quinta-feira, 29 de junho de 2006

Jucimara Evangelista Dantas

A pivô Jucimara Dantas, a Mamá, é uma das 20 atletas da seleção brasileira que se prepara para a temporada 2006. Os objetivos do ano? Conquistar o décimo primeiro título consecutivo do Sul-Americano, que será disputado no Paraguai, de 1º a 5 de agosto, e o Campeonato Mundial do Brasil, de 12 a 23 de setembro, em São Paulo e Barueri. A pivô passou os últimos cinco anos se dividindo entre a seleção e os compromissos com clubes europeus. Mamá defendeu as equipes francesas de Nice e Mondeville, além de atuar no Cocunuda Maddaloni, da Itália. A pivô retornou ao Brasil e jogou três partidas do Campeonato Paulista, pela Ponte Preta. Nas categorias de base, Mamá ficou em 4º lugar no Mundial Juvenil (Brasil – 1997) e foi campeã da Copa América Juvenil (México – 1996). Pela equipe adulta, é bicampeã sul-americana (Peru – 2001 e Equador – 2003), campeã da Copa América (Brasil – 2001) e medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo (República Dominicana – 2003).


Como está o clima de preparação para a temporada 2006?

Como sempre, o ambiente é o melhor possível. O clima é de amizade e união. Nos conhecemos bastante e as mais jovens se adaptam muito bem. Tecnicamente, é um grupo muito forte, que ficará ainda melhor quando estiver completo. Acho que o técnico Barbosa tem excelentes opções para fazer bonito em todos os compromissos da temporada.


Como está o início dos treinamentos?

O ritmo na seleção é bastante puxado, com o trabalho físico e técnico para deixar o grupo preparado e homogêneo, mas já estou bem acostumada. Afinal, venho fazendo parte das convocações nos últimos anos, graças a Deus. Acho que todas se dedicam ao máximo para ajudar, se manter no grupo e aprender a filosofia de trabalho para formamos um time competitivo, dentro das nossas características.


E tecnicamente, quais são essas características?

Velocidade e determinação. Jogamos com velocidade e hoje estamos mais fortes fisicamente, brigando mais no garrafão. Além disso, a garra é outra marca registrada do Brasil. Não desistimos do jogo e buscamos sempre a vitória.


Quais suas expectativas para o Sul-Americano?

As melhores possíveis para conquistar mais um título do continente. O Sul-Americano é uma competição legal, onde há uma mistura maior entre as mais novas e as mais experientes na equipe brasileira, o que gera uma ótima troca de vivências.


E para o Mundial, que será disputado no Brasil?

Primeiro, espero ficar no grupo. Para isso estou trabalhando com dedicação. O fato do Mundial ser em casa é um incentivo a mais. Contaremos com o público que, com certeza, será fundamental para o nosso sucesso. Temos que mostrar o valor do nosso país, com um bom trabalho dentro e fora de quadra, mostrando a todos a alegria e o talento do povo brasileiro.


Quais as chances do Brasil na competição?

Acredito que quando competimos, precisamos pensar sempre no melhor. Por isso, o objetivo da equipe deve ser o de conquistar o título. Temos que confiar no nosso potencial e na qualidade do trabalho realizado. Claro que não será fácil enfrentar tantas seleções excelentes, como Estados Unidos, Austrália, Rússia e República Tcheca. Mas nada é impossível.


Você já disputou o Mundial Juvenil no Brasil, em 1997. Como foi?


Eu me lembro bem do Mundial Juvenil, em Natal. Para mim, foi um sonho realizado. Defendemos o Brasil em casa e enfrentamos grandes seleções como Austrália e Estados Unidos. Foi um ótimo momento de uma geração que faz sucesso até hoje. Quase dez anos depois, todas estamos melhores, experientes e contribuindo mais quando somos convocadas.


Fale um pouco sobre os cinco anos em que você jogou na Europa?

Maravilhosos, tanto na parte profissional como pessoal. Fiquei quatro temporadas na França, duas em Nice e duas em Mondeville. Fui para a Europa jovem, com 22 anos, e gostei muito, principalmente depois que superei a barreira do idioma. Quando aprendi a falar francês e inglês tudo ficou mais fácil. As duas cidades amam basquete e sempre lotavam o ginásio. Na Europa, a cobrança é grande, mas valeu a pena, pois evolui demais, já que tinha responsabilidade na equipe.


Por que trocou a França pela Itália?

Eu amo a França, mas estava curiosa para conhecer o Campeonato Italiano. Fui para Maddaloni, uma cidade no sul da Itália, bem pertinho de Nápoles, onde morava a pivô americana Vicky Bullet, que jogou comigo no Paraná. Isso me ajudou muito já que ela é uma grande amiga. Pelo lado técnico, os seis meses na Itália até que foram legais. Fiz uma boa temporada e colaborei com a equipe para chegar nas semifinais. Só que não joguei, porque não me pagaram. Resolvi voltar para o Brasil, onde joguei três partidas pela Ponte Preta no Campeonato Paulista.


E os seus planos para a próxima temporada?

Neste momento estou concentrada unicamente no trabalho da seleção. Meu agente está analisando algumas propostas, mas não vou decidir nada por enquanto. Se for possível, gostaria de ficar no Brasil. Também tenho vontade de conhecer campeonatos de outros países, como o da Rússia e da Espanha, que têm alto nível técnico.

Fonte: CBB

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