domingo, 3 de janeiro de 2010

Barbosa pode deixar CBB e é pré-candidato a deputado federal

Técnico bauruense não sabe se terá espaço na Confederação de Basquete, considera que a Prefeitura não “andou” na área esportiva e revela que será candidato a deputado federal

Ricardo Santana

O bauruense Antonio Carlos Barbosa, eterno técnico de basquete, vive mais um momento de transição na sua longa carreira como treinador. Sua situação na Confederação Brasileira de Basketball (CBB) está indefinida. Desde o dia 31, ele está liberado das atividades na Confederação. “Posso continuar ou não”, explica, com ar de interrogação. Além disso, o bauruense analisa o primeiro ano da gestão de Rodrigo Agostinho na área esportiva – período em que considera que o setor ainda não deslanchou – e revela que pretende enfrentar este ano o impiedoso crivo das urnas buscando uma cadeira na Câmara Federal para representar Bauru em Brasília.

Com a entrada de Carlos Nunes no comando da CBB em maio do ano passado, a Rainha Hortência passou a comandar o basquete feminino da entidade. Barbosa foi afastado por Hortência da supervisão de seleções, inclusive da adulta. Ele passou a fazer clínicas e acompanhar campeonatos brasileiros como supervisor somente da parte da organização técnica. “Praticamente, fiquei afastado dessa parte de seleções”, comenta. A Confederação passa por um momento de mudanças às vésperas de um Mundial e da preparação para o Brasil promover as Olimpíadas do Rio em 2016. “Imagino que eu deva ter algum aproveitamento em alguma estrutura. Afinal de contas, quem tem duas Olimpíadas, seis Mundiais, seis Panamericanos, 426 jogos pela Seleção... Devo ter algum conhecimento técnico e também de vivência para dar alguma colaboração”, avalia.

Ele garante que a relação com a diretora de basquete feminino, a Rainha Hortência, é ótima. “Ela resolveu por bem dispensar o meu trabalho naquilo que eu fazia”, explica. O técnico avalia que o time feminino para o Mundial deste ano tem grandes chances se os problemas internos forem equacionados. “Vejo o Brasil entre seis ou sete equipes que brigam por duas medalhas”, aposta, dizendo que o ouro deverá ficar com os Estados Unidos. Ele aprova o trabalho do técnico Paulo Bassul. No entanto, avalia que para as Olimpíadas de 2012 haverá dificuldades para a classificação.

Semel não deslanchou

Barbosa entende que o primeiro ano do governo Rodrigo Agostinho (PMDB) na área de esporte foi muito conturbado e não deslanchou. Barbosa é crítico ao comentar os desencontros entre os ocupantes do Palácio das Cerejeiras e a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (Semel). Ele comenta que mesmo na gestão Tuga Angerami (2005-2008), em que ele ocupou a pasta até o final de março de 2006, não foi tranquila.

Barbosa recorda-se que, depois dele, ainda ocuparam o cargo Elson Reis, interinamente, o professor Edison Maitino, que foi exonerado em outubro daquele ano, e José Carlos de Freitas. Quanto aos 12 primeiros meses da atual administração na área esportiva, ele é enfático. “Não aconteceu nada por enquanto”. De efetivo mesmo, houve a troca de secretários: saiu Polyana do Prado Teixeira para a entrada do vereador licenciado José Carlos Batata (PT). Por enquanto, o técnico de basquete avalia como positiva as primeiras decisões anunciadas pelo sucessor de Polyana.

‘Nenhum prefeito ainda teve peito para assumir a Panela’

Barbosa lembra ainda que é um sonho da cidade que a Prefeitura assuma o ginásio Panela de Pressão. “Nenhum prefeito teve peito, pelo alto custo de manutenção e pelo custo da reforma”. Para ele, a Panela é o local ideal para abrigar os jogos do GRSA/Itabom. Quanto a questão da quadra, ele diz que o piso é flutuante. Só não arrisca dizer em que condições se encontra. “Esse (piso) da Panela, o time da Tilibra/Copimax foi jogar lá a partir de 2000. E jogaram na Luso até 98-99. Ué, então acho que o piso é flutuante sim”, avalia.

Barbosa entende estar fora da realidade atual da Prefeitura de Bauru a construção de uma Vila Olímpica, como sugeriu Guerrinha, técnico do GRSA/Itabom, em matéria publicada, no último dia 24, no JC. “Talvez o Guerrinha tenha exagerado um pouquinho, naquele momento de euforia pela vitória contra Assis. Não tem mais um poder público municipal que tenha condições de investir em um grande ginásio de esportes. Acho que a Panela está de bom tamanho sim. E foram poucos os jogos naquela época (Tilibra) que lotaram a Panela. Lotou com Franca, Vasco, Flamengo e com Ribeirão. Nos outros jogos, era perfeitamente tranquilo o acesso à Panela”, opina.

Barbosa elogia o trabalho do GRSA/Itabom devido à base consistente para impulsionar o projeto. Cita o mérito do técnico Guerrinha de trazer jogadores excepcionais. Ele cita o acerto na escolha dos norte-americanos e a surpresa do Alex. “Ele (Guerrinha) sabe montar a equipe e tem o feeling de quem trazer”, ressalta.

