Escolhido pela CBB para comandar a seleção brasileira feminina, o espanhol Carlos Colinas fará sua estreia em um Mundial adulto no torneio que será disputado entre os dias 23 de setembro e 3 de outubro, na República Tcheca. Em entrevista ao UOL Esporte, o treinador admitiu ansiedade pela estreia e disse estar com ‘fome’ de conquistas.
Com contrato próximo do fim, Colinas ignora a definição de seu futuro, mas diz que pretende continuar à frente da seleção brasileira. O treinador ainda criticou o calendário da WNBA, que adiou a apresentação de Érika e Iziane e pode terminar apenas dois dias antes do início do Mundial.
UOL Esporte - Esta é sua primeira experiência em um Mundial adulto. Assim como as atletas, um técnico também fica ansioso pela estreia na competição?
Carlos Colinas - É meu primeiro Mundial, mas enfrento como uma competição a mais, com responsabilidade e com uma ilusão tremenda. E com muita fome. Para um técnico, encontrar-se neste palco é para se sentir um privilegiado. Mais que ansiedade, diria que sinto expectativa. Quero que tudo comece já. O caminho para chegar até aqui foi longo.
O que muda na seleção brasileira com a chegada de Érika e Iziane?
A essência da equipe não muda. Queremos ser um time versátil, consistente e com personalidade. Trabalhamos doze semanas para isso. Érika e Iziane contribuirão com experiência competitiva, talento físico e espero que muito compromisso com a seleção nacional.
O que a demora na apresentação das atletas da WNBA prejudicou na preparação? O entrosamento pode ficar prejudicado?
Esta é uma situação que nem a CBB nem a comissão técnica poderia interferir. Não ficamos obcecados com este assunto. É claro que ter duas jogadoras que não possam se integrar ao time até duas horas antes do início do campeonato não é a melhor maneira de se preparar. Mas nós nos dedicamos a preparar a equipe à margem destas circunstâncias. Com certeza, fora do Brasil, tem gente mais significativa do que nós para explicar porque uma liga profissional termina dois dias antes do início do Mundial.
Qual foi o ponto mais trabalhado durante a fase preparatória?
Tentamos insistir de forma equilibrada sobre todos os aspectos do jogo. O trabalho defensivo e a ordem do jogo coletivo foram considerados prioritários, mas também demos muita importância aos pequenos detalhes. Para disputar um Mundial, não se deve ter nenhum descuido.
Quais as maiores dificuldades que espera enfrentar na primeira fase do Mundial?
A estreia numa competição de alto nível sempre é complexa. Há nervos, ansiedade, muito tempo esperando por este momento. O primeiro rival é especial, porque seu estilo de jogo é incômodo, difícil de marcar. Temos de pôr os cinco sentidos para competir contra a Coreia. Além deste jogo, o confronto com a Espanha será de máxima dificuldade. É uma equipe competitiva, que nos campeonatos importantes sempre oferecem sua melhor versão. Isto nos obriga a estar ligados desde o primeiro minuto de competição.
Algumas atletas não renderam o esperado durante os jogos em Barueri e você fez mudanças no time titular na sequência da preparação. Qual deve ser o quinteto que iniciará o Mundial?
Nunca trabalhei com quintetos pré-estabelecidos. Nossa ideia de jogo é ter uma equipe “longa”, onde todas as jogadoras se sintam importantes. Transmitimos ao grupo uma mensagem de utilização e de rendimento constante de todas. Nesta equipe há jogadoras mais e menos experientes, mas não há convidadas. Há minutos e momentos suficientes para que as doze ajudem a equipe em todos os aspectos do jogo.
Qual a importância de usar Alessandra e Helen, de 38 anos? Elas são capazes de chegar a 2012 ou o objetivo é o Mundial?
O profissionalismo das duas é exemplar e a experiência é impagável para a equipe. Demonstraram em toda a preparação que podem contribuir em determinadas situações. Não estão na equipe como uma homenagem à sua trajetória. Estão aqui para ajudar a equipe. Ainda desconheço se permanecerão no time no futuro.
Seu contrato com a CBB termina neste ano. Já conversaram sobre renovação? Acredita que o resultado do Mundial será decisivo para a continuidade do trabalho?
Não penso no futuro além do dia 3 de outubro. Estou focado no presente e este é disputar o Mundial. A continuidade numa linha de trabalho é aconselhável para que este se consolide, mas não dedico muito tempo pensando no que acontecerá após o campeonato.
Qual a sua avaliação do basquete brasileiro? É difícil montar uma seleção competitiva? Há escassez de mão de obra qualificada?
O basquete feminino brasileiro está em fase de renovação. Acho que há um modelo moderno de gestão, ideias novas, projetos, ânsias por decolar de novo. E percebo que há muita gente interessada em fazer: dirigentes, clubes, a própria CBB. Se você junta isso, a contribuição dos patrocinadores e a ajuda da imprensa, é possível que o salto de qualidade em nível de competições e de seleção seja muito importante.
É preciso trabalhar com as jogadoras jovens, com muita qualidade, dedicação e com um bom planejamento. E tentar que os técnicos jovens se envolvam nos projetos e tenham a ambição suficiente para querer ser profissionais capacitados e preparados.
Fonte: UOL
2 comentários:
Depois a desculpa de que nossos técnicos e algumas atletas não serem experientes, boa escola Paulo Bassul e companhia LTDA não adianta chorar agora e se fazer de vitima a culpa é sua também por esse Mané afrente da nossa seleção.
Por estar trabalhando no horário do jogo vou gravar, assistir na hora do almoço, estando todos avisados para não me falar o resultado! Acho que se não for traída pelos nervos o Brasil leva.
Achei boa a entrevista do Colinas. A única coisa que me incomoda nele é o respeito excessivo pela Espanha. Nosso retrospecto com elas é bastante bom!
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