Brasil decide contra campeã européia
Seleção de basquete passeia contra o Canadá, poupa principais atletas e pega República Tcheca nas quartas do Mundial
Antonio Carlos Barbosa dá chance a todas as jogadoras na vitória por 41 pontos de vantagem, mas Alessandra reclama ao ser substituída
ADALBERTO LEISTER FILHO
EDGARD ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil não teve problemas para vencer ontem o Canadá, por 82 a 41 no ginásio do Ibirapuera. Com isso, terminou o Grupo E do Mundial em terceiro lugar e ainda e pôde preservar suas estrelas para os mata-matas, que começam amanhã, quando enfrenta a República Tcheca, potência na Europa.
Anteontem, a técnica canadense, Allison McNeill, havia afirmado que sua equipe só venceria o time de Antonio Carlos Barbosa se Janeth e Alessandra se aposentassem.
Tal fato não aconteceu. O Brasil imprimiu ritmo forte desde o início, dominou os rebotes -37 a 22 em todo o confronto- e abriu boa diferença já no primeiro quarto: 24 a 13.
"Consegui parar o Brasil por dez segundos. Depois, elas deslancharam", disse McNeill. Em um ataque, as brasileiras chegaram a capturar quatro rebotes antes de definirem o ponto.
Sem perspectiva de equilibrar a partida, McNeill resolveu dar mais experiência ao seu banco, tirando as titulares, inclusive a pivô Tammy Sutton-Brown, sua maior estrela. Houve espaço até para Kelsey Adrian, de 16 anos, a atleta mais nova do Mundial. "Fiquei emocionada com o público, que incentivou o Brasil durante toda a partida", confessou.
Barbosa também lançou mão de seu banco, visando descansar as titulares. O técnico deu chance a todas do elenco. Alessandra, destaque do Brasil no torneio, reclamou ostensivamente de ter que sair. "Ela é explosiva mesmo. É o jeito dela", minimizou Barbosa.
"Temos três boas opções para o setor. Além da Alessandra, que é titular da seleção brasileira há 12 anos, tem a Kelly e a Erika, que é uma garotona. Estamos tendo o cuidado de colocá-la aos poucos para ela entrar no ritmo do time", completou o treinador, referindo-se à pivô, que machucou o tornozelo às vésperas do Mundial e não atuou na primeira fase.
Sem Alessandra, a treinadora canadense teve seus desejos atendidos logo no início do terceiro período, quando Janeth torceu o tornozelo direito no ataque e não voltou mais.
Mas já era muito tarde. Mesmo com as reservas, a diferença do Brasil cresceu: 64 a 32, com o Canadá marcando só oito pontos no terceiro quarto.
"Ao contrário do que dizem, nossa defesa tem jogado bem. Não vejo falhas", analisou Barbosa, cujo time cede, em média, 68,7 pontos por jogo.
A equipe saiu de quadra com a perspectiva de pegar a França na próxima fase. No entanto as francesas perderam para a China por 66 a 64. Com isso, o Brasil agora pegará o segundo colocado do Grupo F, a República Tcheca, que é atual campeã européia e ontem perdeu para as norte-americanas por 63 a 50.
"Não tenho preferência de adversário, todos são perigosos. Não me lembro de ter jogado contra a República Tcheca. É um rival que traz mais dificuldades", disse Helen.
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BRASIL: Helen (10 pontos), Iziane (17), Janeth (10), Êga (6), Alessandra (8); Adrianinha (9), Karen (2), Micaela (6), Sílvia (0), Cíntia Tuiú (6), Erika (4), Kelly (4);
CANADÁ: Teresa Kleindienst (0), Nicole Johnson (2), Kimberley Smith (9), Chelsea Aubry (5), Tammy Sutton-Brown (14); Sheila Townsend (0), Kelsey Adrian (2), Isabelle Grenier (3), Amanda Brown (4), Claudia Brassard-Riebesehl (0), Carrie Watson (2), Sarah Crooks (0)
Para tchecas, torcida não faz diferença
DA REPORTAGEM LOCAL
O adversário do Brasil nas quartas-de-final saiu somente na noite de ontem em Barueri. Mesmo com uma derrota para os EUA por 63 a 50, a República Tcheca encerrou sua participação na segunda fase do Mundial na segunda colocação do grupo F.
Contra as americanas, as atuais campeãs européias deram uma mostra do que o Brasil terá pela frente. No primeiro tempo, as tchecas endureceram a partida e terminaram apenas três pontos atrás das americanas.
