Estão mais que de Parabéns, eu tinha só 6 anos quando saiu essa reportagem rsrsrs..entro todo dia no site de vc´s e adoro ler essas reportagens. Parabéns e continuem assim. Magic Paula, eterno amor.
Bolas ao cesto x cestas de roupa Luly Zonta Hortênsia, Paula, Barbosa, Hélio Rubens, Janeth, Guerrinha, Oscar, Leandrinho, Nenê, Matilde? É, a bauruense Matilde Silveira, 53 anos, está na lista das personalidades da história do basquete nacional. A roupeira da seleção feminina é uma figura lendária, que já conseguiu deixar o apresentador Jô Soares (sim, ela já foi uma de suas entrevistadas) desconcertado ao afirmar: “Jogava na cesta, caía no sábado, eu parei.”
É com este bom humor que esta senhora, que nunca se casou “para ter liberdade”, afirma ainda ter espírito de uma adolescente de 16 anos.
Apesar de não reclamar da vida, a trajetória de Matilde não é para qualquer uma.
Em 1973, ela começou a treinar basquete e percebeu que não tinha jeito para o esporte. Mesmo assim, ela ia todos os dias assistir aos treinos depois de sua jornada como empregada doméstica.
“Um dia o (Antônio Carlos) Barbosa me convidou para viajar com o time e eu fui. Eu sempre ficava vendo o Amauri (Gamba) a arrumar as roupas das meninas e comecei a gostar dessa função e resolvi ajudá-lo. Ele saiu e eu fiquei no lugar dele”, conta a roupeira, que aprendeu e já sabia ensinar todos os fundamentos do basquete.
Campeonatos se passaram e, em 1996, Matilde teve uma oportunidade para trabalhar no BCN, em Piracicaba, com as categorias menores. Incentivada pela amiga, patroa e colega de trabalho Simone Bighetti, ela foi. Chorando, mas foi.
“Tinha meu quartinho em Piracicaba e trabalhava com as categorias menores do BCN. Mas, na mesma época, o Barbosa treinava a equipe adulta da Unimep, da Paula, da Branca, da Adriana, no mesmo ginásio que eu dava minhas aulas. Eu terminava o treino e ficava por lá, até que a Paula falou: você vai trabalhar no nosso time”.Mais uma vez, com o aval do técnico Barbosa, Matilde aceitou o convite. Dois anos depois, o time da Unimep acabou e ela partiu com a comissão técnica para o Microcamp, de Campinas, junto com Paula, Branca e cia.
Foi nessa época que o bauruense Barbosa assumiu a Seleção Brasileira e levou a conterrânea Matilde para ser a roupeira das meninas.
A estréia foi um campeonato Sulamericano no Chile, depois vieram os mundiais da Alemanha, China, um Pan no Canadá, outro no Chile, as Olimpíadas de Sidney, mais três excursões para a Austrália, um pré-olímpico em Cuba, dois torneios nos Estados Unidos e um na Polônia.
Mas, entre uma viagem e outra, Matilde, que virou mãe, irmã mais velha, psicóloga e xodó das meninas do basquete, retorna a Bauru se dedica às escolinhas de base no ginásio da Vila Santa Luzia e no Grêmio dos Energéticos, ajuda o time feminino Bauru Cambé e ainda faz suas faxinas.
A luta de Matilde agora é por uma vaga na Olimpíada de Atenas, pois ela não foi escala para o pré-olímpico. “No meu lugar foram duas fisioterapeutas. Eu senti muito, fiquei muito abalada. As meninas também estão muito chateadas, mas prometeram que quando voltarem da Europa vão exigir a minha volta. Afinal, quando a gente trabalha direitinho, todo mundo quer o nosso bem, não é? E eu tenho fé.”
Paula vira o milênio jogando e bate recorde de participação em campeonatos mundiais
A brasileira Paula conquistou um recorde mundial na terça-feira assim que pisou na quadra para enfrentar a seleção da Coréia do Sul no Campeonato Mundial de Basquete Feminino, em Munster, na Alemanha: tornou-se a única jogadora de basquete, de todos os tempos, a disputar seis torneios mundiais. Ao reassumir seu posto na equipe brasileira, fez mais do que isso. Depois de anunciar, pela terceira vez, que deixaria a seleção em agosto de 1997, ela tranqüilizou a torcida ao adiar a decisão para o ano 2000. Terá, então, 38 anos. "Por que parar se estou bem e sinto o carinho dos torcedores?", pergunta.
