sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Duelo de novatos marca a decisão do Nacional (FOLHA)

Ourinhos e Americana começam hoje disputa pelo título feminino de basquete

Nunca antes final do torneio registrou confronto entre treinadores estreantes, como Branca e Uruba, em competição deste nível


Um duelo de novatos marcará a decisão do Nacional feminino de basquete, entre Ourinhos e Americana, que começa hoje, no ginásio Monstrinho.
Nunca antes a decisão do Nacional teve um choque entre treinadores que não haviam disputado uma competição deste nível anteriormente.
De um lado está Urubatan Lopes Paccini, 59, o Uruba, do Ourinhos, que disputa seu primeiro torneio como comandante de um time adulto.
Uruba viveu três anos na sombra, como assistente de Paulo Bassul, treinador da seleção e comandante do atual tetracampeão do Brasileiro.
A chance de dirigir a equipe surgiu após o Paulista, quando o Catanduva quebrou uma hegemonia de quatro anos do Ourinhos nas quadras do Estado.
Com o clube insatisfeito com o técnico, que já havia fracassado com a seleção na Olimpíada -o Brasil foi o penúltimo em Pequim-, Bassul foi demitido, abrindo vaga para Uruba. "Foi uma transição tranqüila. Conhecia todas as jogadoras e já havia substituído o Bassul em suas ausências para dirigir a seleção", rememora o treinador.
Na final, o técnico reencontrará uma antiga amiga, mas dirigindo a equipe adversária.
Quando dava seus primeiros passos com a prancheta -era assistente das categorias de base do Assis-, ele acompanhou o surgimento de dois jovens talentos: as irmãs Paula e Branca.
"Conheço o Uruba há uns 30 anos. Sempre mantivemos laços afetivos", conta Maria Angélica Gonçalves, a Branca. "A gente é amigo e se gosta muito. Todas as vezes que a gente tem chance, nós nos falamos. As duas [Paula e Branca] são muito especiais", devolve Uruba.
Apesar de mais jovem, Branca, 42, possui um pouco mais de experiência no comando de um time adulto. Dirigiu o Piracicaba no Paulista-06. Mas a equipe, com pouca verba, não passou da penúltima colocação.
Para montar o elenco, Branca recorreu a antigas amizades. Para dar sustentação ao grupo, avalizou a vinda da ala Adriana, 37, que não atuava em quadras nacionais havia sete anos.
Outro sustentáculo da equipe é a armadora Karla, 30, titular da seleção na Olimpíada.
"Mas Ourinhos é favorito. Eles têm uma verba de R$ 70 mil mensais. Não temos nem a metade disso", comenta Branca, apontando o abismo financeiro entre as contendoras.
De fato, Ourinhos é o favorito. O elenco conta com uma equipe inteira que defendeu o Brasil em Pequim-08: Karen, Chuca, Micaela, Êga e Mamá.
Pesa contra o elenco mais estrelado do país o fato de não ter conquistado nenhum título significativo neste ano. Perdeu o Paulista e os Jogos Abertos do Interior para o Catanduva.

Treinador começa já "por cima"

Treinador com larga experiência nas categorias de base, Uruba passou a comandar um time adulto apenas neste Nacional. Não bastasse isso, assumiu logo a equipe que detém a mais longa hegemonia do país: há quatro anos não deixa escapar o título. O Ourinhos ostenta aproveitamento de 82% em Nacionais.

FOLHA - Como é dirigir a principal equipe do país?
URUBA - É um excelente elenco, preparado para ganhar. Mas é preciso dar um bom tempo de quadra para cada uma, para não desagradar a ninguém.

FOLHA - Há paralelo entre sua trajetória e a da Branca?
URUBA - Acho que nós tivemos uma boa oportunidade e a agarramos. Será muito bom enfrentá-la na final. É uma amiga.

FOLHA - Foi uma surpresa Americana chegar à final?
URUBA - Catanduva, como campeã paulista, era a favorita. Mas a Branca conseguiu fazer o time jogar como conjunto e venceu [a série por 3 a 2].

INEXPERIENTES DECIDIRAM EM 2002


Em 2002, o Nacional teve duelo entre treinadores que estreavam em decisões, mas já tinham disputado o torneio. Foi no confronto entre Guaru, de Alexandre Cato, que bateu o Americana, de Paulo Bassul, por 3 a 0.

Fonte: Folha de São Paulo

Nenhum comentário: