A seleção feminina de basquete ganhou um bom motivo para ficar otimista para a disputa dos Jogos Olímpicos Pequim 2008. O time derrotou a Espanha, quinta colocada no ranking mundial, por 64 a 59 (29 a 32) em jogo-treino realizado no Ginásio Shijingshan, nesta segunda-feira, 04 de agosto, na capital chinesa.
"Gostei. O meu objetivo, que era dar ritmo ao time, foi atingido. O time começou mal, depois se acertou. Gostei muito da defesa. Tomar menos de sessenta pontos de um time desse é louvável. Mas temos muita coisa pra melhorar ainda. Estes jogos servem pra isso", comemorou o técnico Paulo Bassul, lembrando que, antes da estréia nos Jogos, o Brasil ainda enfrenta a Nova Zelandia, na próxima quinta-feira, 07 de agosto.
Micaela, que vem de um estiramento na coxa sofrido quando a seleção ainda estava em São Paulo, e Kelly, que viajou para a China direto dos Estados Unidos - onde joga - e não participou da preparação com a equipe, ficaram fora do quinteto inicial. O time que entrou em quadra pra enfrentar as espanholas tinha Karla, Claudinha, Chuca, Êga e a pivô Grazi, substituta de Erika, que não se recuperou de uma fratura por estresse e foi cortada.
A Espanha abriu uma diferença de 10 pontos nos primeiros cinco minutos e, logo depois, Micaela e Kelly saíram do banco para ajudar o Brasil a empatar o jogo em 13 a 13 ao fim do quarto inicial. A equipe brasileira teve muitas mudanças ao longo do segundo quarto, com o técnico Paulo Bassul testando diferentes formações e jogadoras até o fim do primeiro tempo, que terminou com o Brasil atrás no placar.
"O Paulinho falou que não ia me forçar muito. Eu não senti dor, mas, correndo, ainda penso na lesão. Mas tenho treinado normalmente, está tudo tranqüilo. Só preciso ter ritmo, tenho que estar cem porcento ate sábado", comentou a ala Micaela, referindo-se à estréia do Brasil contra a Coréia do Sul, no sábado, 09 de agosto.
Bassul fez um diagnóstico parecido. "A Espanha poupou a Valdemoro, nós poupamos a Micaela. Ela vai bem depois da contusão, está inteira. Preferi preservá-la para não arriscar e não acontecer o que aconteceu com a Erika, que estava recuperada da lesão, mas voltou forte demais no seu time e acabou sentindo de novo", afirmou. "A Kelly foi poupada por uma questão tática, ela veio da WNBA, em que joga em outra posicao, ainda está encontrando o seu lugar. Quando ela começou a lembrar as jogadas, o jogo cresceu".
A pivô concordou com o técnico: "Estou sabendo usar mais meu jogo. Antigamente, jogava mais nas posições quatro e cinco. Hoje, jogo mais de cinco. Estou me sentindo psicologicamente cada vez mais forte. Na WNBA, não jogo muito, sabia disso, mas foi uma aposta ter ido para lá, tenho uma aula de basquete todo dia, está sendo útil. Aqui, temos um grupo novo, não dá para dizer onde vai chegar, temos que jogar um jogo de cada vez".
No terceiro quarto, com Micaela jogando menos e Adrianinha crescendo e passando mais minutos em quadra, o Brasil tomou a frente no placar a 1h50s de o cronômetro zerar. No começo do quarto decisivo, o time permitiu que a Espanha voltasse à liderança, mas melhorou de novo e venceu após um fim de partida apertado.
"Tomamos muitos contra-ataques por desatenção, o time precisa se acertar nisso. Mas está cada vez mais frio em situações de fim de jogo, deixando se levar menos pela emoção. Já fizemos isso contra a Espanha no ano passado e é o contrário do que aconteceu contra a Bielorrússia no Pré-Olímpico, quando deixamos o adversário empatar e perdemos na prorrogação", analisou Paulo Bassul, para depois ressaltar a importância do crescimento da armadora Adrianinha na partida, já que ela ainda se recupera de uma pneumonia: "Adrianinha é uma jogadora que depende muito do estado físico, é enérgica. À medida que vai melhorando seu estado físico, vai ficando melhor em quadra".
3 comentários:
Chupa que é de uva!
Sta Imparcialidade
Parabéns,é semipre bom iniciar com uma vitória,principalmente contra uma equipe como a Espanha,é parece que não sentiremos muita falta da Iziane,de longe me parece que o sistema defensivo correspondeu,foram só 59 pontos.
KELLY, AGORA É COM VOCÊ
Agora que Érika está fora dos Jogos de Pequim, outra bomba vai estourar na seleção, esta nas mãos da Kelly. Sem a carioca, a paulista sobra como nossa melhor jogadora para a posição; a mais experiente e a que melhor entende a função, principalmente em nível internacional.
Ontem escrevi neste mesmo blog que não conseguia entender o motivo de Kelly ainda estar no Seattle Storm, enquanto Lauren Jackson já se encontrava treinando com a seleção australiana. A falta de compreensão deveu-se, na verdade, a uma desatenção de minha parte.
Isso porque Samy Waismann, assessor de imprensa da pivô brasileira, esclareceu o problema no seu e-mail. Desatento, como disse, deixei passar em branco a explicação.
Ei-la: Kelly ficou em Seattle porque negociou com a franquia da WNBA sua dispensa para o Pré-Olímpico espanhol. Em contrapartida, em caso de classificação do Brasil – o que aconteceu –, ela apresentaria-se mais tarde ao grupo do técnico Paulo Bassul.
Simples, não é mesmo?
Sabedora dos seus poucos minutos em quadra com a camisa 9 do Seattle, Kelly investiu nela mesma. Segundo Waismann, ela contratou dois treinadores particulares, um de quadra e outro para cuidar da parte física – seu grande problema. E mais: uma nutricionista para ensiná-la a comer certo e nas horas certas.
Resultado: Kelly já emagreceu cinco quilos! Despediu-se de seus 97 e deu boas-vindas aos atuais 92. Ótimo, até porque a gente sabe que, sem mobilidade, qualquer atleta tem seu desempenho subtraído dramaticamente.
Que o resultado de todo este investimento seja visto em quadra. Sem Érika, como disse, quem vai ter que peitar as grandalhonas adversárias é você, Kelly. Na defesa e no ataque.
enviada por Fábio Sormani
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