Hortência diz que "Iziane não precisa decidir sobre seleção agora"

Bruno Doro e Marcos Jorge

Diretora de basquete feminino da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), a ex-jogadora Hortência admitiu nesta terça-feira que, mesmo convocada, a ala Iziane ainda não confirmou se aceita ou não voltar a defender a seleção brasileira. A atleta, que está no Atlanta da WNBA, está na lista do técnico Paulo Bassul para a Copa América.

“A Iziane não precisa responder agora. A gente nem sabe se ela vai poder jogar. Ela está na WNBA e se o time dela se classificar (para os playoffs), ela não poderá jogar. Agora, se o time dela for desclassificado, eu tomo um avião imediatamente e vou para lá, falar com ela sobre a possibilidade", afirma a atleta.

Segundo Hortência, ela tem falado com a jogadora para não tomar uma decisão precipitada. Iziane e Paulo Bassul brigaram no Pré-Olímpico do ano passado, depois que a jogadora se recusou a entrar em uma partida. Após o incidente, os dois trocaram farpas - Bassul chegou a dizer que não contava mais com a ala.

"O que eu tenho pedido é para amadurecer a ideia. Pensar antes de dar a resposta. Não vou ligar e perguntar: 'E aí? Você vai ou não vai?' Não precisa disso. Pode ser que a resposta dela seja não. Seja sim. Mas não pode ser uma decisão precipitada, tomada sem conversar comigo, sem receber as informações que ela está recebendo agora. Agora, se mesmo depois de falar comigo ela falar não, paciência".

Além de Iziane, Hortência foi a responsável também pela volta de veteranas como a armadora Helen e a pivô Alessandra, que, inclusive, segue em disputa judicial com a CBB. Ela processa a entidade por ter se machucado no Mundial de 2006, em São Paulo.

"O caso da Alessandra, eu passei para o jurídico", diz a ex-jogadora, sem entrar em detalhes. "A convocação da Alessandra é um caso puramente técnico. Se ela aceita a convocação, pode jogar. O problema jurídico com a CBB é de outra administração e não pode influir na seleção", completa o presidente da entidade, Carlos Nunes.

Segundo Hortência, tanto Helen, quanto Alessandra compraram o novo projeto está sendo implantar para o basquete feminino. "A gente tem que ter equilíbrio. É um novo basquete, uma nova gestão, novas ideias. Temos de apostar. E temos de ter bom senso. Eu gostaria que essa situação se resolvesse de uma maneira que fosse boa para a Alessandra e para a confederação", diz Hortência.

Para a também ex-jogadora Magic Paula, a volta das veteranas acaba sendo uma maneira de começar a lidar a dificuldade de renovação que o basquete feminino sofre há alguns anos. "Temos dois problemas. O presente e o futuro. Para o presente, temos de resgatar jogadoras que muitos já não pensavam que pudessem voltar. Para o futuro, temos que já pensar em uma geração que será usada em oito anos", diz.

PRESIDENTE DIZ QUE NÃO FALOU COM BASSUL SOBRE PERMANÊNCIA

Presidente da CBB, o gaúcho Carlos Nunes admitiu na terça-feira, durante festa de premiação do NBB, que não conversou com o técnico Paulo Bassul. Quando Nunes assumiu a CBB, ele disse que iria avaliar a permanência no cargo, por causa dos problemas com a ala Iziane.
"Olha, para ser sincero, eu não falei com ele. A Hortência é quem cuida disso e foi ela quem conversou", afirmou o dirigente.
A ex-jogadora chegou à CBB junto com Nunes e recebeu carta branca para trabalhar com o basquete feminino.

Fonte: UOL