sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Em meio a crise, armadora Eldra volta ao Brasil





Muitos devem se lembrar da armadora Eldra, uma das grandes promessas da posição no início da década.

Eldra joga desde os sete anos, a maior parte de sua carreira no Brasil se desenvolveu em Jundiaí, onde mesmo juvenil, atuou pelo time adulto local (na época, com patrocínio da Quaker). Por atuações como essa, Eldra chegou à seleção brasileira nas categorias de base, disputando o Sul-Americano e a Copa América Juvenil.

A atleta não esconde a decepção por não haver participado do Mundial Juvenil, na época. Acredita que a baixa estatura (1.63m) tenha pesado na opção técnica. O acontecimento acabou pesando na decisão da armadora de ir para os Estados Unidos, em 2001, a convite de uma técnica norte-americana que a viu em ação nos Jogos Regionais.

Eldra cursou o junior college no South Plains College, período durante o qual disputou a liga I WJCAC. Já na primeira temporada, Eldra ganhou o título de MVP na liga.

Após dois anos, Eldra foi para a Missouri Western State University e passou à disputa da II Divisão da NCAA, com igual sucesso. Novamente eleita a melhor do ano, duas vezes a melhor defensora do campeonato e líder do ranking de recuperações.

Eldra jogou até o final da temporada 2004/5, quando precisou se dedicar a conclusão dos estudos na universidade. Assim, foi convidada para ser assistente do time e continuou a treinar com a equipe.

Os anos nos Estados Unidos deram à Eldra uma visão crítica.

"A organização e a valorização dadas aos atletas lá é inigualável. O Brasil deveria aprender muito com isso" diz.

Nesse ano, Eldra concluiu seus estudos em Administração do Esporte, um feito que ela imagina "nunca conseguir alcançar se permanecesse jogando no Brasil".

De volta ao Brasil, com o intuito "de jogar e ser reconhecida no meu país", Eldra confessa ter se assustado com a crise da modalidade. "Nada mudou após cinco anos. A mesma crise, não há times, nem patrocinadores, nenhuma motivação para o esporte...".

Se o sonho da seleção ainda permanece, Eldra volta os olhos à realidade ("Nem time tenho ainda") e busca um refúgio no otimismo. "Sou uma atleta com muitos planos e objetivos e pretendo cumprí-los" diz.

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