento perto do clube. Existe um sistema de monitoramento de câmeras, para que os pais possam acompanhar pela internet. Têm uma bolsa de estudos. Vão para o colégio pela manhã e para os treinos à noite. Na região Nordeste não temos muitas atletas altas. Então acontece essa troca de experiências”, explica o diretor rubro-negro Valter Ferreira.

O objetivo é que elas disputem os Jogos Escolares, a Super Copa Nordeste e o Brasileiro sub-19. O Leão quer estender o destaque nacional do time adulto – que vai bem na Liga de Basquete Feminino – para os times de base.

“Onde eu jogava, era a mais alta, o destaque. Agora, tem jogadoras do mesmo nível ou maior. Estou aprendendo a me posicionar melhor, a jogar em equipe”, afirma Isabella. Quem também confirma o crescimento é Gessiane, que trabalha para realizar o sonho da vida. “Quero ser profissional e jogar na WNBA (liga norte-americana).”

As gêmeas Tainá e Tainara estão aos poucos se adaptando à realidade pernambucana. “A alimentação está sendo difícil. A comida é bem temperada”, revela Tainara. “O feijão daqui vem com um monte de ‘negócio’ dentro”, se queixa, aos risos, Tainá. O problema não afeta a potiguar Karla, que ajuda as companheiras. “Eu morava ali do lado. A cultura é mais parecida.”

Letícia revela que a convivência no apartamento é boa, mas faz uma ressalva. “Depende muito do humor de cada uma no dia”. Ela foi a única das atletas que se juntou ao grupo adulto do Leão em uma partida da LBF – contra o Maranhão Basquete, na sua terra natal.

E por falar nas jogadoras do time adulto, como Érika e Adrianinha, todas as jovens entrevistadas abriram um sorriso natural quando perguntadas sobre a experiência de poder treinar tão perto delas, ídolos do esporte que amam. Uma resposta que vale muito mais do que as palavras.

Fonte: Cestinha JC

Nenhum comentário: