Minnesota e Atlanta ao meio dia, por Rafael de Oliveira

O Rafael de Oliveira é um desses felizes contatos que o blog me proporcionou. Brasileiro e fã do basquete, ele mora atualmente em Minneapolis (EUA). Ontem, ele me surpreendeu com novidades: havia assistido à vitória do Atlanta sobre o Minnesota, pela WNBA.

Gentilmente ele divide conosco suas impressões sobre a partida e seus registros fotográficos do evento: 

Bert e amigos do blog, ontem tive a oportunidade de comparecer ao Target Center para assistir ao jogo Minnesota Lynx e Atlanta Dream. Era meu penúltimo dia de aula. E um dia importante, pois era a revisão para a minha prova final aqui na Universidade de St. Thomas. Tentei resitir, mas nao deu. “Matei” a última aula e fui ver o jogo.

Foi uma emoção grande poder ver as duas brasileiras, Érika e Iziane, em quadra. Não vou entrar no assunto seleção. Nao é o caso. Quando chequei o horario do jogo no site do Lynx fiquei surpreso, pois estava marcado para o meio dia de uma quarta-feira. Pensei que fosse estar totalmente vazia a arena. Quem iria ver um jogo de basquete feminino ao meio dia de uma quarta feira? Para minha surpresa havia 11.245 pessoas presentes, sendo aproximadamente dez mil criancas entre quatro a dez anos,  parte do projeto de férias dos americanos. Foi uma bagunca só. A criançada realmente curtiu o jogo. O mais interessante é que eles entendiam o que estava acontecendo, como uma jogada de efeito, ou quando uma equipe precisava melhorar a defesa. Um DJ colaborava com músicas de incentivo.

Essa seria uma idéia interessante para a Hortência implantar na Liga Nacional: horários específicos para as escolas. Perguntei para um dos professores como eles trabalham isso aqui. Ele respondeu que eles fazem um preparatório antes, explicando sobre o basquete, mostrando fotos das jogadoras, falando sobre o histórico delas. E as crianças criam cartazes e faixas, com frases de incentivo. Tudo de maneira lúdica, bem legal mesmo.

Iziane e Érika iniciaram o jogo como titulares. Iziane abriu o placar com uma cesta de três pontos. Logo em seguida, Érika fez a cesta e recebeu a falta, convertendo o lance livre adicional. Ou seja, seis pontos iniciais brasileiros. Érika estava muito bem na defesa. As pivôs do Minnesota têm um jogo de força, mas a “Érikão” domina dentro da área pintada. É a pivô que o Brasil precisa: pivô 5 alta e forte. Irá fazer a diferença.

Iziane estava com a mão boa ontem. Anotou 20 pontos, em 25:16 jogados. Foi muito eficiente no ataque, mas cometeu alguns erros básicos na defesa, com por exemplo: levar bola nas costas, cometer falta após cesta convertida, erros de passe, e uma andada. Contudo, ela foi muito bem no momento em que o time mais precisou. Ela voltou à quadra convertendo uma cesta importante de três pontos, quando o Lynx tinha encostado no placar.

Érika jogou menos. Logo no inicio cometeu três faltas, que prejudicaram a sua performance no jogo. Mas o tempo todo ela, mesmo no banco, vibrou e jogou junto com sua equipe. Ambas terminaram o jogo com excelentes números de eficiência.

Sentei  quatros fileiras atrás do banco do time do Atlanta. Aqui, quanto mais perto da quadra, mais caro o ingresso. Esse meu custou 45 dólares. Prestei mais atenção nas meninas do que no próprio jogo. A todo tempo elas conversavam (em português), parecendo estar em perfeita sintonia. Devido ao barulho das crianças, nao consegui escutar o que a técnica pedia.

No final do jogo, esperei a saída das jogadoras e pedi uma foto, avisando que mandaria para o blog.

Abraco a todos, continuem acreditando em dias melhores para o nosso basquete feminino.

Rafael de Oliveira