Passadas 24 horas, o momento parece propício para tentar analisar a participação do Brasil no Pré-Olímpico.
Não estou sorridente, mas acho que o início da caminhada de Bassul no comando da seleção foi bastante positivo.
Defensivamente (quando quer), a seleção evoluiu muito. É um outro time, nesse quesito. Algumas jogadoras, como Mamá, por exemplo, tiveram uma melhora espantosa. Ainda há o que se acertar, mas conforta saber que em pouco tempo, o novo técnico conseguiu uma importante mudança de postura.
Em oposição à defesa, o rebote não está tão bem. Principalmente no defensivo, o número de segundas-chances irrita. Em números absolutos, o Brasil só pegou menos rebotes que os Estados Unidos. Mas dentro da quadra, dá pra notar que a qualidade desse fundamento ainda não se solidificou. Talvez até pelas modificações na tática de defesa, as jogadoras ainda não venham conjugando-as com o rebote. Mas isso deve (e precisa) ocorrer.
No ataque, as melhoras são evidentes. Da dependência de poucos nomes e do maldito "chuveirinho", passamos a um jogo mais solidário. O número de assistências aumentou, o repertório ofensivo, idem; bem como a divisão da pontuação. Principalmente, com o afastamento de nossos dois pilares ofensivos (Janeth e Alessandra), o time só terá sucesso se assim se comportar.
E é justamente nesse momento, que certos conflitos incomodam.
Cestinha do Brasil na competição, Iziane digeriu mal as modificações e a saída de Janeth. Enquanto a maioria do time vestiu a nova filosofia, Iziane se perdeu um pouco. O vigor, a velocidade, o risco sempre foram características do basquete da maranhense. No entanto, jogando dentro de um grupo organizado, seus excessos ficam mais evidentes. Minha impressão é que, julgando-se a responsável pela decisão sempre, Iziane exagerou; o que não fez bem nem ao time, nem a ela própria. O aproveitamento da maranhense nos 3 pontos caiu dos 37% no Mundial de São Paulo (2006), para 17,4%. Só para efeito de comparação: trata-se de média idêntica a que a armadora Gigi, de Catanduva, mantém no atual Campeonato Paulista. Nos lances-livres, Iziane passou de 81,8% para 59,5%. Isso para ficar apenas nos 2 fundamentos (cesta de 3 e lances livres) que foram mais comentados na derrota para Cuba. Acho que esse assunto não poderá ser ignorado nem por Izzy, nem por Bassul, caso o time queira mesmo brilhar.
Acho que, no geral, as jogadoras individualmente foram bem.
Claudinha teve atuação quase irrepreensível, apesar de ter sentido falta de mais arremessos da armadora.
Micaela esteve muito bem. Mamá me agradou muitíssimo. Franciele debutou acima da média.
Apesar da boa atuação no jogo de ontem, no geral, Êga não fez um bom torneio.
Gostei das apresentações de Graziane, embora cause estranheza a presença de uma pivô eficiente, mas discreta em nosso garrafão, depois de mais de uma década alessândrica. Na minha linha de comparações, Graziane é descendente de uma outra linhagem, a de Ruth. E isso é ótimo e deve ser motivo de orgulho para a novata.
Karla me agradou, mas esperava ainda mais dela, pelo que vinha treinando. Esteve em quadra em vários bons momentos da seleção. Precisa ter um pouquinho mais de cuidado com seus passes longos e apresentar uma regularidade maior.
Chuca também me agradou. A ala se encaixa bem na filosofia de Bassul, se posiciona bem e assiste às companheiras. No ataque, espera o momento certo e por isso carrega médias vitaminadas: 66% nos 3 pontos e 56% nos 2 pontos. Extremamente valiosa ao grupo.
As três não utilizadas ontem (Tati, Karen e Ísis) tiveram as participações mais frágeis no time e, mantendo-se os critérios bassulianos, precisarão de esforço extra na disputa para as próximas convocações.
