sábado, 10 de fevereiro de 2007

E o Nacional chegou ao final...



Retrato do mau momento do basquete feminino no Brasil, o Campeonato Nacional chegou ao final, ontem, com o tri-campeonato de Ourinhos.

Com nível técnico muito fraco, e apenas seis equipes participantes; o torneio é a fiel tradução de nossa desorganização, e da ausência de novos talentos no esporte.

Com nossas principais jogadoras atuando na Europa, o momento seria propício para que novos nomes ocupassem o espaço.

Pelo contrário, os vãos são poucos e ocupados por caras há muito conhecidas.

Se pegarmos, o quinteto titular do time campeão, o cenário convida a reflexão.

Temos Claudinha, 32 anos, afastada da seleção.

Temos Chuca, próxima dos 28 anos, que embora seja a jogadora (nacional) mais completa em atividade no país, nunca se firmou na seleção.

Temos Lígia, que esse ano completa 34 anos.

Temos Lisdeivi, que fora os 32 anos, é cubana, e sintomaticamente disparada a melhor jogadora do campeonato.

Sobra Bethânia, que aos 26 anos, a despeito da evolução; tem um longo caminho pela frente para se tornar uma grande armadora.

No revezamento, há Geisa e Lílian, ambas com 27. Mesma idade de Vanessa Gattei, recém-recuperada.

O sopro do novo (?) vem apenas com Karen (23 anos), com um basquete um pouco melhor ao retorno com seu mentor (Paulo Bassul); e Izabela, 20 anos.

As demais pouco tempo tiveram em quadra.

Ourinhos mereceu o título. Foi a equipe de melhor basquete. E soube manter a cabeça no lugar e sobreviver imune à mudança de técnicos de estilos bem diferentes.

Bem, Catanduva fez muito. Deveria merecer só elogios, porque chegou à final da base da superação, eliminando um clube que mesmo superior (São Caetano), empalideceu na hora da decisão.

Mais elogios deveria receber ainda pelo envolvimento da torcida, algo tão raro no basquete de hoje.

Mas a postura do técnico Edson Ferreto irritou qualquer cristão nessas finais. Admiro bastante o trabalho de Ferreto. Não conheço, mas acredito que no dia-a-dia, o homem deve ser um grande treinador, pelo espírito de luta que infiltra nas suas atletas e pelo trabalho que suas equipes sempre oferecem ao adversário.

No entanto, sua postura em quadra é de amargar para o espectador de basquete. Na abertura dos jogos, o discurso derrotista. Durante, uma saraivada de lamentações rabugentas. Substituições infelizes. Ontem, nos momentos finais, nenhuma orientação sobre uma jogada para que o time pudesse fazer seu ataque funcionar, apenas genéricos "caprichem no ataque".

Dentro de quadra, a menina Ísis (20) fez seu jogo mais consistente ontem. Precisa de paciência e maturidade para que o tamanho do seu jogo passe a acompanhar seus dois metros de altura. Precisa de aprendizado dentro e também fora das quadras. Ontem admitiu ter uma série dificuldade de concentração.

Embora não tenha feito um play-off fenomenal, a ala-pivô Carina (28a, radicada nos EUA) tem características bastante interessantes e muito incomuns no nosso basquete.

Mesmo com repetidos erros nos lances-livres ontem, é notável a evolução da baixinha Natália (22).

Karla (28) não teve um play-off tão bom como poderia.

Roberta esteve muito mal nas finais.

No banco, chama a atenção Joice (20 anos). A garota evoluiu muito no último ano. É extremamente talentosa. Lê bem o jogo de sua equipe e do adversário, marca com competência e tem velocidade privilegiada. No entanto, essa porção de qualidades é muitas vezes apagada por um grave defeito: é fominha ao extremo.

Bem, acabou o campeonato; mas temos um anos cheio de eventos. Mas assim como eventos, temos indefinições...

É ver pra crer.
 Posted by Picasa

Nenhum comentário: