quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Com ajuda de última hora, Santo André disputa mais um Nacional


Marta Teixeira

Versão feminina da tradição de Franca no basquete, a equipe de Santo André quase ficou fora do Campeonato Nacional feminino deste ano. Graças a um esforço conjunto de última hora, o time andreense conseguiu negociar as placas de publicidade no ginásio em que atua e confirmou sua participação na 11ª edição do evento.
Com mais de 50 anos consecutivos de atividades no basquete, Santo André é o único clube que disputou todos os Nacionais realizados. Mas pelo sétimo ano seguido, esta seqüência teve de ser defendida 'à unha'.

Mantida exclusivamente com recursos da Prefeitura, a equipe já estava com sua verba anual completamente comprometida e não tinha de onde tirar os recursos para bancar os gastos com o Nacional. 'Mas na última hora, a Prefeitura não quis que ficássemos de fora', lembra a técnica Laís Elena. 'Eles disseram, vamos nos virar aqui com todo mundo procurando dinheiro'.

O empenho surtiu efeito e com o dinheiro da venda das 14 placas de publicidade do ginásio, o orçamento foi completado. Nos três meses de disputa, o time receberá R$ 42 mil (R$ 1 mil/mês por placa). O dinheiro pagará as taxas de arbitragem, estadia e alimentação. O salário das atletas já estava assegurado pelos recursos da Prefeitura, afirma Laís.

Técnica da equipe adulta desde 1978 e trabalhando na cidade desde 64, ela acompanhou os altos e baixos pelos quais o clube passou nos últimos anos. 'São quase 55 anos de história do basquete em Santo André', lembra emocionada. Primeiro colocado no ranking da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) com 186 jogos disputados no Nacional (111 vitórias), o clube sempre se caracterizou por manter atividades constantes nas categorias de base e projetos sociais.

Mas nem toda esta tradição evitou que o time permanecesse sem patrocínio desde 2001. Agora, ela acredita que a história possa mudar. A esperança é a Lei de Incentivo Fiscal do Governo Federal.

O projeto já foi enviado para Brasília (DF) e, segundo ela, passou pela área técnica. 'A gente tem a esperança que com a abertura da Lei de Incentivo conseguiremos o apoio necessário'. Mesmo com as dificuldades para se manter, Santo André atende cerca de 100 crianças em suas categorias de base e no trabalho social desenvolvido atualmente em quatro núcleos.

Com os recursos do esperado futuro patrocinador, Laís destaca que a intenção é expandir este horizonte, criando centros de desenvolvimento esportivo nas escolas da rede municipal. Mas por enquanto, a luta é para honrar a tradição.

Mais uma vez com uma equipe modesta, Santo André estréia no Nacional dia 8, enfrentando o Açúcar Cometa/Unimed/Catanduva, às 20 horas, no ABC paulista. Terceiro colocado no Campeonato Paulista, o time tem aproveitado a prata da casa para se estruturar e contará com sete jogadoras formadas nas próprias equipes de base.

'Nosso time tem regularidade ruim em função da juventude do grupo. Mas é uma equipe guerreira, que briga muito. Pode ser que no percurso do torneio venha a apresentar algumas surpresas. Temos chances de ficar entre os quatro (semifinalistas), são pequenas, mas temos', conforma-se.

Fonte: Gazeta Esportiva

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns a Laís helena!!sua força e caráter!!muito boa técnica!!!