Entrevista – Natália Burian (LBF)

A armadora Natália Burian (foto), que defendeu o Poty/Açúcar Cometa/Unimed/Catanduva B.C. na segunda edição da Liga de Basquete Feminino (LBF) – 2011/2012, está passando por uma situação adversa em sua carreira, já que acabou flagrada pelo exame antidoping durante a competição e recebeu uma punição de 18 meses de suspensão. Apesar disso, a atleta tem encarado esta situação de frente, com muita coragem e disposição.

Saiba quais são os planos de Natália Burian para o futuro, na entrevista exclusiva concedida ao site da Liga de Basquete Feminino (LBF).

Como você recebeu a notícia da sua suspensão de 18 meses?
Eu estava presente no dia do julgamento, é uma sensação estranha; eu sei da minha inocência e sei também que jamais tomaria algo que não fosse permitido pelo regulamento da FIBA (Federação Internacional de Basquetebol), mas infelizmente fui punida.

O que você pretende fazer nos meses em que não poderá atuar?
Vou continuar fazendo o que mais amo nesta vida que é treinar e manter a forma para quando voltar estar bem e preparada para qualquer situação do meu time.

Você pensa em recorrer da sentença?
Isso eu vou deixar na mão do meu advogado. Ele vai ver qual será a melhor situação para mim, sei que estou em boas mãos.

O Poty/Açúcar Cometa/Unimed/Catanduva B.C. está dando apoio neste momento difícil da sua carreira?
O meu time, na verdade, está passando com uma crise financeira. Meus pais e mais algumas pessoas me ajudaram bastante neste momento difícil.

Você tinha uma transferência engatilhada, mas acabou sendo desfeita após o anúncio do resultado do exame antidoping. Existe a possibilidade da tratativa com a equipe voltar ou foi mesmo encerrada?
Tinha sim, mas pela minha situação do doping, o contrato foi cancelado. Respeito à decisão do time que eu iria para disputar a terceira edição da LBF.

Falando de Seleção Brasileira, como acha que será o desempenho nos Jogos Olímpicos de Londres?
Eu acredito nas meninas que estão ali na Seleção, o Tarallo é um excelente técnico, já trabalhei com ele em seleção e em clube, sou suspeita (risos). Mas acredito que o Brasil tem plenas condições de chegar ao pódio.

Quais são os nossos principais adversários na luta por uma medalha?
Todos nós sabemos do favoritismo dos Estados Unidos e da Austrália, a Rússia é muito competitiva e sempre está no pódio ou lutando para sempre estar entre as quatro melhores equipes!

Que análise você faz da segunda edição da Liga de Basquete Feminino (LBF) e o que espera da terceira?
Eu acho que foi uma competição boa, a Liga está de parabéns e espero que melhore cada vez mais, pois o basquete tem que voltar para a vitrine em nosso País.

Quem são os seus ídolos na vida, no esporte, de uma forma geral, e no basquete?
Na vida são meus pais (minha mama e meu papa), mas meu pai é o meu maior ídolo. No esporte, Ronaldo Fenômeno, pois ele é superação e para ele, sim, tiro o chapéu. No basquete, Alessandrona e Helen Luz.

Como é a Natália fora de quadra, o que gosta de fazer no dia-a-dia, especialmente nos momentos de lazer?
A Natália fora de quadra é alegre. Gosto de fazer amizades, de estar com meus pais, pois sou muito família, gosto de sair, às vezes, à noite. Uma coisa que eu gosto mesmo é de ajudar as pessoas que gosto de verdade, isso para mim não tem preço!

Você já teve a oportunidade de atuar no exterior. Quais são as principais diferenças do basquete de fora em comparação ao que é jogado por aqui?
Eu adorei a experiência, lá fora existe mais contato, é um jogo mais calmo. A única diferença, é que lá o campeonato é mais organizado em termos de calendário, a gente chega lá na Europa já sabendo o dia que começa e o dia que termina a competição.

Qual é o maior ensinamento que você está absorvendo deste momento que está vivendo?
Olha, é uma experiência que só vai me fortalecer e me fazer crescer pessoalmente e que me dá mais vontade de dar a volta por cima. Não é fácil o que estou passando, mas sou uma menina guerreira e jamais vou desistir do meu sonho, pois falta muita coisa ainda que não conquistei e que quero conquistar como jogadora de basquete.

Mensagem final:
“Os covardes nunca tentam, os fracassados nunca terminam, os vencedores nunca desistem”. Esta é minha mensagem, jamais vou desistir…

Fonte: LBF