domingo, 18 de junho de 2006

Novos desfalques complicam programação de Barbosa

Marta Teixeira

São Paulo (SP) - O técnico da seleção brasileira feminina de basquete, Antonio Carlos Barbosa, estava preparado para lidar com dois desfalques durante a preparação para o Campeonato Mundial em setembro, em São Paulo. Mas esta semana, ele acabou tendo mais três baixas para o início do trabalho. Além das ausências previstas da ala Iziane, que já tinha definido sua participação na temporada da WNBA com o Seattle Storm, e da armadora Adrianinha, cuja filha nasceu este mês, Barbosa também terá problemas de calendário com as pivôs Alessandra e Érika e com a ala Janeth.
Érika vai para a liga norte-americana e já fechou com o New York Liberty. Janeth é outra que pode ir jogar nos Estados Unidos, novamente no Houston Comets. Já Alessandra segue na Coréia, onde defende o Woori Bank Hansae.

'É uma situação desconfortável', reconhece o técnico Barbosa. 'Nossa idéia era começar com todas treinando'. A seleção apresentou-se nesta sexta-feira, em São Paulo. Sábado de manhã, o time passa por exames médicos e no domingo se reapresenta no Rio de Janeiro, cidade em que cumprirá a primeira etapa de treinos até 12 de julho.

O caso mais simples, aparentemente, é de Alessandra, cuja apresentação pode acontecer até 10 de julho. 'Dependendo da performance de seu time no campeonato', diz Barbosa, que está tranquilo quanto à situação de Adrianinha, apesar de a atleta ter se submetido a uma cesariana.

Segundo ele, a jogadora tem mantido contato com o preparador físico João Nunes e já tem um programa de treinos para chegar em forma ao time. Mas sua apresentação pode ser uma das últimas, provavelmente apenas no final de julho. 'Ela só se apresenta depois que tiver dado todas as vacinas em sua filha'.

Para Barbosa, os casos de Érika e Iziane são os que mais preocupam. 'São as duas jogadoras mais problemáticas', afirma. As duas só devem se apresentar quando seus times concluirem a participação na WNBA. A temporada regular da liga norte-americana termina em 13 de agosto e a situação se agrava ainda mais caso estes times passem aos playoffs. Seattle e Houston, por exemplo, chegaram às fases decisivas na temporada passada.

Além do calendário, o treinador da seleção brasileira preocupa-se com a carga de jogos que suas atletas vão enfrentar até a apresentação. 'O que preocupa muito é Iziane e Érika chegarem muito em cima com pouco ou excesso de jogos', explica. Para ele, o ideal seria que a situação permanecesse como está atualmente com Iziane. A ala tem atuado em média 17min7 por partida.

Lidar com desfalques não é uma novidade para o treinador, que normalmente enfrenta o mesmo tipo de problema para cada grande competição. Foi assim nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000 e para o Campeonato Mundial da China-2002. 'O Mundial da China foi complicadíssimo. Treinei um time para escolher três jogadoras, as outras nove estavam todas fora', lembra. 'Nós queríamos ter este diferencial (trabalhar com todo o grupo). Infelizmente, nos igualamos às outras seleções', conforma-se Barbosa, lembrando que as outras principais seleções vivem situação semelhante.

Mas mesmo com sua situação ficando mais difícil por causa da decisão das atletas irem para a WNBA, Barbosa não as critica. 'Priorizar (o Mundial)? É difícil falar isso porque a vida delas depende disso e a carreira é curta. Para elas é difícil, mas é claro que não é bom para a seleção. Mas com certeza, elas não têm na cabeça que vão gerar prejuízo para o time'.

O Mundial começa dia 12 de setembro, reunindo as seleções de Argentina, Brasil, Coréia e Espanha (grupo A); Austrália, Canadá, Lituânia e Senegal (grupo B); China, Estados Unidos, Nigéria e Rússia (grupo C) e Cuba, França, República Tcheca e Taiwan (grupo D).

