Na última vez que eu falei com a Kelly, pivô brasileira que fez o dela em Pequim, disse que não conseguia enxergar na nova geração alguém que no futuro pegue a bola, coloque debaixo do braço e decida partidas.
Como um dia Paula, Hortência e Janeth fizeram.
Por isso mesmo, a tendência do Brasil de saias era continuar nesta mesma toada; frouxa para encarar as grandes seleções, bem diferente do que fizemos enquanto, pelo menos, Janeth esteve em quadra.
Kelly, no entanto, foi rápida na resposta: “Me cobre se a Fran não for essa jogadora”.
Franciele joga como ala/pivô. Mostra qualidades. Todos nós vimos isso no Pré-Mundial da Espanha e na Olimpíada também.
O técnico Paulo Bassul, no entanto, disse que pretende colocá-la como ala no futuro. Vê mais qualidades nela nesta posição.
Será que ele acha que ela não tem corpo para a posição? Fran tem o mesmo tamanho de Êga (1m87), mas é mais frágil.
Foi muito bem na única vitória do Brasil em Pequim, contra a Bielorrússia (68-53). Marcou dez pontos e apanhou o mesmo número de rebotes.
Aliás, Bassul aproveitou muito pouco Franciele na Olimpíada. Este foi um de seus equívocos. Insistiu demais com Êga, que é a líder do grupo e jogadora em quem Bassul confia demais.
Tudo bem, Êga pode ser esse personagem na história de Bassul na seleção, mas ela pode desempenhar o mesmo papel vindo do banco e ficando menos tempo em quadra.
Êga subtraiu importantes momentos de Franciele em Pequim. Momentos que dariam mais experiência à paranaense de Jacarezinho.
Mas isso ficou para trás e, como diz o velho ditado, não adianta chorar o leite derramado.
Quanto a Franciele jogar como ala, como vislumbra Bassul, ela terá que melhorar o seu arremesso longo. O curto até que não é problema.
O jogo internacional tem mostrado que times que não têm arremessos triplos com qualidade não vão a lugar algum. E se Franciele vai se tornar a jogadora que Kelly imagina, ela tem que ser forte neste fundamento também.
Franciele não é essa jogadora hoje. Será que ela consegue resolver esse problema num curto espaço de tempo?
Pode ser; até porque nada que 500 bolas arremessadas por dia não dêem jeito nisso.
Acontece que Franciele joga na Espanha como ala/pivô. Será que seu treinador no Rivas Futura quer aproveitá-la como ala ao invés de ala/pivô, como ela foi contratada?
E como ficará a situação se ela jogar na posição quatro no clube e tiver que atuar como três na seleção?
Kelly, parece-me uma sinuca de bico; não te parece?
Fonte: Fábio Sormani - iG Esportes
2 comentários:
Oi Bert, oi pessoal.
Ela ja deveria ter comecado a jogar como ala 3 faz muito tempo. Nao exsite mais pivo com menos de 1.90. O Brasil mesmo soh foi alguem quando apareceu a Marta )1,91) e depois com as torres gemeas Cintia Tuiu(1.94) e Alessandra (1,98).
Depois, nem Erika, que eu acredito ter muito menos que 1.96, vai conseguir segurar um garrafao sozinha.
Toda selecao, eu digo selecao, e nao clube, tem pivos altas e alas fortes. Com um time de nanicas, soh com as bolas de 3 mesmo. E agora, com aposentadoria de Helen, Adrianinha e Claudinha que ja jogaram em tantas escolas que ja perderam estas caracteristicas nao servem mais... eh bom pensar em alas mais altas e fortes.
Urgente!!!
adoro a Fran. Acho ela muito boa mesmo, mas dificilmente ela será essa jogadora que poe a bola debaixo do braço e decide porque isso não é uma questão de talento e sim de perfil de jogadora. Aliás, pode ser que o Brasil nunca mais tenha uma jogadora que decida. Do jeito que as coisas estão...
Postar um comentário