Giancarlo Giampietro
Em São Paulo
A seleção brasileira feminina enfrenta o Canadá nesta segunda-feira (às 15h15, horário de Brasília), no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, com duas preocupações. A primeira, mais urgente, é assegurar a classificação para as quartas-de-final. A segunda é estratégica: escapar de um duelo com os Estados Unidos logo no início dos mata-matas.
Brasil, Argentina, Espanha e Lituânia estão igualados com oito pontos - três vitórias e duas derrotas. O primeiro critério de desempate é o confronto direto. Caso haja tríplice empate, a média de pontos feitos por sofridos é o fator decisivo.
Apenas uma combinação improvável de resultados eliminaria o time da casa do torneio: derrota para o Canadá aliada a uma vitória da Lituânia em cima da Espanha e a um triunfo da Argentina diante da Austrália.
Se a equipe do técnico Antonio Carlos Barbosa vencer as canadenses, terminará em segundo ou terceiro (caso a Espanha bata a Lituânia). Nessas duas posições, o time foge do confronto com as norte-americanas nas quartas.
"O importante é não ficar em quarto. De resto, chegar em segundo ou terceiro dá na mesma. Não dá para escolher adversário entre França, República Tcheca ou Rússia", disse o treinador brasileiro. Barbosa, no entanto, admite que preferiria ficar em terceiro. Neste caso, só cruzaria com os Estados Unidos em uma eventual decisão.
"Mas não podemos tomar a vitória nesta segunda-feira como garantida. O Canadá não é uma equipe boba", completou o treinador.
Neste ano, o Brasil disputou e venceu cinco amistosos contra o Canadá. "Só ter vitórias contra eles não quer dizer que vamos menosprezá-los. É a única coisa que não dá para pecar, que é entrar em jogo achando que já ganhou", disse a ala-pivô Êga.
Mas a comandante adversária, Allison McNeil, reconheceu que seu time tem poucas chances. "Não estamos prontas para derrotar o Brasil. Mas vamos entrar motivadas, pois estamos em um Mundial. E será uma boa experiência para minhas jogadoras, que são jovens, jogar em um ginásio com torcida contra, fazendo muito barulho", afirmou a canadense.
Apesar de ter sofrido a segunda derrota neste domingo, para a Austrália, as jogadoras brasileiras saíram de quadra animadas. Jogaram de igual para igual com um time que é candidato a medalha e tiveram chances para vencer o duelo.
"Estamos confiantes no que podemos fazer. Temos algo a mais para render nos próximos jogos, que são os que importam. Mostramos que somos grandes", disse a ala Janeth, que teve sua melhor atuação no Mundial, após uma série de jogos apagados.
MATEMÁTICA BRASILEIRA
Os possíveis cenários para o time de Barbosa na 2ª fase do Mundial:
2º Vitória sobre Canadá e derrota da Espanha para a Lituânia
3º Vitória sobre o Canadá e vitória da Espanha sobre a Lituânia
3º Derrota e vitórias de Espanha e Austrália
4º Derrota, com derrotas de Espanha e Argentina
5º Eliminado com derrota e vitórias da Argentina e Lituânia
Para Fiba, público do Mundial é fiasco e Brasil parou no tempo
Giancarlo Giampietro
Em São Paulo
A movimentação de público do Mundial feminino no Brasil e a organização do torneio deixaram a Fiba (Federação Internacional de Basquete) desapontada.
O Brasil já foi sede da competição em outras três ocasiões, em 1957, 1971 e 1983. Para o secretário geral da entidade, Patrick Baumann, no entanto, o país pode ter parado no tempo. "O mundo mudou, não dá para se basear nas coisas que aconteceram no passado. O Brasil realizou campeonatos com garra, assim como faz agora. Mas as exigências de hoje são muito maiores."
"Até agora, temos cerca de 25 mil espectadores na primeira semana, isso é muito pouco. No último Mundial, em Pequim, tivemos público geral de quase 200 mil pessoas. Para chegar perto desse número, teríamos de encher o ginásio (do Ibirapuera) todos os dias até a final", afirmou Baumann.
Neste domingo, o ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, recebeu seu melhor público na primeira semana da competição para assistir a Brasil x Austrália. Mas esse foi um momento isolado. Logo após o término do confronto, os torcedores partiram em grande maioria, apesar de terem o direito de assistir a mais três partidas no dia.
