Denise Mirás, do R7
Um ano pré-olímpico é muito importante para os atletas no aspecto psicológico, na observação de Paula, campeã mundial de basquete na Austrália-1994 e vice-campeã olímpica em Atlanta-1996. Agora em 2011, portanto, é hora de controlar a ansiedade e encarar a temporada como um “vestibular para a Olimpíada”. E os dirigentes devem dar retaguarda profissional a seus atletas também nesse aspecto, a partir das comissões técnicas de cada esporte.
- Não se pode ficar pensando muito na frente – na Olimpíada – e esquecer que se tem um obstáculo grande, que podem ser índices ou torneios classificatórios, nas modalidades individuais, ou um pré-olímpico, nas coletivas.
Além de importante para os atletas que já se firmaram internacionalmente, o ano pré-olímpico também é fundamental para aqueles que estão buscando espaço, oportunidade e visibilidade.
- É procurar manter o equilíbrio emocional, a estrutura, não se deixar levar pelo deslumbramento, não desviar do foco. Esse talvez seja esse o grande erro do atleta brasileiro no geral: se esforça muito e, de repente, joga quatro anos fora, sem saber se terá outra chance de tentar ir a uma Olimpíada.
No caso dos dirigentes é hora de priorizar competições, lembra Paula. Para aquelas que forem consideradas secundárias, podem ser enviadas equipes mais jovens, para se dar experiência aos atletas.
- A Olimpíada-2016 será consequência do que fizermos agora.
Sob pressão sempre
Para exemplificar o tipo de pressão a que atletas estão submetidos, Paula lembra que a seleção de basquete passou por três Pré-Olímpicos antes de conseguir ir para os Jogos de Barcelona-1992.
- Talvez no nosso subconsciente tenha ficado gravado uma “missão cumprida”. Tanto que, em oito equipes, terminamos em sétimo [na Olimpíada seguinte, Atlanta-1996, a equipe de Paula foi vice-campeã, só perdendo para os Estados Unidos, na final].
Ex-atleta e agora cuidando de gestão de projetos ligados a esportes, Maria Paula Gonçalves hoje tem certeza da importância do treino mental, além do físico e do técnico.
- E normalmente não existe a preocupação com esse tipo de retaguarda que também tem de ser dada aos atletas, para que mantenham foco, motivação.
A maioria dos atletas “leva como bobagem” o trabalho com a mente, que é comprovadamente um diferencial, segundo Paula, e “fundamental”.
- Fizemos alguma coisa na nossa seleção, quando os soviéticos já faziam isso há 20, 30 anos.
Paula diz que essa batalha, psicológica, é “constante, diária”.
- É muita pressão e é preciso resolver situações todo o tempo, aprender a perder, a voltar a ganhar. E acredito que para a mulher ainda é mais difícil, porque ela se culpa mais, demora mais para digerir uma derrota, sofre muito. Por isso acho importante que a seleção tenha esse apoio. Ainda mais hoje, com os jovens cada vez mais voltados para dentro, para eles mesmos.
Fonte: R7
3 comentários:
é INFINITAMEEEEEEEENTEEEEEEEEEEE MAGIC PAULA.
Sou excessivamente fã dela e, portanto, totalmente suspeito para falar da Magic.
De qualquer forma, ela deu as dicas que o volei já faz há muito tempo. Pelo menos desde a década de 1990. Felizmente, a CBB finalmente abriu os olhos e vai mandar um grupo jovem para fazer amistosos contra a China e depois equipes européias. Espero que joguem contra algumas jogadoras que poderão estar nas olímpiadas.
Sangue frio na hora certa ganha jogo, o tal do "trabalho com a mente" que os "soviéticos já faziam" que a Magic citou tão bem. E novamente, o exemplo do volei. O masculino acabou de ser campeão mundial graças ao sangue frio contra Cuba na final. A Rússia venceu no feminino também por ter mais sangue frio do que as brasileiras. Por sinal, sangue frio tiveram Paula e Hortência na semifinal de 94 contra as americanas. Bota sangue frio para realizar as jogadas e, por parte da minha querida Magic, antever situações do jogo. Não é à toa que conquistamos o título.
São coisas "simples", mas que precisam ser feitas. Torço para que tenhamos um bom trabalho psicológico (com especialistas) junto às jogadoras da seleção. Já foi a época que o técnico centralizava tudo.
Por sinal, o que vemos dar certo no esporte coletivo (que dá certo) é o trabalho em equipe dentro das próprias comissões técnicas. Tem um da comissão que cuida mais da defesa, outro das estatísticas e assim sucessivamente. Uma coisa que adoro no volei é perceber que enquanto o técnico conversa com o grupo, o assistente chama a atenção do levantador (ou de um atacante) em separado ou vice-versa. Os assistentes técnicos conhecem tão bem do volei e dos adversários quanto o técnico.
Seria possível no basquete?
Essa tambem acha que sabe tudo.
Tomara ja fossemos bons nos funda-
mentos:ja estaria de bom tamanho.
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