Já de olho no mata-mata, o técnico tcheco Jan Bobrovsky tratou de colocar no banco duas de suas principais jogadoras -as alas Eva Viteckova e Hana Machova- no final do confronto. "Fomos poupadas porque seria um milagre vencer os EUA e precisamos nos preocupar com o jogo contra o Brasil", afirmou Viteckova, cestinha da equipe, com uma média de 18,2 pontos por jogo neste Mundial.
A estrela tcheca minimizou a vantagem brasileira por jogar diante de sua torcida. "Não faz tanta diferença. Talvez, em um momento decisivo, mas só isso", disse. A ala, no entanto, fez questão de elogiar o Brasil. "É um time com boas jogadoras: Iziane, Janeth e uma pivô alta, Alessandra. Além disso, há boas arremessadoras de três pontos", declarou.
O assistente técnico Lubor Blazec ressaltou ainda outro fator que pode beneficiar o time comandado por Antonio Carlos Barbosa. "Algumas brasileiras conhecem a nosso estilo de jogo." Alessandra já jogou na Eslováquia, e Cíntia Tuiú, na própria República Tcheca.
Médico põe Janeth em jogo decisivo
DA REPORTAGEM LOCAL
A contusão da ala Janeth -torção leve, sem edema, no tornozelo direito- deu um susto na comissão técnica da seleção brasileira, ontem.
Mas o suspense durou pouco. A jogadora de 37 anos, que é a mais experiente da equipe nacional, vai estar em forma para defender o Brasil amanhã contra as tchecas.
"Em 48 horas, ela estará pronta para jogar. Felizmente, o peso do corpo não caiu sobre o pé", informou o médico da seleção, Carlos Eduardo Marques.
O médico Paulo André Pereira Santos, outro especialista que também ajudou no socorro à jogadora ainda na quadra, disse que não foi grave. "Só recebeu um analgésico tópico [na pele]", informou.
Outra opinião otimista ficou por conta da armadora Helen: "Foi simples. Ela disse que o pé virou, mas voltou ao lugar".
Titular e peça importante no esquema do técnico Barbosa, Janeth deixou a quadra logo no início do terceiro quarto, quando o Brasil já estava liderando fácil o marcador: 49 a 26. Nos 18 minutos em que esteve em ação, anotara dez pontos, conquistando 11 rebotes (sete defensivos) e feito duas assistências. Janeth é a terceira cestinha do Brasil, com média de 13,5 pontos por jogo.
Além da sua experiência -é uma das remanescentes do título mundial de 94-, tem apresentado alto índice de aproveitamento de lances livres (91,2%), a segunda mais destacada do torneio ao fim do jogo de ontem, ultrapassada apenas pela tcheca Hana Machova, que somava 92,9% antes do jogo com os EUA.
Choro e recorde marcam queda da Lituânia
DA REPORTAGEM LOCAL
Lágrimas, sorrisos de satisfação e gritos de revolta foram ouvidos no dia da definição dos classificados para os mata-matas do Mundial.
O choro não foi contido durante entrevista após a derrota da Lituânia para a Espanha, por 75 a 55. A ala Lina Brazdeikyte acreditava numa armação australiana contra seu time. "Lutamos muito para estar aqui. Não é justo", sofria, antes de cair no choro e parar a entrevista.
Por problemas para entrar no Brasil, a Lituânia se atrasou e perdeu para a Austrália na estréia por W.O. A Fiba decidiu que o jogo terminaria 2 a 0 e deu um ponto à Lituânia.
A Austrália liderou protesto, negado pela Fiba, contra o país báltico. O temor de Lina era que o time australiano perdesse para a Argentina, o que eliminaria a Lituânia. Mas a Austrália passou fácil com 83 a 49.
Na mesma mesa, Amaya Valdemoro era só sorrisos: marcou 39 pontos para a Espanha, na melhor atuação individual do Mundial até aqui.
Frase
"Nós sabíamos que as melhores posições para ficarmos eram em primeiro ou terceiro. Segundo ou quarto seria fria"
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ANTONIO CARLOS BARBOSA técnico da seleção
ASTRO: OSCAR VÊ O JOGO E SE DIZ OTIMISTA
Oscar, principal opositor da Confederação Brasileira de Basquete, apareceu ontem no ginásio do Ibirapuera, para assistir à vitória brasileira sobre o Canadá. Foi festejado pelo público e distribuiu autógrafos. "Acho que o time cresceu na hora certa e que ele poderá conquistar medalha", analisou. Oscar não cruzou com Gerasime Bozikis, o Grego, presidente da CBB, apesar de ambos terem ficado no mesmo setor do ginásio. "Não o vi. Mas não tem problema nenhum", disse Oscar, que confessou não ter conseguido acordar para assistir ao jogo com a Austrália, que foi às 9h30 da manhã.
