A armadora Larissa Carneiro, de 1,64, e a pivô Marcella Lamark, de 1,92m, são os extremos de altura da Seleção Brasileira Sub-15. As duas atletas são as mais experientes do grupo comandado por Júlio César Patrício que irá buscar na cidade venezuelana de Cumana o título do 19º Campeonato Sul-Americano Sub-15 e a vaga na Copa América Sub-16, em 2013. As duas também são as únicas que estiveram na conquista do título Sul-Americano de 2011 e que participaram da preparação da Seleção Sub-17 para o Mundial de 2012. Larissa e Marcella, de 15 e 14 anos, respectivamente, falaram de suas experiências, rotinas, gostos e expectativas.
Qual a emoção de ter sido convocada para a seleção brasileira Sub-15?
Larissa: Cada vez que sou convocada é uma emoção diferente. Fico sempre muito contente de ver que o esforço valeu a pena. Marcella: É muito gratificante poder colaborar novamente. Quero continuar evoluindo para sempre merecer e conquistar minha vaga.
Vocês também participaram dos treinos para o Mundial Sub-17 deste ano. Sentiram alguma dificuldade?
Larissa: A responsabilidade é igual independente das categorias, mas como na seleção Sub-17 a preparação era para o Mundial, os treinos eram bem mais puxados. O nível das meninas também era alto. Mas adorei a oportunidade de poder ter participado. Marcella: Um Mundial é sempre bem mais puxado. As seleções que iriam nos enfrentar tinham o nível bem alto. As meninas também estão bem mais preparadas do que a gente. Então achei bastante difícil, mas a experiência foi gratificante.
O que esta achando dos treinamentos da Seleção Sub-15?
Larissa: A preparação está forte, com bastante fundamento e treinos puxados. Confiamos no técnico e fazemos nosso papel. Todas estão bastante dedicadas e o nível está muito bom. Marcella: Falta muito pouco para o início do campeonato e a comissão está fazendo seu máximo. O trabalho está bastante equilibrado. Temos que respeitar a programação e descansar para uma recuperação rápida. Desde o início da preparação melhoramos bastante e todas estão se desenvolvendo cada vez mais.
Como é o clima em um grupo tão jovem?
Larissa: Está um clima bastante agradável. Todas estão se ajudando e apoiando uma as outras. Vejo que a cada dia o grupo fecha e temos mais cara de equipe. Marcella: Está bastante tranquilo. Todas são amigas e não focamos naquela pressão da disputa pelas vagas. Todas estão calmas e comprometidas.
Qual a expectativa para o Sul-Americano e a conquista da vaga na Copa América Sub-16?
Larissa: É uma competição muito importante, pois vale vaga e não podemos perder o foco. Temos que continuar a treinar bastante forte e ir atrás do nosso objetivo que é o título e consequentemente a vaga. Marcella: Nosso grupo está crescendo muito e as chances de nos classificarmos e alcançar o título são enormes. Acredito no nosso potencial.
Vocês são as únicas que disputaram o Sul-Americano Sub-15 em 2011. A responsabilidade se torna maior?
Larissa: É bem maior sim, afinal, este ano vale a classificação. Temos que conquistar a vaga e faremos o que for preciso para isso. Marcella: Dentro da quadra a responsabilidade é grande sim, mas todas precisam se dar cem por cento. Fora das quadras, para nós duas, a responsabilidade é dar o bom exemplo.
Qual o melhor momento do jogo?
Larissa: Toda vez que entro em quadra para disputar um jogo e vejo o ginásio cheio e a torcida vibrando, nossa energia é diferente. Eu adoro essa sensação. Marcella: Entrar em quadra dá um frio na espinha. Mas no final da partida, depois de nos doarmos cem por cento é o melhor momento. O sentimento do dever cumprido é indescritível.
O que significa representar o Brasil?
Larissa: Me sinto representando muitas pessoas. Defendemos não só dentro de quadra, mas mostramos a educação, o respeito e a cultura do povo brasileiro. É mágico. Marcella: É maravilhoso, importante e intenso. É incrível entrar em quadra e escutar o hino do nosso país.
Quais seus pontos fortes e o que precisa melhorar?
Larissa: Acho que o meu ponto forte é a minha tranquilidade, garra e ir atrás do que quero. Falando mais de como sou em quadra, eu tenho um corte rápido e sou veloz no contra-ataque. Mas acredito que preciso evoluir muito, pois ainda somos muito novas. Marcella: Acredito que precise aprimorar muita coisa ainda, principalmente no garrafão para ser uma grande pivô. Mas considero que tenho uma certa facilidade em chutar bolas de meia distância, além dos rebotes.
