Êxodo precoce preocupa técnico da seleção
Marta Teixeira
São Paulo (SP) - A tendência crescente de jogadoras brasileiras de basquete tentarem a sorte no exterior cada vez mais jovens tem preocupado o técnico da seleção nacional, Antonio Carlos Barbosa. Seu receio é que a situação se agrave e provoque problemas graves no futuro. 'Fico muito preocupado', confessa o treinador, que está há uma semana no Rio de Janeiro, preparando a equipe para a disputa do Campeonato Sul-americano.
Avaliando a movimentação das atletas, Barbosa elege a fuga para os Estados Unidos como a mais problemática. Mas a opção pela Europa também não diminui seus temores. 'O esporte feminino no Brasil é extremamente contraditório. Não temos tantas jogadoras e você não vê aumentar este número'.
Comparando as situações de basquete, vôlei e handebol, por exemplo, Barbosa acredita que as conquistas acabam mascarando a realidade. 'Temos poucas equipes em todas as modalidades. É que a gente vai tendo resultado. Mas vejo este êxodo no basquete como um problema'.
Na opinião do treinador, muitas atletas deixam o país antes de estarem realmente preparadas, buscando uma alternativa qualquer. 'Há dez anos você não ouvia falar nisso'. A solução, acredita ele, extrapola a capacidade da própria modalidade. 'Falta uma política esportiva definida para o país. Uma política clara. A base tem que ser responsabilidade do poder público, competição sim cabe à iniciativa privada'.
Lembrando que a grande maioria dos clubes nacionais enfrenta uma situação de virtual falência ou, pelo menos, de dificuldade, ele lamenta a inexistência de programas de educação física ou ligados a Prefeituras que revelem novos talentos. 'O que tem depende da vontade momentânea do prefeito que entra e o feminino é o que mais sofre com isso.
Barbosa lembra que projetos como os mantidos em Americana, Jundiaí, no ABC, em Osasco e Ourinhos, são muito importantes, mas no geral o quadro ainda é frágil. 'É muito pouco. E você percebe que existe um problema quando São Paulo, que sempre foi um pólo formador, recorre a jogadoras de fora para montar suas equipes'.
Prestes a disputar seu quarto Campeonato Mundial na seleção principal, a pivô Cintia Tuiú também se preocupa com a situação. Ao contrário de Barbosa, contudo, ela acha menos grave a opção pelo universitário norte-americano. 'Pelo menos elas vão ter uma profissão', ressalta. 'O problema é depois não voltarem e as que saem muito jovens e vão para a Europa'.
Representante da primeira leva de atletas nacionais que tentou a sorte no exterior, Cíntia joga no Velho Continente desde 1998. Sua estréia foi com uma temporada rápida (três meses) em Portugal. A saída foi motivada pela adoção do sistema de ranqueamento nas equipes brasileiras. Isso fechou as portas para muitas jogadoras que já estavam na seleção, mas não podiam mais ser contratadas pelos times de ponta.
'Quando eu saí, sabia que poderia melhorar no exterior. Hoje, a mentalidade não é essa. É salário', compara. 'Às vezes, aguentar um pouco (no Brasil) para conquistar um pouco mais de experiência seria o mais certo. Atuar em um time de ponta (no exterior) é a experiência que conta', alerta.
Lisa Leslie dá show e atinge marca histórica
Los Angeles (EUA) - A pivô Lisa Leslie voltou a colocar seu nome na história do basquete norte-americano. Na noite deste domingo, ela marcou 41 pontos na vitória por 105 a 80 do Los Angeles Sparks sobre o San Antonio Silver Stars e tornou-se a primeira jogadora da WNBA a ultrapassar os 5 mil pontos na carreira.
'Ela está tendo um bom ano, o melhor que já a vi jogar', diz o técnico Dan Hughes sobre a jogadora que chegou à marca de 5.040 pontos na carreira. 'Eu não pensei nos 5 mil pontos. Você pode entrar e não fazer uma cesta', diz a pivô, que ainda pegou 13 rebotes e fez três assistências na oitava vitória seguida de sua equipe. 'Não sei o que isso significa. Nem sei o que sinto. Mas estou feliz se todos estão felizes'.
O Los Angeles é a franquia com melhor campanha até o momento na competição. O time tem 11 vitórias e apenas três derrotas.
