quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

ENTREVISTA – Alessandra Oliveira (ONNE)

alessandraent A jogadora Alessandra Santos de Oliveira pode ser considerada um mito do basquete brasileiro. Com seus dois metros de altura, a atleta já atuou em clubes de diversas partes do mundo, sempre fazendo muito sucesso. Depois de atuar por diversas equipes do Brasil, Alessandra jogou na Itália (Messina, Comense e Venezia), Estados Unidos (Indiana Fever, da WNBA), Eslováquia (Ruzomberok), Hungria (Sopron), Coréia do Sul (Wooribank), Espanha (Ros Casares Valencia) e atualmente está na equipe do Sepsib, da Romênia

No currículo, a pivô possui duas medalhas olímpicas, com uma de prata em Atlanta-1996 e uma de bronze em Sydney-2000, além de ter conquistado o campeonato mundial em 1994. Após algumas discórdias, a jogadora retorna à seleção brasileira aos 36 anos, graças a um pedido da Hortência para trazer um pouco da sua experiência à nova geração. Em uma de suas folgas na Romênia, Alessandra respondeu algumas perguntas para o ONNE, contando um pouco da sua trajetória no esporte, carreira e sua volta à seleção depois de 3 anos. Confira!

ONNE: Como está sendo o retorno para a seleção?
Alessandra: O meu retorno foi ótimo, não esperava o convite da Hortência, porque pensava que não estaria no nível para estar na seleção.
ONNE: Você ainda tem o sonho de disputar mais uma olimpíada, depois de já ter disputado quatro e ter ganhado duas medalhas (Prata em Atlanta e Bronze em Sydney)?
Alessandra: Não sei, pois penso dia após dia. Com 36 anos fica difícil fazer um plano a longo prazo, mas agora, o mais importante para mim é ajudar a seleção brasileira à ir bem no mundial e voltar a estar entre as cinco melhores do mundo. Sei que não será fácil, mas será um grande desafio.
ONNE: Como é ser uma medalhista olímpica?
Alessandra: É tudo que uma atleta pode sonhar na sua carreira. São tantos anos de sacrifício e chegar a uma medalha é o máximo que um atleta pode ter no seu currículo.
ONNE: Quais as mudanças ocorridas na sua carreira por conta das conquistas olímpicas?
Alessandra:
Foram tantas, desde o reconhecimento nacional e mundial, até econômico, que me permitiu jogar em grandes equipes do exterior.
ONNE: O que você acha do futuro do basquete brasileiro, agora com a Hortência e a Janeth na parte administrativa?
Alessandra:
Bom, temos que ter ideias inovadoras e acho que elas estão fazendo de tudo para reverter o cenário que o basquete se encontra.

ONNE: Você possui alguma intenção de seguir os passos de suas ex-companheiras e partir para uma carreira fora das quadras?
Alessandra:
Já estou pensando, porque tenho no máximo mais dois anos de carreira como jogadora. Tenho muitas ideias, mas no momento só ideias.

ONNE: Já sabe por qual equipe vai atuar na próxima temporada?
Alessandra:
Estou  jogando na Romênia, no Sepsib.
ONNE: Você já recebeu propostas para voltar a atuar em equipes brasileiras?
Alessandra:
Sim, recebi, mas não foi uma proposta concreta para que eu pudesse retornar.
ONNE: O fato de seu marido ser italiano, de certa forma, contribuiu para você atuar por tanto tempo por diversos países do mundo, como Itália, Espanha, França, Rússia, Estados Unidos e Coréia do Sul?
Alessandra:
Bom, eu e o meu marido estamos juntos só há 3 anos, mas o que contribuiu para eu jogar em vários países foi ter que sustentar os meus irmãos, a fome, como disse uma vez a Elza Soares. Não tenho pais, então isto acho que me deu mais impulso de jogar fora.

