quarta-feira, 13 de setembro de 2006

E o Brasil enfim estreou...





Felizmente, na tarde de hoje, o Brasil foi um pouco mais feliz.

Longe do "show" que Pedro Bassan acaba de descrever no Jornal Nacional, longe do tango de ontem, o Brasil se equilibrou e venceu a partida contra a Coréia.

Há o que comemorar e há com o que se preocupar.

O Brasil entrou em quadra um pouco mais concentrado que ontem e conseguiu fechar o primeiro quarto com oito pontos de vantagem (23-15). No segundo quarto, Barbosa se atrapalhou mais uma com as trocas. Tirou justamente as três jogadoras que determinavam a vitória parcial (Iziane, Helen e Alessandra). O ritmo caiu, e a Coréia encostou (43-38). O Brasil voltou a abrir com o retorno das titulares no terceiro quarto, abrindo a vantagem para 20. No último quarto, o time se limitou a administarar a vantagem e trocou cestas com as asiáticas, fechando em 106-86.

Do ponto de vista de ataque, o jogo fluiu um pouco melhor, principalmente em função de uma brilhante atuação de Helen Luz (19 pontos, 8 assistências). Em alguns momentos, algumas jogadinhas trabalhadas (bem simples, é verdade) apareceram. Mas grande parte do movimento ofensivo gira em torno do individualismo e de passes telegrafados para Alessandra.

Na defesa, o time esteve muito irregular. Mas no geral, o comportamento é passivo e desatento, permitindo chutes de 3 e se atrapalhando nas trocas rápidas das coreanas.

Helen, como já disse, esteve maravilhosa. Mas vale a pena repetir.

Outra que merece os parabéns é Alessandra. Fale-se mal ou bem da pivô, Alessandra é a jogadora mais regular da seleção na última década. Aquela, que aconteça o que acontecer, está ali embaixo, lutando, pontuando e pegando seus rebotes. A mesma da cesta da vitória contra a Rússia, em 2000. Foram 20 pontos e 11 rebotes. Excelente.

A terceira ponta do trio foi formada por Iziane, que evoluiu em relação a ontem e somou 21 pontos. Percebe-se que a lateral ainda não encontrou o "seu" jogo. Vinda da WNBA, onde sua vocação ofensiva é atenuada pela dedicação a outros fundamentos, Izzy ainda não engatou. Mas mesmo assim, esteve ótima.

Ainda a procura da batida perfeita, Janeth insistiu, lutou, mas a pontaria não acertou. Foram 3 acertos em 14 tentativas dos 2 pontos, arremesso característico da ala.

Completando o time titular, Êga soube aproveitar os espaços que a defesa da Coréia abriu ao tentar parar Alessandra. Somou 8 pontos e 7 rebotes. Mas ainda acho que Êga não seja a melhor opção para as pedreiras que vem pela frente. Principalmente no ataque, seu posicionamento é fraco e a recuperação de rebotes ofensivos, pequena.

No banco, Adrianinha preocupa. Sua falta de inspiração na armação foi mais uma vez evidente. Mais grave, na defesa, ela tem sido facilmente batida pelas adversárias.

Kelly segurou razoavelmente bem o descanso de Alessandra. E Sílvia e Cíntia fizeram o mesmo com o de Êga.

Micaela é uma jogadora fantástica, mas precisa se soltar mais em quadra. Entrou bem hoje, embora tenha demorado um tempo até aprender como marcar sua jogadora (a cestinha Yeon-Há Be). No ataque, deu belas assistências.

Fechando o time, Karen tem seu valor, mas ainda combina apreensão e falta de entrosamento.

Torço para que a evolução siga, no individual e no coletivo, rodada-a-rodada, e assim o Brasil possa buscar um lugar ao céu nesse Mundial.

Temos condições de bater a Espanha amanhã, um resultado fundamental para nossas (ambiciosas) pretensões.

Avante!







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