Ala gaúcha retorna à seleção juvenil

A ala Isadora Serpa está curtindo a volta à seleção brasileira. Em 2008, a gaúcha ficou de fora da Copa América Sub-18 e este ano não participou da primeira fase de treinamento da seleção sub-19, realizada em março. Mas a jogadora deu a volta por cima e, com treino e muita dedicação, Isadora foi convocada para a etapa final de preparação rumo ao 8º Campeonato Mundial Sub-19, que será realizado de 23 de julho a 2 de agosto, em Bangkok, capital da Tailândia. A última competição oficial que Isadora participou foi o Sul-Americano Sub-16, em 2007, no Equador, onde o Brasil foi vice-campeão. De volta ao grupo, a atleta do time juvenil do Divino/COC/Jundiaí (SP) disse ter sido surpreendida com a convocação e que o esforço está valendo a pena, pois vem alcançando grandes progressos.

 

— Não esperava ser chamada agora, mas venho treinando muito no clube para melhorar tanto física quanto tecnicamente e acho que está dando resultado. Todas as horas extras de trabalho físico estão melhorando minha velocidade e explosão, que eram os pontos mais fracos do meu jogo.

 

Isadora começou no basquete aos oito anos, na escola. O primeiro clube foi o Corinthians de Santa Maria, sua cidade natal, no interior do Rio Grande do Sul. Depois se mudou para São Leopoldo, onde atuou por dois anos no Colégio Sinodal, dividindo apartamento com outra jogadora, no prédio dentro da escola. Agora, está na segunda temporada no Divino/COC/Jundiaí, na grande São Paulo, e mora na república do time com outras 11 meninas.

 

— Fui para a escolinha de basquete por influência dos meus amigos. Aos poucos, todos foram desistindo e só eu fiquei. Tinha vezes que eu queria parar, porque achava que ninguém me passava a bola. Mas vi que a “fominha” era eu mesma. E jogadora assim não tem futuro. Amadureci e aprendi a passar a bola. Tive que me virar muito cedo. Quando morava em São Leopoldo, limpava casa, lavava banheiro. Senti falta da minha família, mas me acostumei. Lendo a biografia da “Magic” Paula me emocionei quando ela conta as dificuldades de morar fora de casa no início da carreira, mas ela superou tudo e fez uma carreira brilhante — disse Isadora, que está no primeiro ano da faculdade de Educação Física, em Jundiaí.

 

Além da ex-armadora Paula, a gaúcha Isa, como é chamada, admira várias atletas do mundo inteiro e, de brincadeira, montou sua atleta perfeita.

 

— A jogadora ideal para mim seria aquela com o controle de bola da Sue Bird (Estados Unidos), o jump da Janeth, o chute de três da Diana Taurasi (Estados Unidos), o rebote da Lisa Leslie (Estados Unidos), o contra-ataque da Micaela, a garra da Êga, e a técnica da australiana Lauren Jackson — sonha Isadora.

 

Determinação é a marca registrada da ala, que tem 1,75m de altura. Dentro ou fora de quadra, a atleta luta pelo que quer, seja um bom passe ou um valioso par de tênis.

 

— No Mundial Feminino de 2006, no Ibirapuera (SP), eu escrevi um bilhete em inglês para a Sue Bird e fui para o ônibus da seleção americana. Ela pegou a cartinha e abriu a bolsa. Pensei “ela vai pegar uma camisa velha ou uma foto”. Não, ela assinou um par de tênis para me dar. Aí um espertinho quis pegar por cima da minha cabeça. Eu arranquei o tênis da mão dele e dei um empurrão. É o meu grande tesouro que fica guardado na minha casa — conta a jovem, que vai usar a mesma garra para ajudar o Brasil nas competições.

A seleção brasileira treina em Jundiaí até o dia 8 de julho, quando embarca para Lisboa, em Portugal, para os Jogos da Lusofonia. Na competição, o Brasil vai enfrentar Cabo Verde (dia 12 de julho), Moçambique (15), Angola (18) e Portugal (19). Depois, a equipe segue para Tailândia, onde estreia contra as donas da casa no dia 23 de julho pelo grupo “B”. Ainda pela fase de classificação jogam contra a República Tcheca (24) e a Lituânia (25).

 

PAULO BASSUL EM JUNDIAÍ

 

O técnico da seleção brasileira adulta feminina, Paulo Bassul, está em Jundiaí acompanhando os treinos da equipe sub-19 e os jogos do Campeonato Paulista. Nesta quinta-feira (dia 4), Bassul esteve em Catanduva para assistir à partida Catanduva x Americana.

O Lucas Canossa aproveitou e registrou a passagem do treinador pelo Anuar Pachá.