segunda-feira, 5 de junho de 2006

Sem atletas da seleção, Paulista recomeça

A fase "inicial" do Campeonato Paulista se encerrou ontem. A tabela da próxima fase foi divulgada hoje.

Motivos desconhecidos fizeram a fórmula do torneio ser alterada durante a competição. Conforme a própria federação havia divulgado seriam classificadas oito equipes, quatro de cada grupo, as quais dariam inicio aos play-offs.

Agora, já não é bem assim. Divulgoue em cima da hora, que as oito equipes classificadas após a fase inicial, se reunirão em um grupo único e se enfrentarão em turno e returno. Ou seja, tudo que aconteceu até agora virou lixo.

O campeonato recomeça com essas oito equipes, com uma novidade: a saída das poucas jogadoras de seleção que atuam no país. O panorama, no entanto, parece mudar pouco.

No Grupo B, duas equipes destoaram da média das demais: Bauru e São José. Conseqüentemente, a definição dos classificados foi mais fácil e previsível.

Esperava-se mais do primeiro colocado do grupo, o Limpol/São Caetano. Depois de renovar seu elenco, o técnico Borracha parecia perto de montar um grande time, o que ainda não apareceu, ao menos nessa primeira fase. Novatas na equipe, Cíntia Luz, Fernanda e Êga comandam a produção ofensiva. De Êga, principal contratação do clube, se esperava um pouco mais: que ela brilhasse no torneio. Mas foi apenas burocrática. Mesmo fora da seleção, a armadora Fabianna persiste em evolução, mas ainda carece de um entrosamento maior com as companheiras, já que é a única titular remanescente do ano passado. Do outro lado, Vivian está em péssimo momento após uma contusão recente. Para a próxima fase, São Caetano perde Vivian, Êga e o técnico Borracha. Se na primeira fase, já não foi fácil, o que dizer da próxima?

Catanduva acabou ficando com a segunda colocação da chave, após um começo ruim. Ferreto conseguiu a recuperação baseado principalmente pelo "atrevimento" de seu trio de alas-armadora Natália-Roberta-Peixe. A falta de inspiração de suas pivôs, no entanto, é assustadora. O time perde Ísis para a seleção, mas a pivô não produziu nada digno de nota nesses 10 jogos.

Na terceira posição, Suzano surpreendeu e botou para escanteio um time de muita tradição, como Santo André. Os jogo é homogêneo, com destaques para Wíviam, Estrela e Tayara, que deixa o clube para responder à convocação de Barbosa. Será preciso muita superação para que o time volte a surpreender.

Por fim, Santo André, assistindo a decadência de sua equipe. Mais irritante ainda são as promessas de que a talentosa pivô Kátia vai voltar a jogar, após afastamento por problemas médicos. Até agora, não passou de blefe. Na ausência de Kátia, o time serviu de apoio para recuperação de Kelly, que ainda fora de forma liderou a equipe ao lado de Gigi, Kattynha e Lu. Com a ida de Kelly para a seleção, o prognóstico é dantesco.

No Grupo A, Ourinhos seguiu inabalável e parece firme e disposto a mais uma conquista. O time reagiu bem às mudanças no time. Lisdeivi e Chuca foram o porto seguro do campeão brasileiro. Geisa esteve bem. Há ainda Gattei e Lígia. Com tudo isso, o time, aparentemente, não deve sentir tanto as ausências de Lílian e Karen, que vão à seleção. Principalmente se forem confirmadas outras contratações, como apontam os boatos.

Na segunda colocação, ficou a Ponte Preta. O time foi bem, considerando-se o pequeno tempo de preparação e a chegada de vários reforços no transcorrer da competição. Como seus principais destaques não estão na seleção, o time é o que mais lucra com a nova fórmula da competição: terá tempo de tentar dar forma ao seu jogo. O destaque é Silvinha Luz, absoluta. Pati, em boa recuperação e Cris foram os outros destaques. Sílvia Gustavo, em temporada não mais que regular, vai à seleção, acompanhada de Mamá, que está às voltas com problemas físicos mais uma vez. A boa-nova é a chegada de Gilmara, que tem tudo para dar uma nova cara ao garrafão campineiro.

A surpresa do grupo A foi a classificação de Santos. Discretamente, o time se apoderou da terceira colocação. Os destaques foram Maria e Fabiana. O time deve dar trabalho na segunda fase, não mais que isso.

Por fim, o grupo teve um empate quádruplo pela ultime vaga.

Ficaram de fora Marília, São Bernardo e Piracicaba.

Marília voltou a empacar apesar das mudanças no elenco. Apesar de cinco jogadoras ultrapassarem dois dígitos na pontuação (Cléia, Milene, Flávia, Nathália e a recém-chegada Ana Flávia), dentro de quadra o jogo fluiu com a mesma fragilidade observada no Nacional.

São Bernardo esteve perto de conseguir a vaga com seu basquete de pouca organização tática. Também destaques na temporada passada, Izabela e Renata devem ser observadas de perto, inclusive pela seleção. O fato lamentável foi a saída da pivô Karina Jacob, no início da competição. Perderam os dois: o técnico, que ficou sem uma de suas cestinhas e reboteiras e a atleta, que ficou sem jogar e sem clube. A chegada de Adriana Santos foi muito bem-vinda, mas insuficiente.

Em Piracicaba, Branca voltou a conseguir alguma coisa dentro do elenco limitado. É uma pena que alguém tão apaixonada pelo basquete tenha tão poucos recursos nesse início de carreira como técnica. A chegada de Renata Oliveira deu um sopro de energia na equipe.

Quem papou a última vaga foi mesmo o Divino Salvador, de Jundiaí. O time começou bem, mas acabou enfrentando trajetória descendente. Não sei exatamente os motivos. Mas as veteranas Aide e Mina mais a jovem Franciele, terão mais dificuldades com a ida da cestinha da equipe, Jaqueline, para a seleção.

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