Maria Paula Gonçalves da Silva começou a jogar pelo Brasil aos 14 anos, levada pelo técnico Antonio Carlos Barbosa, que hoje é seu treinador na Microcamp, de Campinas, e também na seleção. Vinte e dois anos depois, Magic Paula não disfarça a satisfação de estar no auge da carreira defendendo a equipe de seu país numa idade em que muitos atletas pensam em parar. "Espero que isso sirva de exemplo para as mulheres", diz. Vaidosíssima, ela também sabe que os olhares do público não focalizam apenas os lances diabólicos com que dribla a defesa adversária mas também sua beleza de mulher madura. "Sinto-me mais bonita hoje", confessa. Seu empresário há quatro meses, José Carlos Brunoro, concorda. "Há mulheres que se tornam mais bonitas com o passar do tempo." Foi ele quem convenceu Paula a não se aposentar. Ela já havia anunciado seu afastamento depois da conquista do Campeonato Mundial na Austrália, em 1994, e da medalha de prata na Olimpíada de Atlanta, em 1996. Mas, desta vez, os argumentos de Brunoro foram mais fortes. "Acreditamos que posso disputar até os Jogos Olímpicos de Sydney, no ano 2000", diz a campeã. Depois só jogará em clubes. "Isso enquanto estiver bem e não der vexame."
Manter-se em forma e bonita é, na verdade, sua grande obsessão. Supervisionada pelo preparador físico Hermes Balbino, Paula treina duas vezes ao dia, de quatro a cinco horas, e faz muita musculação. Em busca de equilíbrio emocional, submete-se a sessões de massagem e energização pelos métodos Reiki e Rolf. Sua alimentação é controladíssima. Mas isso não basta. Há um ano, orientada pela médica ortomolecular Lilian Rieser, a jogadora complementa a dieta com vitaminas, aminoácidos e óleo de fígado de tubarão. Para não engordar, evita doces. Também abriu mão de carne vermelha e frituras. Tudo para manter os 69 quilos, proporcionais à altura de 1,74 metro.
É uma rotina que Paula não abandona nem em férias. "Ela corre para manter a forma e não larga a bola", entrega a irmã, Branca, companheira na Microcamp e na seleção. Paula não se queixa. Ao contrário, diz que adora essa vida. E não por acaso a moça é conhecida entre as companheiras de quadra pelo apelido de Maria Creminho. O ritual de beleza que antecipa os jogos inclui, invariavelmente, os cabelos penteados com gel e a perfeita limpeza dos tênis, feita pela roupeira da seleção, Matilde Silveira. "Ela não joga com os tênis sujos", conta Matilde. Na verdade, a atleta só dispensa maquiagem e esmalte. "Paula acha que, se pintar as unhas, a mão fica mais pesada e prejudica os arremessos", revela a irmã. O trato do visual completa-se com a bandana grifada com as palavras Magic Paula, uma espécie de marca registrada nascida das jogadas desconcertantes que muitas vezes lembram as de Magic Johnson. Ex-astro do Los Angeles Lakers e portador do vírus HIV, Johnson abandonou a carreira em 1996.
O desempenho de Paula em quadra tem demonstrado que o investimento na forma física rende bons dividendos. No último campeonato brasileiro, dos 40 minutos de cada partida ela atuou 38 minutos em média. Com 25,7 pontos por jogo, foi a segunda cestinha da competição. Só ficou atrás de Janeth Arcain, do Santo André, com 28,9. Mas não foi um problema físico que abalou a armadora da seleção. Há dois meses, quando disputava as preliminares desse torneio, Paula perdeu o pai, Eberard. As conseqüências ficaram registradas no resultado do campeonato. A Microcamp ficou em terceiro lugar. O Fluminense, do Rio, foi campeão. "Se Paula estivesse bem, não teríamos perdido", diz Barbosa.
Mas a carreira da estrela do basquete só foi ameaçada quando ela passou por duas cirurgias no joelho esquerdo, em 1987 e 1989. "Na segunda, pensei que abandonaria as quadras", admite a jogadora. Paula ficou sete meses parada e só voltou à forma antiga depois de um ano e meio de fisioterapia. Tanto esforço, somado aos anos de experiência e ao problema (superado) no joelho, mudou o estilo da cestinha. Hoje, segundo o preparador Balbino, ela é econômica em quadra. "Chega a prever como será a partida e não se desgasta", diz. Os jogos do Mundial terminam no próximo domingo, em Berlim. Paula quer selar sua decisão de permanecer na ativa com a conquista do bicampeonato para o Brasil. Antecipadamente a torcida agradece.
