segunda-feira, 29 de maio de 2006

Jornalista revela os bastidores da Liga Feminina Espanhola

Um artigo revelador de Egido Tarziman na revista Basket Confidencial explora os bastidores da Liga Feminina Espanhola.

A matéria exalta o sucesso do Avenida (da pivô Kátia Denise), campeão da Liga Espanhola e da Copa da Rainha e semifinalista da EuroCopa, confrontando-o com o fracasso dos dois mais tradicionais clubes espanhóis: o Barcelona e o Ros Casares.

O autor acredita que o maior razão do fracasso do Ros, onde jogaram Janeth e Alessandra, foi o mau planejamento. Principalmente na escolha da comissão técnica, inexperiente (nunca havia dirigido uma equipe na Liga até então), e trocada ao longo da temporada sem que se reparasse o erro incial. O autor, no entanto, acredita que o fracasso em 2006 serviu de lição ao clube, que formou um elenco estelar, que inclui a brasileira Érika, para a próxima temporada, com os objetivos de ganhar a Liga, a Copa e de chegar ao Final Four da Euroliga.

Sobre o Barcelona, onde jogaram Érika, Cíntia e Helen Luz, o autor é mais enfático. E os alvos são o gerente e a técnica da equipe. O primeiro teve uma idéia particular há duas temporadas: fazer do Barça um clube "catalão". Sendo assim, fora as estrangeiras, as demais jogadoras então contratadas deveriam ser nascidas na Catalunha. Para a comissão técnica, o requisito também era válido. Assim, o diretor encontrou a pessoa ideal: Silvia Font, técnica sem experiência alguma na Liga, que trabalhava com formação de atletas em um clube espanhol, enfim, uma desconhecida no mundo do basquete de alto nível e totalmente subordinada ao gerente.

Ainda assim, o Barcelona foi campeão na temporada passada. Segundo o autor, o motivo principal foi a contratação da norte-americana DeLisha Milton, uma das melhores pivôs do planeta. Segundo o autor, a técnica do Barça não conhecia muito bem Milton e teria até confirmado com a própria se era mesmo verdade que a pivô havia sido campeã mundial com a seleção dos Estados Unidos.

A estadia de DeLisha no Barcelona não haveria sido das mais pacíficas. Logo na chegada, a pivô ameaçou deixar o clube por achar que a treinadora lhe dava pouco tempo nos jogos. Resolvido esse impasse, a jogadora criou um mal-estar com o resto do elenco, quando deixou escapar que recebia uma gratificação financeira por cada partida que o time ganhasse; o que não ocorria com as demais mortais. Segundo o autor, o gerente da equipe exercia um controle econômico ferrenho sobre o elenco e chegava a descontar do salário das jogadoras uma quantia relacionada ao uso de medicamentos.

Com o dinheiro gasto com DeLisha, o clube se sagrou campeão, mas ainda assim, abdicou do direito de disputar a Euroliga, apontando justamente motivos financeiros.

A conquista do título fez com que o projeto fosse mantido para a próxima temporada, na qual o Barça, apesar de ter o melhor elenco do torneio, fracassou.
O autor promete divulgar os motivos do fracasso dessa temporada em uma próxima edição. Aguardemos...



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