Em Barueri, que teve como atração principal os Estados Unidos nas primeira e segunda fases, a presença de público é ainda pior. "Não sei porque não temos público em Barueri", disse Baumann. "Os torcedores brasileiros são mais ligados à seleção nacional, tendem a ir assistir apenas ao seu time."
Baumann, ao menos, se mostrou aliviado com a audiência - local e virtual - do jogo da seleção brasileira neste domingo.
"Encher um ginásio no domingo de manhã não é fácil. E tivemos uma média de 20 pontos de audiência na TV, o que é muito bom. Isso acabou compensando os índices menores da semana", disse. "Mas viemos aqui com a expectativa de ver o ginásio assim todos os dias. Isso infelizmente não aconteceu. Espero que agora para as fases finais a situação possa mudar."
Apesar do fato de os jogos brasileiros serem disputados em horário comercial durante a semana para atender à programação da TV aberta, Baumann esperava mais espectadores.
Diante do presidente da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), Gerasime Bozikis, o dirigente da Fiba acabou apelando à ironia para mostrar seu descontentamento com a organização do Mundial. "Tivemos um início atribulado. Mas, desde que não chova, creio que tudo vai correr na segunda semana. O comitê organizador já sabe o que fazer", disse Baumann. No sábado, parte do segundo tempo de Brasil x Lituânia foi disputado com uma goteira em quadra.
"Há muito o que melhorar e há muito o que aprender com o que está ocorrendo aqui. Principalmente agora que o país, que tem grande tradição esportiva e merece mais eventos, se candidatou para receber os Jogos Olímpicos. Mas não se pode fazer desse jeito", afirmou o secretário geral.
O Brasil concorre à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2016 com o Rio de Janeiro como candidato.
Giancarlo Giampietro
Em São Paulo
A movimentação de público do Mundial feminino no Brasil e a organização do torneio deixaram a Fiba (Federação Internacional de Basquete) desapontada.
O Brasil já foi sede da competição em outras três ocasiões, em 1957, 1971 e 1983. Para o secretário geral da entidade, Patrick Baumann, no entanto, o país pode ter parado no tempo. "O mundo mudou, não dá para se basear nas coisas que aconteceram no passado. O Brasil realizou campeonatos com garra, assim como faz agora. Mas as exigências de hoje são muito maiores."
"Até agora, temos cerca de 25 mil espectadores na primeira semana, isso é muito pouco. No último Mundial, em Pequim, tivemos público geral de quase 200 mil pessoas. Para chegar perto desse número, teríamos de encher o ginásio (do Ibirapuera) todos os dias até a final", afirmou Baumann.
Neste domingo, o ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, recebeu seu melhor público na primeira semana da competição para assistir a Brasil x Austrália. Mas esse foi um momento isolado. Logo após o término do confronto, os torcedores partiram em grande maioria, apesar de terem o direito de assistir a mais três partidas no dia.
Em Barueri, que teve como atração principal os Estados Unidos nas primeira e segunda fases, a presença de público é ainda pior. "Não sei porque não temos público em Barueri", disse Baumann. "Os torcedores brasileiros são mais ligados à seleção nacional, tendem a ir assistir apenas ao seu time."
Baumann, ao menos, se mostrou aliviado com a audiência - local e virtual - do jogo da seleção brasileira neste domingo.
"Encher um ginásio no domingo de manhã não é fácil. E tivemos uma média de 20 pontos de audiência na TV, o que é muito bom. Isso acabou compensando os índices menores da semana", disse. "Mas viemos aqui com a expectativa de ver o ginásio assim todos os dias. Isso infelizmente não aconteceu. Espero que agora para as fases finais a situação possa mudar."
Apesar do fato de os jogos brasileiros serem disputados em horário comercial durante a semana para atender à programação da TV aberta, Baumann esperava mais espectadores.
Diante do presidente da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), Gerasime Bozikis, o dirigente da Fiba acabou apelando à ironia para mostrar seu descontentamento com a organização do Mundial. "Tivemos um início atribulado. Mas, desde que não chova, creio que tudo vai correr na segunda semana. O comitê organizador já sabe o que fazer", disse Baumann. No sábado, parte do segundo tempo de Brasil x Lituânia foi disputado com uma goteira em quadra.
"Há muito o que melhorar e há muito o que aprender com o que está ocorrendo aqui. Principalmente agora que o país, que tem grande tradição esportiva e merece mais eventos, se candidatou para receber os Jogos Olímpicos. Mas não se pode fazer desse jeito", afirmou o secretário geral.
O Brasil concorre à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2016 com o Rio de Janeiro como candidato.
Fonte: UOL
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