5 comentários:
ninguém faz bandeija com a classe que paula fazia....linda foto
Estão mais que de Parabéns, eu tinha só 6 anos quando saiu essa reportagem rsrsrs..entro todo dia no site de vc´s e adoro ler essas reportagens. Parabéns e continuem assim. Magic Paula, eterno amor.
Bolas ao cesto x cestas de roupa
Luly Zonta
Hortênsia, Paula, Barbosa, Hélio Rubens, Janeth, Guerrinha, Oscar, Leandrinho, Nenê, Matilde? É, a bauruense Matilde Silveira, 53 anos, está na lista das personalidades da história do basquete nacional. A roupeira da seleção feminina é uma figura lendária, que já conseguiu deixar o apresentador Jô Soares (sim, ela já foi uma de suas entrevistadas) desconcertado ao afirmar: “Jogava na cesta, caía no sábado, eu parei.”
É com este bom humor que esta senhora, que nunca se casou “para ter liberdade”, afirma ainda ter espírito de uma adolescente de 16 anos.
Apesar de não reclamar da vida, a trajetória de Matilde não é para qualquer uma.
Em 1973, ela começou a treinar basquete e percebeu que não tinha jeito para o esporte. Mesmo assim, ela ia todos os dias assistir aos treinos depois de sua jornada como empregada doméstica.
“Um dia o (Antônio Carlos) Barbosa me convidou para viajar com o time e eu fui. Eu sempre ficava vendo o Amauri (Gamba) a arrumar as roupas das meninas e comecei a gostar dessa função e resolvi ajudá-lo. Ele saiu e eu fiquei no lugar dele”, conta a roupeira, que aprendeu e já sabia ensinar todos os fundamentos do basquete.
Campeonatos se passaram e, em 1996, Matilde teve uma oportunidade para trabalhar no BCN, em Piracicaba, com as categorias menores. Incentivada pela amiga, patroa e colega de trabalho Simone Bighetti, ela foi. Chorando, mas foi.
“Tinha meu quartinho em Piracicaba e trabalhava com as categorias menores do BCN. Mas, na mesma época, o Barbosa treinava a equipe adulta da Unimep, da Paula, da Branca, da Adriana, no mesmo ginásio que eu dava minhas aulas. Eu terminava o treino e ficava por lá, até que a Paula falou: você vai trabalhar no nosso time”.Mais uma vez, com o aval do técnico Barbosa, Matilde aceitou o convite. Dois anos depois, o time da Unimep acabou e ela partiu com a comissão técnica para o Microcamp, de Campinas, junto com Paula, Branca e cia.
Foi nessa época que o bauruense Barbosa assumiu a Seleção Brasileira e levou a conterrânea Matilde para ser a roupeira das meninas.
A estréia foi um campeonato Sulamericano no Chile, depois vieram os mundiais da Alemanha, China, um Pan no Canadá, outro no Chile, as Olimpíadas de Sidney, mais três excursões para a Austrália, um pré-olímpico em Cuba, dois torneios nos Estados Unidos e um na Polônia.
Mas, entre uma viagem e outra, Matilde, que virou mãe, irmã mais velha, psicóloga e xodó das meninas do basquete, retorna a Bauru se dedica às escolinhas de base no ginásio da Vila Santa Luzia e no Grêmio dos Energéticos, ajuda o time feminino Bauru Cambé e ainda faz suas faxinas.
A luta de Matilde agora é por uma vaga na Olimpíada de Atenas, pois ela não foi escala para o pré-olímpico. “No meu lugar foram duas fisioterapeutas. Eu senti muito, fiquei muito abalada. As meninas também estão muito chateadas, mas prometeram que quando voltarem da Europa vão exigir a minha volta. Afinal, quando a gente trabalha direitinho, todo mundo quer o nosso bem, não é? E eu tenho fé.”
Até o ano 2000
Paula vira o milênio jogando e bate recorde de participação em campeonatos mundiais
A brasileira Paula conquistou um recorde mundial na terça-feira assim que pisou na quadra para enfrentar a seleção da Coréia do Sul no Campeonato Mundial de Basquete Feminino, em Munster, na Alemanha: tornou-se a única jogadora de basquete, de todos os tempos, a disputar seis torneios mundiais. Ao reassumir seu posto na equipe brasileira, fez mais do que isso. Depois de anunciar, pela terceira vez, que deixaria a seleção em agosto de 1997, ela tranqüilizou a torcida ao adiar a decisão para o ano 2000. Terá, então, 38 anos. "Por que parar se estou bem e sinto o carinho dos torcedores?", pergunta.