Melhora do trabalho técnico a parte, preocupa a asfixiante falta de jogadoras em condições de vestir a amarelinha. Nosso universo é muito pequeno, e com o afastamento simultâneo de Alessandra, Janeth, Helen e Cíntia, o buraco parece ainda maior.
Na armação, somadas às atuais Claudinha e Karla, haverá Adrianinha. O retorno de Helen parece improvável; e o cenário aponta a linha sucessória para Fabianna e Ana Flávia Sackis (retornando de contusão), um degrau acima de um grupo emergente e inexperiente (Joyce, Babi, Ariani, Natália e Kátia Cavallaro).
Nas alas, há uma carência ainda maior na posição 2, e caso a situação aperte, uma das armadoras pode ser deslocada. Com a dúvida do retorno de Silvinha Luz, tenho difculdade em pensar em outros nomes que não os das cortadas Fernanda, Izabela e Tayara. Talvez Jacqueline Silvestre e (?)... Embora interessante, a possibilidade da vinda de Franciele para a posição 3 demandará tempo; e com a garota indo para Europa, o plano pode até mesmo estar ameaçado.
Na posição 4, enquanto também se ventila a possibilidade de Cíntia Tuiú, há opções improváveis (Zaine, Gilmara), a anterior (Flávia Luiza) e poucas novidades (Clarissa?).
Na 5, alivia o retorno de Érika, que tem tudo para brilhar nas mãos de Bassul, e é forte a torcida para que Kelly volte tanto à boa forma, quanto à seleção (necessariamente nessa ordem).
O panorama é esse. (Ou parece ser).
[As interrogações devem repousar conforme Bassul materialize seu projeto de uma seleção B.]
Até o momento, a seleções classificadas para o Pré-Mundial não assustam. Fiji, Japão, Taiwan, Argentina, Senegal e Angola tem poucas chances de chegar a Pequim. O basquete de Cuba oscila tanto quanto a saúde de Fidel, e temos que convir, esse Pré foi uma das melhores apresentações recentes delas. Os grandes adversários serão mesmo os vindos do equilibradíssimo Europeu.
Não estou sorridente, mas acho que o início da caminhada de Bassul no comando da seleção foi bastante positivo.
Defensivamente (quando quer), a seleção evoluiu muito. É um outro time, nesse quesito. Algumas jogadoras, como Mamá, por exemplo, tiveram uma melhora espantosa. Ainda há o que se acertar, mas conforta saber que em pouco tempo, o novo técnico conseguiu uma importante mudança de postura.
Em oposição à defesa, o rebote não está tão bem. Principalmente no defensivo, o número de segundas-chances irrita. Em números absolutos, o Brasil só pegou menos rebotes que os Estados Unidos. Mas dentro da quadra, dá pra notar que a qualidade desse fundamento ainda não se solidificou. Talvez até pelas modificações na tática de defesa, as jogadoras ainda não venham conjugando-as com o rebote. Mas isso deve (e precisa) ocorrer.
No ataque, as melhoras são evidentes. Da dependência de poucos nomes e do maldito "chuveirinho", passamos a um jogo mais solidário. O número de assistências aumentou, o repertório ofensivo, idem; bem como a divisão da pontuação. Principalmente, com o afastamento de nossos dois pilares ofensivos (Janeth e Alessandra), o time só terá sucesso se assim se comportar.
E é justamente nesse momento, que certos conflitos incomodam.
Cestinha do Brasil na competição, Iziane digeriu mal as modificações e a saída de Janeth. Enquanto a maioria do time vestiu a nova filosofia, Iziane se perdeu um pouco. O vigor, a velocidade, o risco sempre foram características do basquete da maranhense. No entanto, jogando dentro de um grupo organizado, seus excessos ficam mais evidentes. Minha impressão é que, julgando-se a responsável pela decisão sempre, Iziane exagerou; o que não fez bem nem ao time, nem a ela própria. O aproveitamento da maranhense nos 3 pontos caiu dos 37% no Mundial de São Paulo (2006), para 17,4%. Só para efeito de comparação: trata-se de média idêntica a que a armadora Gigi, de Catanduva, mantém no atual Campeonato Paulista. Nos lances-livres, Iziane passou de 81,8% para 59,5%. Isso para ficar apenas nos 2 fundamentos (cesta de 3 e lances livres) que foram mais comentados na derrota para Cuba. Acho que esse assunto não poderá ser ignorado nem por Izzy, nem por Bassul, caso o time queira mesmo brilhar.