Desafio das urnas

Barbosa é pré-candidato a deputado federal pelo PDT. Em 2006, ele também foi candidato, mas a deputado estadual, e praticamente não fez campanha devido aos compromissos com a Seleção Brasileira. Agora, Barbosa projeta a necessidade de 60 a 65 mil votos para o PDT eleger um deputado. “É uma expectativa que eu tenho até de ter essa votação em Bauru”, explica.

Na política, o técnico de basquete também tem experiência. Ele foi titular da então diretoria de Esportes e Lazer, no primeiro governo Tuga Angerami de 1984 a 1989. Permaneceu na administração seguinte, do prefeito Antonio Izzo Filho, como titular na Secretaria de Cultura, Esportes, Lazer e Turismo. Voltou no governo Tuga de 2005 até março de 2006. Barbosa ainda foi Delegado Regional de Esportes de 1972 a 1986.

Paixão pelos treinos começou no Ernesto Monte

A trajetória como treinador da Seleção Brasileira se confunde com a carreira do bauruense Antonio Carlos Barbosa. Ele “sobreviveu” à trocas de comando da Confederação Brasileira de Basketball (CBB). Porém, agora, com a gestão Carlos Nunes e a chegada da Rainha Hortência no comando do basquete feminino pode interromper, novamente, a história do bauruense com a CBB.

Barbosa avalia que se dá bem no basquete porque não pulou etapas. “Talvez eu tenha sido um dos únicos técnicos no Brasil em atividade que tenha começado do começo. Parece redundância mas é aonde todo mundo deveria começar”, define. Sua paixão por treinar inicia-se em 1963 com as meninas do Instituto Ernesto Monte, na época em que cursava o científico.
Na época, o time masculino forte da cidade era o do Guedes de Azevedo. Em 1966, Barbosa ajudou na formação do núcleo de basquete feminino e masculino na Luso e, no ano seguinte, a equipe começou a disputar o Campeonato Paulista. Ele se recorda que a equipe era formada por jogadoras do Ernesto e do Guedes. “Algumas não quiseram vir porque era uma rivalidade muito acirrada. Mas aquelas que eram tops, como a Jacy Guedes, vieram. Veio também a Ana Marisa”, relembra.

Paralelamente ao Luso, Barbosa foi contratado pelo Sesi para atuar na formação de talentos. Em 1968, Bauru sediou o Campeonato Brasileiro entre as seleções adultas de Estados. Barbosa foi convidado como assistente técnico. “Claro que me deram essa função mais em razão do campeonato ser aqui. Foi uma das exigências de Bauru que eu fosse assistente técnico, porque o campeonato seria patrocinado pela cidade”, revela. A oportunidade mostrou o trabalho de Barbosa aos dirigentes do basquete paulista, que levaram o bauruense para ser assistente técnico da Seleção Paulista Juvenil.

Com 26 anos, foi chamado para ser assistente técnico da Seleção Brasileira feminina adulta, em 1971, time que conquistou o Panamericano de Cali, na Colômbia. Em 1973, o amadorismo do basquete da Seleção obrigou Barbosa a optar. Ele resolveu ficar com o trabalho no Sesi em Bauru. Segundo Barbosa, o basquete da cidade ganhou porque o time criou uma hegemonia nas categorias menores de 1972 a 1978.

Nesta época, trouxe Suzete, de 14 anos, uma revelação para o elenco. “Foi realmente aqui que ela estourou”, destaca. O trabalho no Sesi rendeu atletas que chegaram à Seleção Brasileira. “Como Vânia Teixeira que, para mim, foi uma das melhores jogadores e ela está entre as oito melhores do Brasil”, avalia. Nesta época, Barbosa era técnico das seleções Paulista e estudantis dos Jogos Estudantis Brasileiros (JEB’s). O técnico relembra que levou Hortência para os JEB’s em 1976, quando a jogadora tinha 16 anos.

Ele passou a treinar a Seleção Brasileira adulta em 1976 com apenas 31 anos, convidado por Alberto Curi, presidente da CBB. Ele comenta que foi uma época em que a Seleção precisava ser reformulada. Barbosa acabara de vir de um período de estágio de 45 dias nos Estados Unidos, em 1974. Foram dez anos de uma reformulação profunda assimilando conceitos novos até então para os padrões brasileiros. Barbosa relembra que convocou Hortência, com 17 anos, Paula, com 14 anos, e Vânia Teixeira e Marta, ambas com 16 anos.

Ele deixou a Seleção em 1984 com a base para a conquista dos 11º Jogos Panamericanos de, Havana, Cuba, em 1991. “Foi uma saída normal porque havia um desgaste natural. Porque era um amadorismo marrom com as jogadoras começando a ter uma visibilidade mas sem uma conceituação profissional, sem uma estrutura de clube profissional. Elas levavam muita rivalidade do clube para a Seleção”, salienta.

