segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Erika Leite relembra Olimpíadas Escolares e projeta futuro na seleção brasileira no GloboEsporte.com

Campeã do torneio estudantil em 2009 e 2010, Erika Leite sonha em voltar à equipe canarinho e dar muitas assistências para a xará, a pivô Érika Souza

Ana Carolina Fontes

erika_leite_300x397 A paulista Erika Leite é uma das promessas do basquete nacional para os Jogos Olímpicos Rio-2016. Desde os 15 anos, ela vem sendo convocada para as seleções brasileiras de base e agora, aos 18, espera por uma convocação no time adulto. Medalhista de ouro nas Olimpíadas Escolares de Londrina e Maringá (2009) e Goiânia (2010), vestindo a camisa do colégio CETEC Barretos (SP), a jovem tem um currículo recheado de títulos. Com a equipe verde-amarela sub-18, ela foi bicampeã sul-americana na Colômbia e por pouco não subiu ao lugar mais alto do pódio da Copa América, nos Estados Unidos, quando perdeu para as donas da casa a final em Colorado Springs, no ano passado.

Além de faturar as duas medalhas douradas na Divisão Especial do maior torneio de esporte estudantil do país, a ala e armadora se destacou em times do interior paulista, como Americana, Barretos e o atual São José dos Campos. Para ela, todas as competições que disputou foram fundamentais para a sua evolução.

- As Olimpíadas Escolares são um evento em que você conhece novos lugares, atletas de outros esportes e faz amizades. Todas as competições ajudam no desenvolvimento do atleta. Quanto mais vivências em campeonatos, mais você cresce e aprende a lidar com diferentes dificuldades. É que nem escola, quanto mais aulas você frequenta, mais aprende – analisa a atleta, que já viajou para Istambul, Singapura, Estados Unidos e México com a seleção brasileira de base.

Segundo ela, a competição está longe de ser brincadeira, e serve como celeiro para atletas de todo o Brasil.

- O torneio é uma oportunidade de descobrir novos talentos que não necessariamente teriam a chance de viajar e competir num campeonato como esse. O Brasil precisa investir mais no esporte, na estrutura e realizar mais campeonatos. As Olimpíadas Escolares são importantes e precisam de reconhecimento maior.

De acordo com ela, o esporte estudantil precisa ser levado a sério, afinal de contas, a escola é um bom lugar para aprender e se interessar por uma atividade física.

- Não adianta dar a bola na aula de educação física para as crianças brincarem. É preciso haver um incentivo maior nas escolas, ensinar outras modalidades além do futebol, como o atletismo, o vôlei e o basquete. Quando você tem um motivo alegre e legal, a coisa acaba sendo prazerosa. O basquete me ajudou nos estudos, a prestar atenção nas aulas e a não me estressar. Hoje sou uma pessoa compreensiva, amiga, paciente, atenciosa e mais inteligente. Acredito que o esporte é um forte instrumento educação e inclusão social – concluiu a jovem, que tem a Rainha Hortência como referência no basquete.

As lembranças e a perspectiva de futuro no basquete

Erika Leite começou no esporte aos 12 anos, na escola Coronel Esmédio, no município de Porto Feliz, no interior paulista. As atuações da ala e armadora de 1,69m chamaram a atenção de olheiros de cidades vizinhas e, no mesmo ano, ela recebeu o convite para defender o Americana, atual campeão dos Jogos Abertos Brasileiros. A jovem não pensou duas vezes. Fez as malas, se despediu da família e foi morar em Americana, a mais de 80 km de sua cidade. A atleta acabou amadurecendo bem cedo, aprendeu a se virar sozinha e precisou superar a saudades de quem ficou para trás.

- Ficar longe de casa não é fácil, ainda mais quando você é uma criança. Aprendi a me virar, lavar roupa e cozinhar. Fui morar numa república e ganhei uma bolsa de estudos numa escola particular. O esporte teve um papel muito importante na minha vida, me deu oportunidades e eu pude ajudar a minha família, mesmo sem ter nascido em “berço de ouro”.

Há três anos, ela deixou o Americana para atuar pelo Barretos, time que ela ajudou a faturar o ouro no Paulista Juvenil de 2009 e 2010. Este ano, Erika Leite se mudou novamente, dessa vez, rumo a São José dos Campos para defender a camisa da equipe joseense, que está na briga pelo título do Campeonato Paulista sub-19. O sonho da atleta é crescer cada vez mais na modalidade, voltar à seleção e, é claro, representar o Brasil nas Olimpíadas, quem sabe até ao lado da xará, a pivô Erika, melhor jogadora do basquete brasileiro atualmente.

- Espero ser convocada para a seleção adulta. Sei que é difícil, mas tenho esperança, e estou trabalhando muito para que esse dia chegue. O meu maior sonho é disputar uma Olimpíada, acho que qualquer atleta pensa assim. Quero ouvir o hino do meu país no maior evento esportivo do mundo. Vou treinar e buscar o meu melhor dia por dia, sem desistir dos obstáculos.

Para manter viva a esperança de ser convocada para a seleção brasileira, ela se espelha na xará Érika Souza, pivô do time verde-amarelo e uma das principais pontuadoras do Atlanta Dream na WNBA, liga profissional de basquete feminino dos Estados Unidos.

- Eu admiro muito a Érika pelo que ela joga na seleção. É uma das melhores jogadoras brasileiras atualmente, e que está na melhor liga. Como ala e armadora, pretendo dar muitas assistências para ela. Espero jogar muito com a Érika e a Iziane e aprender bastante com a experiência delas - vislumbrou.

Fonte: GloboEsporte.Com

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