quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Preparadores físicos duelam na final do Nacional


Colchões Castor/FIO/Unimed/Ourinhos e Unimed/FAM/Goodyear/Americana iniciam nesta sexta-feira (20h de Brasília), no ginásio Monstrinho, em Ourinhos, a disputa do playoff final (melhor de cinco) do 11º Campeonato Nacional de Basquete Feminino (CNBF 2008). O SPORTV2 transmite ao vivo. Além da técnica, outro fator se mostra fundamental para o bom desempenho das equipes em quadra: a preparação física. Nos jogos que decidirão qual é a melhor equipe do Brasil, o público não verá apenas o duelo entre talentos técnicos e estratégias táticas. Para que as jogadoras mantenham a performance durante toda uma partida ou competição entra em cena o preparador físico: João Nunes por Ourinhos e Clóvis Haddad, o Vita, por Americana.

Os dois profissionais estão acostumados a levar seus times a decisões. Clóvis está em Americana há sete anos e foi campeão do Nacional em 2003 e vice em 2002 e 2004. João ajudou o Ourinhos em duas de quatro conquistas (2006 e 2007) e foi campeão pelo Vasco em 2001. Apesar de adversários no Nacional, os dois têm várias coisas em comum. Ambos também trabalham nas seleções brasileiras (João na adulta e Clóvis nas categorias de base). Estudiosos e dedicados, João e Clóvis mostram ainda um discurso afinado quanto à importância da preparação física no treinamento esportivo e da harmonia entre o preparador e o técnico.

— É preciso entender que o treinamento é um só e as partes física e técnica interagem o tempo inteiro. Trabalhamos com o conceito de periodização, que é o planejamento das cargas para que a equipe atinja o ápice físico, técnico e tático no final da competição. A presença de um profissional gabaritado e especializado na modalidade basquete é uma prática importante para o sucesso da equipe, pois previne lesões, desgastes e garante a qualidade técnica dos movimentos. Não é coincidência que os dois times finalistas sejam os que mais investiram nessa área — explica João Nunes, doutorando em Treinamento Desportivo na área de biodinâmica do movimento da Universidade de São Paulo.

— A preparação física trabalha para que o atleta mantenha a performance sem perder o padrão dos movimentos, evitando fadigas e mantendo a qualidade técnica. Além disso, promove a recuperação rápida entre os jogos. Organizamos um planejamento desde o início da temporada, com trabalho de força e estímulos específicos de um jogo de basquete para que as atletas acumulem uma condição física boa e estejam no auge para as finais da competição. Para isso, é fundamental o entendimento entre preparador e técnico para que os objetivos sejam alcançados — completou Clóvis, especialista em treinamento desportivo pela Universidade Estadual de Londrina e em treinamento desportivo e de força pelo Instituto de Cultura Física de Moscou (Rússia).

Ourinhos chega às finais após derrotar Santo André por três a zero na semifinal. Já Americana vem de uma desgastante série contra Catanduva, vencida por três a dois na última terça-feira. Apesar dessa diferença, os dois preparadores físicos garantem que suas equipes estão muito bem e os objetivos estão sendo alcançados.

— Com certeza, no aspecto físico as duas equipes estão em ótimas condições. Ourinhos teve mais tempo para descansar, mas nós estamos em um ritmo intenso e muito satisfeitos com a vitória. Esse embalo pode ser favorável para a gente. E chegamos ao quinto jogo bem na parte física, mantendo a intensidade, velocidade e qualidade técnica — disse Clóvis.

— Acredito que os dois times chegaram no seu ápice nessa reta final. Conseguimos atender aos objetivos da temporada e Ourinhos está voando em quadra. A velocidade do nosso jogo de transição mostra isso. Conseguimos recuperar bem o grupo para o playoff decisivo e esperamos manter a agilidade e o alto padrão técnico da equipe — comentou João.

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