Após este período, ele retornou aos clubes e manteve atividade nas Seleções paulistas e encerrou como técnico de clubes em Bauru em 1989. Nesta época, já vivia a experiência na gestão pública do esporte na Prefeitura de Bauru. Interrompeu por quatro anos a trajetória como treinador. Em 1993, assumiu a Cesp/Unimep, conseguindo levar o time ao vice-campeonato brasileiro. “Das cinco equipes do Estado, era a de menor orçamento e fiz essa equipe ser vice”, comemora.

Em 1996, portanto três anos após retomar a carreira de técnico, Barbosa volta à Seleção na gestão de Renato Miguel Gaia Brito Cunha, na CBB. O técnico bauruense dirigiu a Seleção Juvenil vencendo os Estados Unidos na final do Pré-Mundial e ficando na quarta colocação no Mundial juvenil de 1997. O time juvenil é a atual geração da Seleção principal, com Adrianinha, Kelly, a “Mamá”, Micaela. “É uma colocação inédita porque o Brasil até hoje não foi quarto no Mundial sub-19”, frisa.

Barbosa conta que era para ter saído nesta época porque Gerasime Nicolas Bozikis, o Grego, assumiu a CBB. Porém, estava em cima do Mundial Juvenil e da Copa América. Barbosa foi mantido e conquistou o título inédito da Copa América em 1997. Voltou a dirigir clubes por um curto período. Ele se despediu como técnico da Seleção Brasileira no Panamericano de 2007. O técnico bauruense assumiu, então, o cargo de coordenador das equipes femininas de base da CBB. Convocava técnicos, fazia o acompanhamento de treinos e padrão de jogo. No ano passado, Grego já havia passado Barbosa para a supervisão de seleções.

Fonte: Jornal da Cidade de Bauru

8 comentários:

Mariliza disse...

AH!!! PARA COM ISSO BERT!
FICAR DANDO IBOP NO BLOG PRA ESSE MALA DO BARBOSA????

TÁ COM PENINHA, TÁ??

ESSE CARA SÓ MAMOU ÁS CUSTAS DO DINHEIRO PÚBLICO (VIA CBB) E QUER CONTINUAR NA MAMATA.
SÓ NESSE BRASIL, MESMO!

Anônimo disse...

Barbosa, voce já mamou tanto, entao vê se patrocina um time ai em Bauru e da oportunidades a tantas atletas que querem jogar .
Faça alguma coisa pelo basquete.

Anônimo disse...

realmente o barbosa e todo marrento mas apesar dele ter feito tudo isso pelo brasil a hortencia continua cortando todo mundo que teve uma vida doada ao basquete feminino vai fundo hortencia que estou doida para ve-la afundar e se enforcar com sua corda maligna.detona todos que ajudaram o basquete mesmo mamando e depois reze para vc se dar bem .corta as atletas tambem esqueceu?

Anônimo disse...

Vai com tudo Barbosa! Terá sucesso total com seus projetos assim como teve na seleção. Ou vão me dizer que dona Maria Helena e seu pupilo Bassul Cabeça teve mais vitorias que o velho Barbosa?! É só ver números de vitorias e derrotas a frente da seleção!

Um abraço Barbosa

Anônimo disse...

Barbosa,quem de verdade acompanhou o seu trabalho dentro do basquete feminino,sabe que voce deu muito mais do que recebeu.Para variar ,as pessoas que mais trabalham são as menos reconhecidas.As que encheram o bolso de dinheiro estão ai enchendo um pouco mais.Esse é o nosso basquete feminino.Repleto de injustiças.

Anônimo disse...

Anônimo das 18:45, sei que Barbosa fez muito pelo basquete, mas o basquete também fez muito por ele mas injustiçado é uma palavra que não combina com ele. O velho Barbosa é "safo", nunca deu ponto sem nó e soube cobrar bem pelo seu trabalho, diga-se de passagem, direito de cada um. Portanto, só escrevo pra dizer que injustiçado ele não é mesmo!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

ANONIMO

ANONIMO DE CIMA "SAFO" É UMA PALAVRA PESADA,E COM CERTEZA O BARBOSA NÃO MERECE E NÃO SE ENQUADRA.PERGUNTE AS JOGADORAS QUE JOGA COM ELE,NA SELEÇÃO A GRANDE MAIORIA GOSTAVA DELE,AGORA O QUE ESTA LÁ,É O CONTRÁRIO.LEU ENTREVISTA,SERÁ QUE VOCE, E OUTROS QUE GOSTAM DE SÓ CRITICAR,FIZERAM PELO BASQUETE METADE DO QUE ELE FEZ,PELO MENOS É O QUE ESTA ESCRITO.TEM COISA DE QUANDO EU NEM ERA NASCIDO.OUTRA COISA,HORTENCIA,QUE TRAÍRA,QUE FALTA DE CONSIDERAÇÃO.

Anônimo disse...

Anonimo de cima sem educação que escreve gritando, reintero a palavra, safo, isso mesmo. Gosto do Barbosa, sei que fez muito pelo basquete, mas é safo, pergunte a ele mesmo, se surpreenderá se ele concordar comigo? Alias no basquete os "safos" sobrevivem, vc não acha?