domingo, 15 de agosto de 2010

Basquete teen tenta criar nova era (Folha de São Paulo)

Formato de rua dos Jogos da Juventude será avaliado e pode integrar o programa olímpico

MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A CINGAPURA

Os Jogos de Cingapura podem iniciar uma nova era no basquete, ajudando a massificá-lo sob um novo formato.
Na Olimpíada teen, a modalidade terá modelo similar ao do basquete de rua, conhecido como 33. São três atletas de cada lado, jogando apenas na metade de uma quadra, e com uma pontuação que tem como limite justamente os 33 pontos.
Se fizer sucesso em Cingapura, a Fiba (Federação Internacional de Basquete) estuda tentar sua inclusão no programa dos Jogos de 2020 ou 2024. E o COI (Comitê Olímpico Internacional) não se opõe à inclusão da modalidade, a mais badalada da Olimpíada para jovens.
"Os Jogos da Juventude são uma ótima oportunidade para as federações internacionais apresentarem novos eventos para o palco olímpico", afirmou Jacques Rogge, presidente do COI.
O treinador da equipe brasileira feminina de 33 em Cingapura, Guilherme Vos, crê no potencial da modalidade até mesmo para reerguer o combalido basquete nacional, que já esteve em segundo lugar na preferência nacional dos torcedores.
"Nesse formato, o esporte passa a ser mais inclusivo porque o atleta não vai precisar de um clube para poder jogar. Até torço para que o 33 ganhe um campeonato no Brasil", declarou o técnico.
"E ajuda a massificar o esporte, porque é mais simples de praticar. O 33 pode ser para o basquete o que o vôlei de praia foi para o vôlei", disse.
A Fiba também pensa assim. Tanto é que a federação conversará com dirigentes do vôlei para entender como a versão de praia foi desenvolvida após sua estreia olímpica, em Atlanta-1996.
Em Cingapura, a modalidade, porém, tem encontrado resistência por parte de quem está acostumado com a versão mais tradicional.
Esse é o caso do time brasileiro, representado por Érika Leite, Isabela Macedo, Joice Coelho e Stephanie de Oliveira. Uma delas será reserva.
Guilherme Vos reconhece a dificuldade das brasileiras, acostumadas a jogar com cinco atletas em cada time. "Elas sofreram muito porque no basquete indoor há mais atletas para ajudar a marcar e, no 33, a lógica do jogo muda. Fica mais dinâmico. Se você perde a bola, seu rival já parte para a bandeja."
Berço do basquete de rua, os EUA aproveitaram o talento das jogadoras já formadas nas quadras descobertas para levá-las para Cingapura.
"Basquete de rua é tudo o que eu mais gosto de jogar quando volto para casa, então não me surpreendi quando fui convocada", disse a americana Briyona Canty, 17.

Fonte: Folha de São Paulo

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