Dirigente de entidade continental do esporte afirma que jovens jogam pouco
Alberto García defende que liga independente é só 1º passo e faz crítica à falta de preparo de técnicos de categorias menores no país
ADALBERTO LEISTER FILHO
Apontada como uma panacéia para o basquete brasileiro, a constituição de uma liga independente não irá alçar o país de volta à elite da modalidade.
Essa é a avaliação de Alberto García, secretário-geral da Fiba América (entidade que comanda o basquete no continente). Para ele, o problema do país começa com a má formação dos atletas nas categorias de base.
"Felicito a CBB [Confederação Brasileira de Basquete] por seguir esse caminho [constituição da liga independente]", diz. "Mas isso é uma questão de curto prazo. Para mim, o Brasil tem um problema nas categorias menores, nas quais necessita jogar adequadamente e com treinadores mais bem preparados", pondera o argentino.
Citando exemplos de países como Argentina e EUA, García afirma que no Brasil se joga pouco, o que dificulta a formação de novos jogadores.
"É preciso que os garotos treinem cinco vezes por semana e contem com um torneio adequado, que dure de nove a dez meses e tenha de 30 a 40 partidas por ano", enumera.
De acordo com García, no Brasil isso não ocorre.
"Perguntei certa vez quantas partidas joga um menino de 14 anos do Franca, e me disseram que eram dez por ano. Como é que você vai desenvolver um talento assim?", questiona.
O dirigente foi artífice da iniciativa das federações da América do Sul de constituírem uma nova entidade, a Associação de Basquete Sul-Americana, cujo presidente eleito foi Gerasime Bozikis, o Grego, mandatário da Confederação Brasileira de Basquete.
O órgão deve receber chancela oficial na próxima assembléia da Fiba América, em março, em Porto Rico, sucedendo a Consubasquet (Confederação Sul-Americana de Basquete), destituída há três meses.
Independentemente de apoiar Grego na questão continental, García aponta erros no basquete doméstico. "É necessária uma formação melhor para os treinadores brasileiros."
Para Lula, técnico do Brasília e ex-comandante da seleção, isso não é regra. "Em São Paulo, vários profissionais têm despontado com bons trabalhos."
Com profissionais despreparados ou não, o fato é que o país tem colecionado vexames até nos Sul-Americanos de base.
Em 2008, a seleção masculina foi só terceira colocada no sub-15. Mais amarga foi a derrota para a Argentina na versão feminina do Sul-Americano.
"Mas mais importante do que títulos é formar jogadores", diz Guerrinha, técnico do Bauru e ex-assistente na seleção.
Treinadores pedem escola de formação
Os técnicos de equipes que disputarão o Nacional-09 concordam que falta um curso para a formação de novos profissionais.
Para Lula, do Brasília, vice-campeão do Nacional-08, essa carência pode ser preenchida pela liga independente, lançada anteontem. "Discutimos a criação de uma escola de treinadores. Ela vai sair. Talvez não com um espaço físico, mas com cursos."
Lula defende a idéia de que os técnicos tenham que passar pela escola para obter um certificado.
"O Paulo Bassul [técnico da seleção feminina] não conseguiu trabalhar na Itália porque não tinha registro. Poderíamos fazer o mesmo por aqui", afirma.
Guerrinha, do Bauru, diz que as clínicas, normalmente de dois dias, promovidas por CBB ou federação paulista não são suficientes. "Elas servem para despertar o interesse. Mas é necessário formação mais aprofundada."
Paulo Sampaio, técnico do Flamengo, campeão nacional, diz que a idéia foi discutida em reunião dos treinadores dos times da liga. "Precisamos mostrar para os técnicos da base como é o trabalho."
Alberto García defende que liga independente é só 1º passo e faz crítica à falta de preparo de técnicos de categorias menores no país
ADALBERTO LEISTER FILHO
Apontada como uma panacéia para o basquete brasileiro, a constituição de uma liga independente não irá alçar o país de volta à elite da modalidade.
Essa é a avaliação de Alberto García, secretário-geral da Fiba América (entidade que comanda o basquete no continente). Para ele, o problema do país começa com a má formação dos atletas nas categorias de base.
"Felicito a CBB [Confederação Brasileira de Basquete] por seguir esse caminho [constituição da liga independente]", diz. "Mas isso é uma questão de curto prazo. Para mim, o Brasil tem um problema nas categorias menores, nas quais necessita jogar adequadamente e com treinadores mais bem preparados", pondera o argentino.
Citando exemplos de países como Argentina e EUA, García afirma que no Brasil se joga pouco, o que dificulta a formação de novos jogadores.
"É preciso que os garotos treinem cinco vezes por semana e contem com um torneio adequado, que dure de nove a dez meses e tenha de 30 a 40 partidas por ano", enumera.
De acordo com García, no Brasil isso não ocorre.
"Perguntei certa vez quantas partidas joga um menino de 14 anos do Franca, e me disseram que eram dez por ano. Como é que você vai desenvolver um talento assim?", questiona.
O dirigente foi artífice da iniciativa das federações da América do Sul de constituírem uma nova entidade, a Associação de Basquete Sul-Americana, cujo presidente eleito foi Gerasime Bozikis, o Grego, mandatário da Confederação Brasileira de Basquete.