Marta Teixeira
São Paulo (SP) - A tendência crescente de jogadoras brasileiras de basquete tentarem a sorte no exterior cada vez mais jovens tem preocupado o técnico da seleção nacional, Antonio Carlos Barbosa. Seu receio é que a situação se agrave e provoque problemas graves no futuro. 'Fico muito preocupado', confessa o treinador, que está há uma semana no Rio de Janeiro, preparando a equipe para a disputa do Campeonato Sul-americano.
Avaliando a movimentação das atletas, Barbosa elege a fuga para os Estados Unidos como a mais problemática. Mas a opção pela Europa também não diminui seus temores. 'O esporte feminino no Brasil é extremamente contraditório. Não temos tantas jogadoras e você não vê aumentar este número'.
Comparando as situações de basquete, vôlei e handebol, por exemplo, Barbosa acredita que as conquistas acabam mascarando a realidade. 'Temos poucas equipes em todas as modalidades. É que a gente vai tendo resultado. Mas vejo este êxodo no basquete como um problema'.
Na opinião do treinador, muitas atletas deixam o país antes de estarem realmente preparadas, buscando uma alternativa qualquer. 'Há dez anos você não ouvia falar nisso'. A solução, acredita ele, extrapola a capacidade da própria modalidade. 'Falta uma política esportiva definida para o país. Uma política clara. A base tem que ser responsabilidade do poder público, competição sim cabe à iniciativa privada'.
Lembrando que a grande maioria dos clubes nacionais enfrenta uma situação de virtual falência ou, pelo menos, de dificuldade, ele lamenta a inexistência de programas de educação física ou ligados a Prefeituras que revelem novos talentos. 'O que tem depende da vontade momentânea do prefeito que entra e o feminino é o que mais sofre com isso.
Barbosa lembra que projetos como os mantidos em Americana, Jundiaí, no ABC, em Osasco e Ourinhos, são muito importantes, mas no geral o quadro ainda é frágil. 'É muito pouco. E você percebe que existe um problema quando São Paulo, que sempre foi um pólo formador, recorre a jogadoras de fora para montar suas equipes'.
Prestes a disputar seu quarto Campeonato Mundial na seleção principal, a pivô Cintia Tuiú também se preocupa com a situação. Ao contrário de Barbosa, contudo, ela acha menos grave a opção pelo universitário norte-americano. 'Pelo menos elas vão ter uma profissão', ressalta. 'O problema é depois não voltarem e as que saem muito jovens e vão para a Europa'.
Representante da primeira leva de atletas nacionais que tentou a sorte no exterior, Cíntia joga no Velho Continente desde 1998. Sua estréia foi com uma temporada rápida (três meses) em Portugal. A saída foi motivada pela adoção do sistema de ranqueamento nas equipes brasileiras. Isso fechou as portas para muitas jogadoras que já estavam na seleção, mas não podiam mais ser contratadas pelos times de ponta.
'Quando eu saí, sabia que poderia melhorar no exterior. Hoje, a mentalidade não é essa. É salário', compara. 'Às vezes, aguentar um pouco (no Brasil) para conquistar um pouco mais de experiência seria o mais certo. Atuar em um time de ponta (no exterior) é a experiência que conta', alerta.
Lisa Leslie dá show e atinge marca histórica
Los Angeles (EUA) - A pivô Lisa Leslie voltou a colocar seu nome na história do basquete norte-americano. Na noite deste domingo, ela marcou 41 pontos na vitória por 105 a 80 do Los Angeles Sparks sobre o San Antonio Silver Stars e tornou-se a primeira jogadora da WNBA a ultrapassar os 5 mil pontos na carreira.
'Ela está tendo um bom ano, o melhor que já a vi jogar', diz o técnico Dan Hughes sobre a jogadora que chegou à marca de 5.040 pontos na carreira. 'Eu não pensei nos 5 mil pontos. Você pode entrar e não fazer uma cesta', diz a pivô, que ainda pegou 13 rebotes e fez três assistências na oitava vitória seguida de sua equipe. 'Não sei o que isso significa. Nem sei o que sinto. Mas estou feliz se todos estão felizes'.
O Los Angeles é a franquia com melhor campanha até o momento na competição. O time tem 11 vitórias e apenas três derrotas.
Fonte: Gazeta Esportiva
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