Fonte: Folha de São Paulo
Seleção de basquete passeia contra o Canadá, poupa principais atletas e pega República Tcheca nas quartas do Mundial
Antonio Carlos Barbosa dá chance a todas as jogadoras na vitória por 41 pontos de vantagem, mas Alessandra reclama ao ser substituída
ADALBERTO LEISTER FILHO
EDGARD ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil não teve problemas para vencer ontem o Canadá, por 82 a 41 no ginásio do Ibirapuera. Com isso, terminou o Grupo E do Mundial em terceiro lugar e ainda e pôde preservar suas estrelas para os mata-matas, que começam amanhã, quando enfrenta a República Tcheca, potência na Europa.
Anteontem, a técnica canadense, Allison McNeill, havia afirmado que sua equipe só venceria o time de Antonio Carlos Barbosa se Janeth e Alessandra se aposentassem.
Tal fato não aconteceu. O Brasil imprimiu ritmo forte desde o início, dominou os rebotes -37 a 22 em todo o confronto- e abriu boa diferença já no primeiro quarto: 24 a 13.
"Consegui parar o Brasil por dez segundos. Depois, elas deslancharam", disse McNeill. Em um ataque, as brasileiras chegaram a capturar quatro rebotes antes de definirem o ponto.
Sem perspectiva de equilibrar a partida, McNeill resolveu dar mais experiência ao seu banco, tirando as titulares, inclusive a pivô Tammy Sutton-Brown, sua maior estrela. Houve espaço até para Kelsey Adrian, de 16 anos, a atleta mais nova do Mundial. "Fiquei emocionada com o público, que incentivou o Brasil durante toda a partida", confessou.
Barbosa também lançou mão de seu banco, visando descansar as titulares. O técnico deu chance a todas do elenco. Alessandra, destaque do Brasil no torneio, reclamou ostensivamente de ter que sair. "Ela é explosiva mesmo. É o jeito dela", minimizou Barbosa.
"Temos três boas opções para o setor. Além da Alessandra, que é titular da seleção brasileira há 12 anos, tem a Kelly e a Erika, que é uma garotona. Estamos tendo o cuidado de colocá-la aos poucos para ela entrar no ritmo do time", completou o treinador, referindo-se à pivô, que machucou o tornozelo às vésperas do Mundial e não atuou na primeira fase.
Sem Alessandra, a treinadora canadense teve seus desejos atendidos logo no início do terceiro período, quando Janeth torceu o tornozelo direito no ataque e não voltou mais.
Mas já era muito tarde. Mesmo com as reservas, a diferença do Brasil cresceu: 64 a 32, com o Canadá marcando só oito pontos no terceiro quarto.
"Ao contrário do que dizem, nossa defesa tem jogado bem. Não vejo falhas", analisou Barbosa, cujo time cede, em média, 68,7 pontos por jogo.
A equipe saiu de quadra com a perspectiva de pegar a França na próxima fase. No entanto as francesas perderam para a China por 66 a 64. Com isso, o Brasil agora pegará o segundo colocado do Grupo F, a República Tcheca, que é atual campeã européia e ontem perdeu para as norte-americanas por 63 a 50.
"Não tenho preferência de adversário, todos são perigosos. Não me lembro de ter jogado contra a República Tcheca. É um rival que traz mais dificuldades", disse Helen.
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BRASIL: Helen (10 pontos), Iziane (17), Janeth (10), Êga (6), Alessandra (8); Adrianinha (9), Karen (2), Micaela (6), Sílvia (0), Cíntia Tuiú (6), Erika (4), Kelly (4);
CANADÁ: Teresa Kleindienst (0), Nicole Johnson (2), Kimberley Smith (9), Chelsea Aubry (5), Tammy Sutton-Brown (14); Sheila Townsend (0), Kelsey Adrian (2), Isabelle Grenier (3), Amanda Brown (4), Claudia Brassard-Riebesehl (0), Carrie Watson (2), Sarah Crooks (0)
Para tchecas, torcida não faz diferença
DA REPORTAGEM LOCAL
O adversário do Brasil nas quartas-de-final saiu somente na noite de ontem em Barueri. Mesmo com uma derrota para os EUA por 63 a 50, a República Tcheca encerrou sua participação na segunda fase do Mundial na segunda colocação do grupo F.
Contra as americanas, as atuais campeãs européias deram uma mostra do que o Brasil terá pela frente. No primeiro tempo, as tchecas endureceram a partida e terminaram apenas três pontos atrás das americanas.