ONNE: Qual dos países você mais gostou de atuar?
Alessandra:
Quase todos, pois foram em momentos diferentes e situações diferentes. Mas os países que eu mais gostei foram Itália, Coréia do Sul e Rússia.
ONNE: Possui alguma peculiaridade para contar de algum destes países?
Alessandra:
Bom, na  Coréia foi diferente, pois não estava acostumada com a cultura asiática. Outra peculiaridade foi viver na Eslováquia, pois foi a primeira vez que morei num lugar que no inverno a temperatura média era de menos 15. Aprender a viver no gelo foi difícil, porém, hoje gosto, tem vezes que até sinto falta do cheiro fresco da neve e de ver as montanhas.
ONNE: A WNBA possui um glamour diferente em relação às outras competições?
Alessandra
: Sim, mas o verdadeiro campeonato é a Euroliga. Lá você vê quem é o mais forte atualmente.
ONNE: Com quais jogadoras você mais gostou de jogar?
Alessandra:
Entre as brasileiras gostei muito de jogar com a Cintia Tuiu e a Adrianinha. Entre as estrangeiras gostei muito de atuar com a Nicole Antibe e a Cathy Melain.
ONNE: Qual seria a escalação do seu time ideal?
Alessandra:
Com jogadoras de todas as gerações a minha seleção ideal só de brasileiras seria: Paula, Hortência, Janeth, Vânia Hernandez e Marta. Com estrangeira:  Ruth Bolton, Cintia Cooper, Hortência, Semenova e Lisa Leslie.

Fonte: ONNE

Mais: Visitando o site ONNE, também pude descobrir que a pivô vem mantendo um blog pessoal ( http://alessandradobasquete.blogspot.com/), em que faz comentários sobre o basquete, manda mensagens de incentivo para Natalinha, Hortência e fala da saudade e da vontade de jogar no Brasil.

Mais – 2: O Fábio Balassiano revela que o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) julgou improcedente o processo da pivô contra a CBB, pela ausência de seguro no Mundial 2006.

8 comentários:

Anônimo disse...

Gostei da reportagem, mas gostaria de comentar a seleção escolhida pela Alessandra.
Putz, a Ruth Bolton chutava muito de três, mas era grossa... Não tinha esquerda e ao bater bola lembrava um pouco a Micaela... não era nem banco na minha seleção...
E colocar a Semenova e a Lisa Leslie no mesmo time??? Quem ía fazer a posição 4? Mas enfim, opinião é opinião...

obs: Para quem nao sabe, a Semenova é uma jogadora lendária que atuou na década de 70 e 80. Tinha 2.13m, uma mobilidade limitadissima. Hoje possívelmente ela nao conseguiria joga, pois são apenas 24 seg. de posse de bola.

Anônimo disse...

ueeeeee???e aquela palhaÇada de colocar a cbb no pau nao existe maiss???

Mauricio Guedes disse...

É a primeira vez que uma jogadora lembra de citar a Ruthie Bolton como grande jogadora.

Normalmente ninguém fala dela....

Na minha opinião, ela faria de qualquer seleção do mundo. É forte, a melhor defensora que já vi, e, além disso tem um chute de três quase infalível.

A Magic Paula que o diga.....lembrar da final de Atlanta/96???? kkkkkkkkk

Ramona disse...

A Ruth Bolton conseguiu anular a Paula em atlanta, mas não conseguiu segurá-la nas semis do mundial de 98. Alías em 98, justamente depois de uma grande assistencia de Paula para Janeth veio a sequencia de rebotes da Natália Williams + disparos violentos de 3 pontos da Bolton. Eu fiquei em estado de choque. Na final do mesmo mundial, graças a dois disparos certeiros de 3 dela, os USA conseguiram bater a Rússia de Zassulskaya.

Neste link enviado outro dia por um colega, a Bolton fala da Paula:

http://www.youtube.com/watch?v=B5q6Elxa8Ks

Anônimo disse...

