quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Faz diferença (Folha de São Paulo)

Aumento de 50 cm na linha de 3 pontos, imposto pela Fiba, faz cair acerto de arremessos de longa distância no início da temporada do basquete

DANIEL BRITO

Os jogadores brasileiros não se acostumaram à nova linha dos três pontos.
O percentual de aproveitamento dos arremessos de longa distância caiu sensivelmente no início de temporada, desde que saiu do papel a resolução da Fiba (Federação Internacional de Basquete) de aumentar o espaço da cesta para a linha de 6,25 m para os atuais 6,75 m.
Entre os homens, acertou- -se 31% dos tiros nas quatro primeiras rodadas do NBB (Novo Basquete Brasil).
No primeiro turno da edição passada, os times atingiram a média de 34%.
Em um campeonato tão equilibrado como o Nacional masculino, a diferença pode definir o resultado de uma partida e até a classificação para a fase final do torneio.
"A recomendação ao meu time é de só tentar o tiro de fora se a defesa adversária estiver bem armada dentro do garrafão", explicou Hélio Rubens, técnico de Franca.
"Para nós, não faz diferença [a nova linha], porque treinamos diariamente com a distância da NBA", minimizou o experiente treinador. Nos EUA, o espaço entre linha e cesta é de 7 m.
Coincidência ou não, seu time é um dos que mais sofre com a nova distância. O Franca caiu de 41% de acertos no primeiro turno do NBB 2009/2010 para atuais 28%.
Uma análise dos números dos arremessadores de melhor pontaria no campeonato passado mostra mais de perto a dificuldade de adaptação aos 50 cm pedidos pela Federação Internacional.
O ala Shamell, do Pinheiros, foi o segundo melhor de 2009/2010, com incríveis 47% de aproveitamento. Na edição deste ano, atingiu 39% e admite que sente dificuldades para se adaptar.
"A diferença é grande. Tem bolas que a gente recebe e pensa que está de trás da linha dos três, mas não está e tem que arremessar assim mesmo", explicou o ala norte-americano, que está no Brasil há seis anos.
O ala Alex, atual campeão nacional com o time do Brasília, caiu de 38% para 23%.
"Quando você está sofrendo marcação forte, e tem que forçar o arremesso de fora, os 50 cm fazem diferença grande", justificou-se. "Acredito que até o segundo turno eu estarei adaptado", previu.
Levantamento da assessoria de imprensa do NBB aponta que além da queda na eficiência nos arremessos longos, aumentou a incidência de jogadas no garrafão.
As tentativas mais próximas da cesta tinham média de 75 vezes por partida até a última edição do NBB. No campeonato atual, são 84.
"Quem arremessava em cima da linha, está com dificuldades agora. Mas para caras de tiro longo, como Marcelinho, não há problema algum", disse Lula Ferreira, do departamento técnico da LNB (Liga Nacional de Basquete), referindo-se ao veterano ala do Flamengo.

No feminino, Ourinhos sofre para se adaptar

A queda do percentual de acerto dos tiros longos entre as mulheres é menor do que a apresentada entre os homens.
Até 2009, quando foi disputado o último Nacional feminino, a média era de 31% de aproveitamento. Na competição deste ano, já com o nome de LBF (Liga de Basquete Feminino), caiu para 28%.
Os 2% parecem irrisórios, mas representam a pior média desde a primeira edição do campeonato adulto feminino, em 1998.
Campeão de cinco das últimas seis edições da competição, o time de Ourinhos agoniza com o aumento de 50 cm do espaço entre cesta e linha.
Até o ano passado, era o melhor nos lances de longa distância, com 38% -levando em consideração a estatística da primeira fase. Na LBF, amarga a última colocação neste fundamento, com irreconhecíveis 21% de acerto.
O time perdeu jogadoras importantes nesta temporada, como a ala Karen, que se transferiu para Americana e em Ourinhos acumulou 48% de trás da linha dos três pontos.
Hoje, a ala-armadora Joice é a que tem maior volume de arremessos, mas sua média é de 26% após seis rodadas disputadas.
"Hoje, estamos armando mais jogadas para tentar a cesta de dois pontos", justificou o técnico Urubatan Paccini. "Mas, no calor do jogo, não dá para dar um passinho para trás e tentar acertar de três. Os arremessos estão saindo de onde dá", falou.

Fonte: Folha de São Paulo

3 comentários:

Anônimo disse...

Se treinar a bola cai, nao estamos falando de criancinhas .Será que para tudo teremos que ter desculpas no basquete .Vão para quadra bater 500 arremessos por dia e vê se a bolinha nao vai entrar.O que falta e ação de vcs em vez de reclamar de tudo.Atleta só tem resultado se for treinar.
maria

Anônimo disse...

hoje presenciei uma coisa bem interessante e inédita aqui em ourinhos.
um carro de som está rodando a cidade anunciando o jogo contra americana sábado, acho uma idéia super válida.
quando ourinhos tinha time forte o ginásio vivia lotado, hoje que o time anda "meia boca" ninguém mais vai assistir aos jogos.
e apesar do horário horrivel do jogo de sábado, que a maioria das pessoas trabalham até as 17 e tudo mais, espero ver o mosntrinho com um grande público prestigiano de torcendo por nossas meninas!

vaaaaamos ourinhos!

Anônimo disse...

O carro de som divulgando os jogos de Ourinhos, ja vem sendo utilizado em todos os jogos deste campeonato e não somente para divulgar o jogo contra Americana.