domingo, 22 de junho de 2008

Pedras de Pequim: LETÔNIA

Estreante em Olimpíadas, a seleção da Letônia é uma força emergente no atual cenário europeu. Depois de terminar em sexto no Campeonato Europeu de 2005, a seleção confirmou o crescimento na edição de 2007, ao terminar na quarta colocação, com direito à eliminação das rivais francesas, nas quartas; mas perdendo o bronze para a Bielorrússia .

O time ocupa a vigésima quinta posição no ranking da FIBA, mas sua tradição vem da era soviética.

O clube TTT Riga, na capital do país, desde a década de 40, já era considerado uma referência no basquete feminino da antiga União Soviética. A lenda Uljana Semenova (ouro com a USRS em 76 e 80) nasceu na Letônia.

A seleção vem se reconstruindo desde que o país ganhou independência (1992). O torneio local ainda é muito fraco, e o TTT-Riga continuando sendo o grande destaque local. Acompanhando a evolução da seleção, o clube chegou a disputar a última EuroLiga e nos últimos dois anos, quatro brasileiras o defenderam: Iziane, Flávia Luísa, Micaela e Karina Jacob.

Quatro atletas da seleção vêm do TTT-Riga: Elika Babkina, Zane Egilte, Ieva Tare e Aija Brumermane.


Entre essas, o destaque é a ala Ieva Tare. É a veterana do grupo, com 34 anos, onipresente na história da seleção. Foi MVP da última Liga da Letônia, dois anos após se afastar das quadras para ser mãe. Foi a melhor jogadora na partida mais difícil do Pré-Olímpico (contra o Japão, quando marcou 25 pontos), mas se contundiu na partida contra a Angola e talvez não se recupere para Pequim.

Os grandes destaques do time, no entanto, jogam no exterior.


O maior é a estrela Anete Jekabsone-Zogota, que completa 25 anos, em agosto. Anete traz o basquete nas veias, é filha de Andris Jekabsone, jogador soviético bronze no Mundial-86. Radicada na França, onde ganhou projeção, Anete foi seduzida pela nova meca do basquete, a Rússia, país onde defende o Dynamo de Moscou. É a maior referência da seleção, tanto no ataque, como na defesa, já que costuma marcar a principal atleta do adversário. Foi eleita a melhor atleta da Europa pela FIBA, em 2007, pelas campanhas com a seleção e o clube.


As pivôs Liene Jansone (do Hondarribia, da Espanha) e Ieva Kublina (Dynamo de Moscou), são altas (1,92 e 1,93m, respecticamente), e ambas passaram pela NCAA. Jogam com bastante agilidade e se arriscam em arremessos de longa distância.


A armadora é outro grande destaque da seleção. A bela Gunta Basko, radicada na França, é agressiva, veloz e boa-defensora. Gunta esteve contundida no final da temporada passada e acabou sendo substituída em seu clube (o Montpellier) pela brasileira Adrianinha na primeira metade da Liga Francesa.


Também do espanhol Hondarribia e também com passagem pela NCAA, a pivô Zane Teilane-Tamane (1,95m) é uma excelente defensora e tem evoluído bastante. Teve uma passagem pela WNBA, em 2006.

O restante do time é menos experimentado internacionalmente, e o técnico Ainars Zvirgzdins (também tresponsável pelo Dynamo de Moscou) já vem lançando alguns nomes que se destacaram na conquista do bronze do Europeu sub-20, em 2007.

No Pré-Olímpico Mundial, a seleção foi favorecida por uma chave fácil e teve pouco trabalho em garantir a vaga, de forma invicta, ao passar por Senegal (94-34), Japão (83-69) e Angola (84-26).

A Letônia é a terceira adversária do Brasil em Pequim, no dia 15 de agosto.

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