É sempre muito bom ter noticias dessa guria, pois é uma tipica mulher brasileira : GUERREIRA,MÂE; ATLETA e ainda super simpática. Realmente uma referência a essa nova geração. A Alessandra é ainda uma jogadora que emociona a torcida quando joga, pois transfere todas essas qualidades para dentro da quadra.Contamos contigo para defender a nossa patria no mundial!!

Abraços do sul

Anônimo disse...

teve o seu pedido julgado como improcedente pelo Tribunal Regional do Trabalho no último dia 8 de fevereiro de 2010. Ainda cabe recurso.

Anônimo disse...

IMPARCIAL

ALESSANDRA,GUERREIRA,EXEMPLO DE DETERMINAÇÃO.
AGORA,QUE ELA QUERIA SE ARRUMAR COM ESTA AÇÃO ESTAVA NA CARA DE QUALQUER UM QUE TIVESSE UM MÍNIMO DE IMPARCIALIDADE NA ANALISE DA CONTUSÃO.
E, AGORA COMO FICAM OS QUE MALHARAM TANTO A CBB PORQUE NÃO QUERIAM PAGAR A ALESSANDRA.
A JUSTIÇA EXISTE PARA JULGAR PROBLEMAS ENTRE DUAS PARTES.

Anônimo disse...

Corrigindo os nomes na matéria: Ruthie Bolton (já feito pelo Maurício), Cynthia Cooper, Uljana Semenova.Concordo quando falam da Ruthie ser grosseira, mas defende super bem e foi mais eficaz que a badalada Leslie.Queria ver a Bolton ou outra marcar a Paula no auge, é ruim hein.A Semenova era numa época que as regras do basquete a beneficiaram sua mobilidade e enorme estatura, ela é bem mais eficiente que a chinesa Zheng Haixia. Ramona,retificando semi-final do mundial de 1994, e era a Natalia Zassoulskaya, pra mim a 2ª entre as três maiores pivôs da história do basquete, pois lembro dela perfeitamente, Estados Unidos com uma equipe mais jovem, entrosada e a Rússia estava com veteranas em fim de carreira e quem engrossou o jogo foi a machucadíssima Natalia Zassoulskaya, entrava e ia pro banco,repetida vezes e dava pena ver o esforço dela, mas ela é fantásticaaaaaaa, a Rússia perdeu porque tinha uma jogadora já bem velha, onde todas as bolas iam pra ela definir, lenta que arremessava de 3 e não administrava a bola e convertei as bolas, mas não valoriza a posse de bola, lenta demais devido a idade, lamentável a Zassoulskaya está debilitada, jogou muito, imagina o que aconteceria na olimpíada ela estando bem, que Lisa Leslie que nada, a grande Zassoulskaya.
Alessandra sua garra foi sempre sua marca,pena o Brasil não enxergar o esporte como crescimento, tem tudo pra ser potência nos esportes, estão guardando onde as bolas de vôlei e basquete nas escolas públicas...é bonito de ver superação, mas nem todos conseguem se superar , sair de uma favela ou orfanato como meu caso e chegar onde se sonha, quantos talentos se perderam, quantas medalhas perdemos porque Brasil(os detentores do poder), não investem pesado em esporte, professores de educação física indo pra academia, enquanto as escolas com professores sem preparo pra incentivar as diversas modalidades, por essa razão, não admito cobrança como vencedores como Alessandra, massacraram a seleção de basquete com a prata, com bronze, mas antes do Mundial elas eram valorizadas, fica a pergunta no ar, quando ganha tudo é lindo, quando perdem é um luto, EUA tava com medo de Hortência e Paula e o grande poder de reação que sempre tivemos, pena esse poder não aconteceu, a prata foi mais que ouro pra elas, ser campeãs do Mundo, maior coroação pra essas meninas que sabem o que passaram pra chegar lá.

Héllenne Vivian O. Lages