Antes, a seleção brasileira disputa jogos amistosos e participa de algumas competições. O calendário começa dia 13 de julho, enfrentando o Canadá. No mesmo mês, o Brasil também enfrenta o Chile, viajando dia 30 para o Paraguai, onde disputa o Sul-americano. Em agosto, os adversários serão as seleções chinesa, canadense e espanhola. Por último, o Brasil faz um jogo treino contra os Estados Unidos.


Seleção diz que polêmicas de bastidor não vão atrapalhar equipe


São Paulo (SP) - Para a seleção brasileira feminina de basquete, as turbulências administrativas que têm marcado a última temporada não vão atrapalhar o rendimento do time no Campeonato Mundial, em setembro, em São Paulo. Na noite desta sexta-feira, parte das jogadoras convocadas pelo técnico Antonio Carlos Barbosa se apresentaram para o início da preparação.
Este ano, a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) enfrentou diversos processos na Justiça movidos por equipes questionando desde a realização do Campeonato Nacional Masculino até a administração de Gerasime Grego Bozikis. Por causa disso, o Nacional está suspenso e ainda não teve seu campeão definido e Grego ficou dois dias afastado da presidência, período no qual a CBB foi comandada por um interventor indicado pela Justiça.

'Isso é uma coisa burocrática. Eles que resolvam. Nossa cabeça tem que estar voltada para o basquete. Se a gente for se meter a resolver isso, deixa de fazer a nossa parte', resume a armadora Helen. 'Nossa resposta é essa: temos que fazer a nossa parte'.

Apesar disso, as questões de bastidores provocaram pelo menos um contratempo à seleção: a apresentação das convocadas, inicialmente programada para o dia 4, foi adiada em 12 dias. Além do mais, em setembro, o Brasil organiza o Campeonato Mundial, com sede em São Paulo, e as recentes polêmicas não ajudam em nada a vender a competição.

'Este é um período em que as pessoas deveriam tomar cuidado para não expor. Não é o nome de ninguém, é do Brasil', lembra Barbosa, que compara todos os impasses a uma guerra. 'Tem momento certo para fazer guerra. Se não, você acaba matando muito civil'.

Para ele, a situação já está definida. 'Mas é um período que tem de ter calma, até pela imagem (do país)', explica, acreditando que nada disso vai refletir no desempenho do time durante o Mundial. 'Claro que se esta mudança (entrada de interventor) acontece em cima da hora é um problema. Mas este é um problema superado'.

Outra veterana da equipe, a pivô Kelly também lamenta os impasses jurídicos e principalmente o descompasso entre a administração da entidade e os grandes nomes da história da modalidade - o racha do basquete teve início com a criação da Nossa Liga de Basquetebol (NLB) unindo Oscar, Paula e Hortência. 'A gente fica um pouco triste porque de um lado estão os meus grandes ídolos, de outro a Confederação que pode nos favorecer para conquistar nosso objetivo que é o Mundial. Mas a gente sempre torce para a união'.

Helen troca Barça por Rivas na Espanha

Marta Teixeira

São Paulo (SP) - Depois de dois anos defendendo o Barcelona na Espanha, a ala brasileira Helen Luz resolveu tentar novos ares na Europa. A jogadora da seleção brasileira trocou o time catalão pelo Rivas Futura, que irá disputar a primeira divisão do Campeonato Espanhol a partir da próxima temporada.
Na nova equipe, Helen vai ter a companhia da irmã Silvinha com quem não joga há quatro anos. A última vez que as duas atuaram no mesmo time foi no Nacional de 2002, defendendo o Unimed/Americana na conquista do vice-campeonato.

'Cumpri dois anos no Barça, fui campeã e vice e foi muito bom jogar lá', diz Helen, explicando os motivos de sua transferência. 'Queria continuar na Europa e no Rivas me deram uma valorizada. Acho que foi isso que ficou faltando no Barça. Para eles estava muito fácil a mesma equipe'.

Helen é uma das 15 jogadoras que se apresentaram ao técnico Antonio Carlos Barbosa na noite de sexta-feira, em São Paulo, para a seleção brasileira. A seleção inicia seus treinos na próxima segunda-feira, no Rio de Janeiro. O principal compromisso do time nesta temporada é o Campeonato Mundial, em setembro, na capital paulista.

Fonte: Gazeta Esportiva

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