quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Kelly representa legião feminina na Espanha
Quinta cestinha da Liga Feminina, pivô atesta invasão do Brasil também entre as mulheres



A presença de altetas brasileiros no basquete espanhol é evidente em ambos os gêneros. Entre os homens são quatro na divisão principal, mas no feminino a participação ainda é maior: dez jogadoras nascidas em território verde-amarelo disputam a Liga Feminina da Espanha. A pivô Kelly do Extremadura Dato é uma delas. - Aqui eu jogo contra a Alessandra, Érika, Palmira, Silvinha, Helen Luz... Tem brasileiras na A-2 e até na terceira divisão! O basquete brasileiro é muito respeitado, dizem que temos talento. Mas a fama do futebol acaba servindo para o basquete também. Dizem que as brasileiras precisam treinar mais. Acabam misturando tudo - diz a jogadora de 28 anos, por telefone, da cidade de Badajoz, perto da fronteira com Portugal. Kelly atuou no Brasil, EUA, Itália e França antes de chegar à Espanha. Na opinião da pivô, a quantidade de estrangeiras é um dos fatores que tornam o campeonato espanhol um dos mais nivelados do mundo. São atletas procedentes de diversas partes do mundo. - O Espanhol está fortíssimo. Aqui você pode ter duas estrangeiras e outras cinco comunitárias com passaporte europeu. Na minha equipe tem uma americana, duas da Bósnia, croata, portuguesa e chilena (com passaporte italiano). São sete estrangeiras e apenas cinco espanholas.

Preterida por Bassul, Kelly foca no presente


Com uma medalha olímpica de bronze no currículo para o Brasil (Sydney 2000), a pivô participou da campanha da seleção no vice-campeonato pan-americano no Rio de Janeiro. Mas sua temporada passada na Espanha havia sido irregular. E quando Paulo Bassul assumiu, o técnico preferiu experimentar outras jogadoras para o Pré-Olímpico do Chile. Fora da seleção desde então, Kelly está disposta a focar no presente, em que tem a quinta melhor média de pontos da Liga Espanhola (15,75): - Sinceramente, eu agora estou mais preocupada com o desenvolvimento da minha equipe na Espanha. Prefiro pensar em uma coisa de cada vez, e meu trabalho mais longo é este. Estou pensando em não me preocupar com a seleção ainda. Apesar de não criar expectativas, Kelly, assim como as outras nove brasileiras na Espanha, tem um conhecimento apurado acerca das rivais do Brasil no grupo do Pré-Olímpico Mundial, que será disputado em Madri entre 9 e 15 de junho.

- No basquete feminino, as duas escolas se assemelham em criatividade, liberdade e velocidade. Acredito que dentro do garrafão temos mais vantagens, mas as alas espanholas são muito rápidas. Apesar de não ter muita tradição, a Espanha ganhou do Brasil no Mundial de 2006, em jogo que não alterou em nada a campanha, mas em Atenas (2004) nós ganhamos delas nas quartas-de-final - lembra. Mesmo que perca para a Espanha, é bem provável que o Brasil ganhe das Ilhas Fiji e avançe às quartas-de-final. Se assim acontecer, o Brasil fará o seu jogo decisivo contra Cuba, algoz no Pré-Olímpico das Américas, ou Bielorrúsia, uma das forças do continente europeu. - A Bielorrúsia me preocupa mais que Cuba, pois a escola russa no basquete feminino é muito forte. Se o Brasil conseguir impor o jogo de contra-ataque, infiltração e garrafão passa por Cuba. Nossas jogadoras têm mais experiência internacional do que as cubanas. Temos que conseguir harmonizar essa experiência em grupo


Fonte: globoesporte.com

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