O que vocês fazem nas horas de folga?
Larissa: Normalmente eu fico batendo papo com as meninas sobre os jogos ou qualquer outra coisa. Gosto também de assistir televisão e conversar na internet com a família. Marcella: Sou bastante preguiçosa, então aproveito o tempo livre para descansar. Não tenho muitos amigos, mas os que tenho são ótimos e mato a saudade pela internet.
Que tipo de música vocês preferem?
Larissa: Adoro música sertaneja. Sou do interior de São Paulo então adoro dançar uma música sertaneja. Aqui na seleção escuto baixinho no meu fone para matar a saudade de casa. Marcella: Tenho um gosto bastante eclético. Os únicos tipos de música que não consigo ouvir são o funk e o forró. Gosto de por meus fones de ouvido e relaxar pensando na vida.
Quais os seus ídolos no esporte?
Larissa: No basquete meus ídolos são Michael Jordan e Magic Paula. Mas como uma boa santista, adoro o Pelé e o Neymar. Acho que os quatro são diferenciados. Tantos os que pararam de jogar quanto o Neymar jogam para o time, e não de uma forma individual. Se entregam de coração. Marcella: Para mim, o Lebron James e o Kobe Bryant. Os dois jogam na mesma posição que eu e me inspiro neles. Também gosto muito do Neymar pela forma que evoluiu no esporte e conquistou seu espaço.
Por que escolheu o basquete?
Larissa: Minha família é toda de esportistas. Meu irmão e meu pai são jogadores de futebol. Eu, meu outro irmão e minha mãe, jogamos basquete. No início queria jogar futebol, mas minha mãe achou que eu deveria jogar basquete. Desde que comecei peguei um gosto muito grande por esse esporte. Marcella: Na verdade eu não escolhi o basquete, ele me escolheu. Tinha um professor de Educação Física que sempre me incentivava e um dia me apresentou a um técnico. Ele teve que ir convencer a minha avó de que seria algo bom. Foi assim que me apaixonei por esse esporte.
Você já praticou outro esporte?
Larissa: Cheguei a fazer natação, mas não tinha nada a ver comigo. Marcella: Já fiz atletismo e cheguei a competir na escola, mas não foi uma modalidade que me interessou.
Vocês pretendem mesmo ser atletas no futuro?
Larissa: Pretendo. Acho que o fato de ser baixinha pode me ajudar ou até prejudicar. Sei que devido a altura sempre tenho que ser muito melhor. Então preciso ter uma boa bola de três pontos e correr muito no contra-ataque. Marcella: Com certeza. Tenho o sonho de crescer no esporte e nas seleções brasileiras. Quero como todos os atletas disputar uma Olimpíada e, quem sabe, jogar na WNBA (liga americana de basquete feminina).
Como é a sua rotina e quais as dificuldades que passa uma adolescente atleta?
Larissa: Meus dias são quase sempre iguais. Vou para a escola, academia e treino. Já me acostumei com isso e minha rotina é bem diferente das minhas amigas. Quando me chamam para sair à noite, normalmente não posso, pois preciso acordar cedo e treinar. Mas vida de atleta é assim, se quiser ter sucesso. Marcella: Estudo e treino. É só isso que faço. Treino duas vezes por dia. Uma com as meninas da minha categoria (Sub-15) e outra com os meninos da Sub-19, para aumentar a força física. Além disso, meu técnico fica comigo treinando arremessos. É puxado, mas eu gosto.
Como conciliam basquete e estudo?
Larissa: Tenho que saber conciliar. Minha mãe me cobra bastante nos estudos, e eu sei também da importância. Procuro sempre estar presente e fazer todos os trabalhos, mas às vezes aperta e dou preferência ao basquete. Marcella: Dá para conciliar bem com a ajuda dos professores. Não sou muito ligada nos estudos, mas presto atenção nas aulas e tiro notas boas. Gosto de Geografia e História e penso em um dia fazer faculdade de Relações institucionais.
3 comentários:
Que alguém olhe e direcione a carreira destas meninas. Não é sempre que aparece meninas de 15 anos e 1,92 de altura querendo jogar basquete. Devem ser orientadas e lapidadas para poder representar a seleção em um futuro próximo.
Acorda Brasil, que um dia a torneira seca, e ai fica pior ainda!!!
Já está secando, essa comissão técnica não olhou direito para as meninas dessa categoria e muitas delas vão para de jogar e com melhores condições técnica, tática de muitas que foram convocadas. E muito triste a falta de conhecimento de alguns técnicos de base e esses estão na seleção. Amém.
Anne, pede prá sair. Você é muito fraquinha.
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