quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Jogadoras se unem para melhorar basquete

Após sofrerem calote no pagamento de diárias (salário) e descobrirem que disputaram o Mundial sem seguro contra acidentes de trabalho, as jogadoras da Seleção Brasileira feminina de basquete já estão articulando ações para não serem mais enroladas e surpreendidas pelo presidente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Gerasime Bozikis, o Grego.
"Agora é a nossa hora. Vamos lutar pelo futuro do basquete brasileiro", bradou a pivô Alessandra, que na semana passada foi até o Rio de Janeiro falar com Grego, mas não foi recebida pelo dirigente.

A veterana já está se mexendo para iniciar a organização das jogadoras da Seleção por melhorias.

"Estou entrando em contato com as meninas para nos unirmos e cobrarmos juntas os nossos direitos", completou a atleta.

A também pivô Kelly, presente em três Mundiais e duas Olimpíadas, contou planos das jogadoras para um futuro próximo.

"Nós somos atletas honradas, mas por falta de orientação não sabemos defender os nossos direitos. Seria ideal que levássemos um advogado para nos explicar tudo e até defender os nossos direitos antes das próximas competições", comentou Kelly, do Leon (Espanha).

Reserva imediata de Janeth, a ala Micaela endossa o discurso de suas companheiras de Seleção.

"A Alessandra está nos unindo. Se para tudo que a CBB falar, nós virarmos às costas, é muito cômodo para eles. Vamos ter voz mais forte daqui para frente. Seria muito bom ter um advogado para discutirmos", afirmou a ala do Ourinhos.

O presidente da CBB, Gerasime Bozikis, o Grego, garantiu na semana passada que iria dar nesta terça-feira sua posição sobre as denúncias de calote às jogadoras e à comissão técnica, além da não existência de seguro contra acidentes dos esportistas nos Mundiais.

Caso fale, o dirigente também deverá explicar o atraso na apresentação de projeto ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para recebimento de verba de despesas da CBB.


COB aprova projeto da CBB e diz que repassará verbas

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) informou na segunda-feira que a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) apresentou o projeto necessário para a liberação da verba solicitada, que será usada para o pagamento das diárias das jogadoras da Seleção feminina, referentes ao Campeonato Mundial, realizado em São Paulo, no mês passado.
O COB aprovou o projeto e afirmou que providenciará o pagamento em duas parcelas. A primeira parte do dinheiro deve ser liberada até a próxima sexta e a segunda até o fim da próxima semana.

A demora de cerca de duas semanas foi em razão de procedimentos burocráticos do próprio Comitê Olímpico, segundo informou a assessoria de imprensa da entidade.

O valor exato a ser liberado ainda não foi divulgado e não se sabe se ele chegará ao total das dívidas da Confederação com as atletas, que, segundo as acusações da jogadora Alessandra, são de mais de R$ 20 mil para cada uma.

Além das 60 diárias referentes ao Mundial, as jogadoras exigem os R$ 6 mil como prêmio pela conquista do Sul-Americano, o que dará um total de R$ 21.600 para cada atleta.

Até o último fim de semana, o motivo alegado pelo presidente da Confederação Brasileira de Basquete, Gerasime Bozikis, o Grego, para o não pagamento da dívida era que o COB não havia repassado a verba solicitada pela entidade.



Fonte: Terra

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