Acho que, no geral, as jogadoras individualmente foram bem.
Claudinha teve atuação quase irrepreensível, apesar de ter sentido falta de mais arremessos da armadora.
Micaela esteve muito bem. Mamá me agradou muitíssimo. Franciele debutou acima da média.
Apesar da boa atuação no jogo de ontem, no geral, Êga não fez um bom torneio.
Gostei das apresentações de Graziane, embora cause estranheza a presença de uma pivô eficiente, mas discreta em nosso garrafão, depois de mais de uma década alessândrica. Na minha linha de comparações, Graziane é descendente de uma outra linhagem, a de Ruth. E isso é ótimo e deve ser motivo de orgulho para a novata.
Karla me agradou, mas esperava ainda mais dela, pelo que vinha treinando. Esteve em quadra em vários bons momentos da seleção. Precisa ter um pouquinho mais de cuidado com seus passes longos e apresentar uma regularidade maior.
Chuca também me agradou. A ala se encaixa bem na filosofia de Bassul, se posiciona bem e assiste às companheiras. No ataque, espera o momento certo e por isso carrega médias vitaminadas: 66% nos 3 pontos e 56% nos 2 pontos. Extremamente valiosa ao grupo.
As três não utilizadas ontem (Tati, Karen e Ísis) tiveram as participações mais frágeis no time e, mantendo-se os critérios bassulianos, precisarão de esforço extra na disputa para as próximas convocações.
Melhora do trabalho técnico a parte, preocupa a asfixiante falta de jogadoras em condições de vestir a amarelinha. Nosso universo é muito pequeno, e com o afastamento simultâneo de Alessandra, Janeth, Helen e Cíntia, o buraco parece ainda maior.
Na armação, somadas às atuais Claudinha e Karla, haverá Adrianinha. O retorno de Helen parece improvável; e o cenário aponta a linha sucessória para Fabianna e Ana Flávia Sackis (retornando de contusão), um degrau acima de um grupo emergente e inexperiente (Joyce, Babi, Ariani, Natália e Kátia Cavallaro).
Nas alas, há uma carência ainda maior na posição 2, e caso a situação aperte, uma das armadoras pode ser deslocada. Com a dúvida do retorno de Silvinha Luz, tenho difculdade em pensar em outros nomes que não os das cortadas Fernanda, Izabela e Tayara. Talvez Jacqueline Silvestre e (?)... Embora interessante, a possibilidade da vinda de Franciele para a posição 3 demandará tempo; e com a garota indo para Europa, o plano pode até mesmo estar ameaçado.
Na posição 4, enquanto também se ventila a possibilidade de Cíntia Tuiú, há opções improváveis (Zaine, Gilmara), a anterior (Flávia Luiza) e poucas novidades (Clarissa?).
Na 5, alivia o retorno de Érika, que tem tudo para brilhar nas mãos de Bassul, e é forte a torcida para que Kelly volte tanto à boa forma, quanto à seleção (necessariamente nessa ordem).
O panorama é esse. (Ou parece ser).
[As interrogações devem repousar conforme Bassul materialize seu projeto de uma seleção B.]
Até o momento, a seleções classificadas para o Pré-Mundial não assustam. Fiji, Japão, Taiwan, Argentina, Senegal e Angola tem poucas chances de chegar a Pequim. O basquete de Cuba oscila tanto quanto a saúde de Fidel, e temos que convir, esse Pré foi uma das melhores apresentações recentes delas. Os grandes adversários serão mesmo os vindos do equilibradíssimo Europeu.
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