Já de olho no mata-mata, o técnico tcheco Jan Bobrovsky tratou de colocar no banco duas de suas principais jogadoras -as alas Eva Viteckova e Hana Machova- no final do confronto. "Fomos poupadas porque seria um milagre vencer os EUA e precisamos nos preocupar com o jogo contra o Brasil", afirmou Viteckova, cestinha da equipe, com uma média de 18,2 pontos por jogo neste Mundial.
A estrela tcheca minimizou a vantagem brasileira por jogar diante de sua torcida. "Não faz tanta diferença. Talvez, em um momento decisivo, mas só isso", disse. A ala, no entanto, fez questão de elogiar o Brasil. "É um time com boas jogadoras: Iziane, Janeth e uma pivô alta, Alessandra. Além disso, há boas arremessadoras de três pontos", declarou.
O assistente técnico Lubor Blazec ressaltou ainda outro fator que pode beneficiar o time comandado por Antonio Carlos Barbosa. "Algumas brasileiras conhecem a nosso estilo de jogo." Alessandra já jogou na Eslováquia, e Cíntia Tuiú, na própria República Tcheca.
Médico põe Janeth em jogo decisivo
DA REPORTAGEM LOCAL
A contusão da ala Janeth -torção leve, sem edema, no tornozelo direito- deu um susto na comissão técnica da seleção brasileira, ontem.
Mas o suspense durou pouco. A jogadora de 37 anos, que é a mais experiente da equipe nacional, vai estar em forma para defender o Brasil amanhã contra as tchecas.
"Em 48 horas, ela estará pronta para jogar. Felizmente, o peso do corpo não caiu sobre o pé", informou o médico da seleção, Carlos Eduardo Marques.
O médico Paulo André Pereira Santos, outro especialista que também ajudou no socorro à jogadora ainda na quadra, disse que não foi grave. "Só recebeu um analgésico tópico [na pele]", informou.
Outra opinião otimista ficou por conta da armadora Helen: "Foi simples. Ela disse que o pé virou, mas voltou ao lugar".
Titular e peça importante no esquema do técnico Barbosa, Janeth deixou a quadra logo no início do terceiro quarto, quando o Brasil já estava liderando fácil o marcador: 49 a 26. Nos 18 minutos em que esteve em ação, anotara dez pontos, conquistando 11 rebotes (sete defensivos) e feito duas assistências. Janeth é a terceira cestinha do Brasil, com média de 13,5 pontos por jogo.
Além da sua experiência -é uma das remanescentes do título mundial de 94-, tem apresentado alto índice de aproveitamento de lances livres (91,2%), a segunda mais destacada do torneio ao fim do jogo de ontem, ultrapassada apenas pela tcheca Hana Machova, que somava 92,9% antes do jogo com os EUA.
Choro e recorde marcam queda da Lituânia
DA REPORTAGEM LOCAL
Lágrimas, sorrisos de satisfação e gritos de revolta foram ouvidos no dia da definição dos classificados para os mata-matas do Mundial.
O choro não foi contido durante entrevista após a derrota da Lituânia para a Espanha, por 75 a 55. A ala Lina Brazdeikyte acreditava numa armação australiana contra seu time. "Lutamos muito para estar aqui. Não é justo", sofria, antes de cair no choro e parar a entrevista.
Por problemas para entrar no Brasil, a Lituânia se atrasou e perdeu para a Austrália na estréia por W.O. A Fiba decidiu que o jogo terminaria 2 a 0 e deu um ponto à Lituânia.
A Austrália liderou protesto, negado pela Fiba, contra o país báltico. O temor de Lina era que o time australiano perdesse para a Argentina, o que eliminaria a Lituânia. Mas a Austrália passou fácil com 83 a 49.
Na mesma mesa, Amaya Valdemoro era só sorrisos: marcou 39 pontos para a Espanha, na melhor atuação individual do Mundial até aqui.
Frase
"Nós sabíamos que as melhores posições para ficarmos eram em primeiro ou terceiro. Segundo ou quarto seria fria"
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ANTONIO CARLOS BARBOSA técnico da seleção
ASTRO: OSCAR VÊ O JOGO E SE DIZ OTIMISTA
Oscar, principal opositor da Confederação Brasileira de Basquete, apareceu ontem no ginásio do Ibirapuera, para assistir à vitória brasileira sobre o Canadá. Foi festejado pelo público e distribuiu autógrafos. "Acho que o time cresceu na hora certa e que ele poderá conquistar medalha", analisou. Oscar não cruzou com Gerasime Bozikis, o Grego, presidente da CBB, apesar de ambos terem ficado no mesmo setor do ginásio. "Não o vi. Mas não tem problema nenhum", disse Oscar, que confessou não ter conseguido acordar para assistir ao jogo com a Austrália, que foi às 9h30 da manhã.
Fonte: Folha de São Paulo
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