sábado, 30 de dezembro de 2006

Por um bom ano

Coluna de Fábio Balassiano - Site Rebote


O ano que começa em menos de uma semana será um dos mais importantes da história do basquete brasileiro. A principal tarefa é óbvia: é em 2007 que a seleção masculina tentará voltar a disputar as Olimpíadas. Pode parecer, mas não é o único passo para o sucesso. Sem querer tomar o lugar do Grego, a coluna pensou em algumas receitas para a CBB tentar diminuir a defasagem organizacional do esporte.


1 - Oficializar a NLB como o Nacional e ocupar-se da base

Sim, a teimosia de Grego já passou dos limites. Chegou a hora de o dirigente baixar do pedestal, rever seus conceitos e distribuir o poder do Nacional aos competentes diretores da NLB. Que a CBB se esforce para organizar os torneios da base, qualificando as comissões técnicas dos clubes formadores, estruturando os participantes dos principais torneios e subsidiando congressos e clínicas com treinadores internacionais.

2 - Capacitação das comissões técnicas


Não é possível que os técnicos das seleções brasileiras sejam os mais defasados de todos os esportes. Não há, em outra modalidade, alguém mais atrasado que Lula ou Barbosa, alguém com menos reserva tática, conhecimento técnico, que ambos. Nada contra eles, cuja culpa é nula, mas contra aqueles que os colocaram e os mantêm em seus cargos. Que a CBB abra os olhos de uma vez, e coloque alguém que de fato entenda da bola laranja. Marcel, por exemplo, na masculina. Quem sabe Paulo Bassul na feminina. Isso, claro, com um corpo de técnicos e assistentes competentes. Emmanuel Bomfim, Edvar Simões, Antonio Carlos Vendramini e Maria Helena encabeçam a lista. Tudo aliado ao pleno estudo da modalidade, calcado em profissionais que acompanham e analisam incessantemente o basquete mundial.

3 - Acompanhamento dos principais atletas “estrangeiros”

É inadmissível que um jogador se apresente à seleção sem que haja conhecimento prévio do que aconteceu com sua carreira nos últimos 12 meses. É impossível estar com eles diariamente? Para isso estão aí o telefone, e-mail, fax, MSN, Skype, G-Talk, sinal de fumaça, tudo. O técnico e seus assistentes devem acompanhar todos os passos dos selecionáveis, seus desempenhos, medir seus números, cruzar dados. Se o trabalho for bem feito, uma análise dos principais rivais (argentinos da NBA, por exemplo) será conseqüência. Leandrinho enfrenta Manu Ginóbili e Oberto três vezes por ano. Nenê duela contra Nocioni outras duas. Baby enxerga o jogo como ninguém de fora das quadras...

4 - Criar um plano de marketing e “repatriar” os ídolos

Pode ser que o plano de marketing citado acima se chame, de fato, "resultados internacionais". Mas não custa abrir os livros de Philip Kotler, o pai da matéria, e tomar algumas lições sobre análise do mercado (ameaças e oportunidades), criação da identidade do consumidor, campanhas criativas de massificação da imagem etc. Uma maneira básica de começar: um museu da modalidade, evidentemente com uma loja de produtos oficiais da Confederação. Quem não pagaria para ter uma camisa, no melhor estilo retrô, do time campeão mundial de 59 e 63? Mais que isso: não é possível que o público desconheça a carreira de Wlamir Marques, não saiba dos feitos de Amaury Passos, das aulas de basquete ministradas em quadra por Norminha e Marlene. Marginalizados e boicotados pela CBB, os mais recentes ídolos (Oscar, Marcel, Paula e Hortência) deveriam ter papel de destaque à frente da gestão da Confederação.


É pouco, muito pouco, mas é uma maneira de a CBB começar a ver e gerenciar a modalidade de maneira correta, profissional e pacífica. Sem organização e liderança, não há resultado.

Já nos ensina o vôlei...


Fonte: Rebote

Nenhum comentário: