Daniel Brito
O gaúcho Carlos Nunes, novo presidente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), pretende "doar" o Campeonato Nacional feminino adulto à recém-criada Liga Nacional de Basquete (LNB), que organiza a competição masculina pela primeira vez nesta temporada.
Nunes já entrou em contato com Kouros Monadjemi, presidente da LNB, para dar início à viabilização da ideia. "A liga masculina (LNB) foi a melhor coisa que aconteceu para o basquete brasileiro. Gostaria muito de ver uma igual no feminino. Mas o Kouros (Monadjemi) me disse que seriam necessários três anos para isso se concretizar", disse Nunes.
O substituto de Gerasime Bozikis acredita que a Confederação deve se preocupar apenas com as Seleções Brasileiras e com as categorias de base. "Mas enquanto a CBB tiver condições de organizar e puder manter os times na disputa do Nacional feminino, vamos prosseguir à frente", garantiu Nunes, cuja cerimônia de posse foi realizada há dois dias, no Rio de Janeiro.
Monadjemi, por sua vez, acredita que a "doação" do Nacional feminino só poderá se tornar realidade após a consolidação do campeonato masculino. "Nem sequer analisávamos a entrada de uma competição feminina neste momento", admitiu o presidente da LNB.
"O que precisamos é esperar o enraizamento do torneio para homens que está sendo disputado neste momento", justificou o dirigente. Ele tem um encontro marcado com Nunes para a próxima semana.
Apesar da parceria com a TV Globo, que exibe os jogos da liga em um canal fechado, a LNB ainda sofre com a falta de um patrocinador de peso.
"Continuamos com dificuldades financeiras. Sempre aparece um patrocinador individual, para uma placa no ginásio, mas não temos quem banque os playoffs, por exemplo", explicou Monadjemi, citando a fase final da LNB, com início previsto para a próxima semana. "Cada clube participante da liga necessita de R$ 2 milhões por temporada. Os estudos iniciais indicam que o basquete é o esporte de maior visibilidade atualmente, depois de futebol e Fórmula 1."
CAMPEÃO DA MESMICE
Desde 2002, pelo menos quatro times do Estado disputam o título brasileiro em um torneio com, no máximo, nove participantes. No ano passado, seis das nove equipes que disputaram a competição eram de São Paulo, contra uma pernambucana, uma catarinense e uma carioca.
Em apenas três das 11 edições do Nacional feminino o caneco não foi parar na sala de troféus de um clube paulista: em 1998 (o Fluminense foi campeão naquela temporada), 2000 (Paraná) e 2001 (Vasco). O que diminui ainda mais o interesse do público pelo Nacional é o domínio exercido pelo Ourinhos/Unimed. A equipe do Interior paulista é a atual pentacampeã da competição - é campeã com sobras desde a edição de 2004.
Fonte: Jornal da Tarde
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