Maria Paula Gonçalves da Silva começou a jogar pelo Brasil aos 14 anos, levada pelo técnico Antonio Carlos Barbosa, que hoje é seu treinador na Microcamp, de Campinas, e também na seleção. Vinte e dois anos depois, Magic Paula não disfarça a satisfação de estar no auge da carreira defendendo a equipe de seu país numa idade em que muitos atletas pensam em parar. "Espero que isso sirva de exemplo para as mulheres", diz. Vaidosíssima, ela também sabe que os olhares do público não focalizam apenas os lances diabólicos com que dribla a defesa adversária mas também sua beleza de mulher madura. "Sinto-me mais bonita hoje", confessa. Seu empresário há quatro meses, José Carlos Brunoro, concorda. "Há mulheres que se tornam mais bonitas com o passar do tempo." Foi ele quem convenceu Paula a não se aposentar. Ela já havia anunciado seu afastamento depois da conquista do Campeonato Mundial na Austrália, em 1994, e da medalha de prata na Olimpíada de Atlanta, em 1996. Mas, desta vez, os argumentos de Brunoro foram mais fortes. "Acreditamos que posso disputar até os Jogos Olímpicos de Sydney, no ano 2000", diz a campeã. Depois só jogará em clubes. "Isso enquanto estiver bem e não der vexame."
Manter-se em forma e bonita é, na verdade, sua grande obsessão. Supervisionada pelo preparador físico Hermes Balbino, Paula treina duas vezes ao dia, de quatro a cinco horas, e faz muita musculação. Em busca de equilíbrio emocional, submete-se a sessões de massagem e energização pelos métodos Reiki e Rolf. Sua alimentação é controladíssima. Mas isso não basta. Há um ano, orientada pela médica ortomolecular Lilian Rieser, a jogadora complementa a dieta com vitaminas, aminoácidos e óleo de fígado de tubarão. Para não engordar, evita doces. Também abriu mão de carne vermelha e frituras. Tudo para manter os 69 quilos, proporcionais à altura de 1,74 metro.
É uma rotina que Paula não abandona nem em férias. "Ela corre para manter a forma e não larga a bola", entrega a irmã, Branca, companheira na Microcamp e na seleção. Paula não se queixa. Ao contrário, diz que adora essa vida. E não por acaso a moça é conhecida entre as companheiras de quadra pelo apelido de Maria Creminho. O ritual de beleza que antecipa os jogos inclui, invariavelmente, os cabelos penteados com gel e a perfeita limpeza dos tênis, feita pela roupeira da seleção, Matilde Silveira. "Ela não joga com os tênis sujos", conta Matilde. Na verdade, a atleta só dispensa maquiagem e esmalte. "Paula acha que, se pintar as unhas, a mão fica mais pesada e prejudica os arremessos", revela a irmã. O trato do visual completa-se com a bandana grifada com as palavras Magic Paula, uma espécie de marca registrada nascida das jogadas desconcertantes que muitas vezes lembram as de Magic Johnson. Ex-astro do Los Angeles Lakers e portador do vírus HIV, Johnson abandonou a carreira em 1996.
...continua
O desempenho de Paula em quadra tem demonstrado que o investimento na forma física rende bons dividendos. No último campeonato brasileiro, dos 40 minutos de cada partida ela atuou 38 minutos em média. Com 25,7 pontos por jogo, foi a segunda cestinha da competição. Só ficou atrás de Janeth Arcain, do Santo André, com 28,9. Mas não foi um problema físico que abalou a armadora da seleção. Há dois meses, quando disputava as preliminares desse torneio, Paula perdeu o pai, Eberard. As conseqüências ficaram registradas no resultado do campeonato. A Microcamp ficou em terceiro lugar. O Fluminense, do Rio, foi campeão. "Se Paula estivesse bem, não teríamos perdido", diz Barbosa.
Mas a carreira da estrela do basquete só foi ameaçada quando ela passou por duas cirurgias no joelho esquerdo, em 1987 e 1989. "Na segunda, pensei que abandonaria as quadras", admite a jogadora. Paula ficou sete meses parada e só voltou à forma antiga depois de um ano e meio de fisioterapia. Tanto esforço, somado aos anos de experiência e ao problema (superado) no joelho, mudou o estilo da cestinha. Hoje, segundo o preparador Balbino, ela é econômica em quadra. "Chega a prever como será a partida e não se desgasta", diz. Os jogos do Mundial terminam no próximo domingo, em Berlim. Paula quer selar sua decisão de permanecer na ativa com a conquista do bicampeonato para o Brasil. Antecipadamente a torcida agradece.
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