O órgão deve receber chancela oficial na próxima assembléia da Fiba América, em março, em Porto Rico, sucedendo a Consubasquet (Confederação Sul-Americana de Basquete), destituída há três meses.
Independentemente de apoiar Grego na questão continental, García aponta erros no basquete doméstico. "É necessária uma formação melhor para os treinadores brasileiros."
Para Lula, técnico do Brasília e ex-comandante da seleção, isso não é regra. "Em São Paulo, vários profissionais têm despontado com bons trabalhos."
Com profissionais despreparados ou não, o fato é que o país tem colecionado vexames até nos Sul-Americanos de base.
Em 2008, a seleção masculina foi só terceira colocada no sub-15. Mais amarga foi a derrota para a Argentina na versão feminina do Sul-Americano.
"Mas mais importante do que títulos é formar jogadores", diz Guerrinha, técnico do Bauru e ex-assistente na seleção.
Treinadores pedem escola de formação
Os técnicos de equipes que disputarão o Nacional-09 concordam que falta um curso para a formação de novos profissionais.
Para Lula, do Brasília, vice-campeão do Nacional-08, essa carência pode ser preenchida pela liga independente, lançada anteontem. "Discutimos a criação de uma escola de treinadores. Ela vai sair. Talvez não com um espaço físico, mas com cursos."
Lula defende a idéia de que os técnicos tenham que passar pela escola para obter um certificado.
"O Paulo Bassul [técnico da seleção feminina] não conseguiu trabalhar na Itália porque não tinha registro. Poderíamos fazer o mesmo por aqui", afirma.
Guerrinha, do Bauru, diz que as clínicas, normalmente de dois dias, promovidas por CBB ou federação paulista não são suficientes. "Elas servem para despertar o interesse. Mas é necessário formação mais aprofundada."
Paulo Sampaio, técnico do Flamengo, campeão nacional, diz que a idéia foi discutida em reunião dos treinadores dos times da liga. "Precisamos mostrar para os técnicos da base como é o trabalho."
Fonte: Folha de São Paulo
4 comentários:
Não consigo entender pq ninguém olha para o Trabalho de base de Americana. São mais de 1.000 meninas no Projeto de 7 a 21 anos? Alguém sabe disso ? São 19 categorias em 3 cidades do Projeto?? Alguém da CBB ou da FPB já foram ver isso?? Saiam de trás das mesas e comecem a andar por ai que vcs vão achar muita coisa boa. Não inventem a roda!
Espero que as palavras deste senhor nao sejam levada a sério, pois levar a criança a especialização precoce nao é a solução para o problema. O trabalho deve ser longitudinal, isto é, organizado, planejado e com competições que possam motivar, educar e ensinar a prática da modalidade buscando talentos, mas respeitando o tempo de cada um.
Infelizmente esta fala é a mesma de sempre e por causa disso o basquete esta assim.
O trabalho de base deve ser realizado com profissionais dispostos a trabalhar sem buscar de imediato o reconhecimento. Assim como, os talentos não podem ser entregues a profissionais que pouco estuda e entendem o basquete.
Perguntos aos leitores deste blog. Quem é o Tarallo? O que ele conseguiu de resultado com as meninas que apareceram para o basquete e foram entregues a ele?
Espero que o despreparo dos técnicos e do trabalho de base seja revisto com inteligencia e não com quantidade de treino e desrespeito à criança que procura à prática do basquetebol.
Creio que a Má-Qualidade dos técnicos formadores do basquetebol Brasileiro ainda não supera a quantidade de atletas que aparecem todos os dias!!Porém, de nada adianta uma escola de treinadores no Brasil, se esta for frequentada somente por técnicos que se dizem renomados!Temos que dar conhecimento aos técnicos FORMADORES. Quanto á formação precoce...Acho que esse é um dos problemas do esporte Brasileiro!!Não estamos sabendo lidar com a situação... Falamos tanto em nos espelhar em Argentinos e, no entanto se vermos como é feita a base por lá, vamos notar que existe uma forma de trabalho bem próxima daquilo que chamamos de especialização precoce, com sistemoas utilizados desde os 8 ou 9 anos.Enquanto no Brasil deixamos as criancas simplesmente correrem driblando a bola sem nenhum tipo de orientação, crendo que se o fizermos de forma diferente, buscando, dentro de um nivel adequado, estamos especializando nossas crianças!!
Precisamos dar conhecimento pra quem trabalha com BASE!!!
Leigo
HOJE, NÃO EXISTE SÓ AMERICANA QUE TEM CATEGORIA DE BASE COMPLETA,CONTENDO MENINAS DESDE MINI ATÉ SUB-21,SANTO ANDRÉ,SÃO CAETANO,SÃO BERNARDO TAMBÉM TEM...SERÁ QUE A CBB E FPB TERIAM DE OLHAR SÓ PARA AMERICANA? E ESSES OUTROS PROJETOS? JA QUE O ASSUNTO É CRESCIMENTO,TODOS OS PROJETOS DEVEM SER VALIDOS,E NÃO QUERER COLOCAR UM SÓ EM FOCO......
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