sábado, 4 de fevereiro de 2006

Estrelas são homenageadas no aniversário do Centro Olímpico

Hugo Vecchiato, especial para a GE. Net

São Paulo (SP) - Celeiro de atletas brasileiros desde 1976, o Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP) de São Paulo celebra 30 anos de sua existência neste mês. Na festa de comemoração, realizada nesta sexta-feira na quadra de basquete do complexo esportivo, antigos e atuais nomes do esporte nacional formados ou que trabalham no local receberam homenagens.
Liderada pela ex-jogadora de basquete Paula, diretora do COTP, a festa contou com a presença de esportistas como o Servílio de Oliveira, único medalhista olímpico do Brasil no boxe (bronze em 68, no México), o ex-goleiro Gilmar dos Santos Neves, Montanaro, medalha de prata no vôlei em Los Angeles-84 e as ex-jogadoras de basquete Marta e Hortência.

Com a carterinha de atleta do COTP que guarda desde 1978, quando começou, Montanaro fala com saudades do tempo em que era apenas promessa. “O Centro é muito mais do que esporte, é uma escola de vida. Aqui aprendi o que é disciplina e respeito”.

Atualmente, mais de 750 jovens, entre 7 e 17 anos, são treinados em 10 modalidades: atletismo, basquete, boxe, futsal, ginástica olímpica, handebol, judô, luta olímpica, natação e vôlei. A partir desde ano, a diretoria do COTP irá implantar o badminton e o futebol de campo feminino. O intuito é desenvolver atletas e equipes competitivas nas categorias de base.

Servílio, que não foi formado ali, mas comanda o departamento de boxe, explica como é o trabalho. “Quando assumimos, há um ano atrás, começamos a fazer uma adaptação dos atletas ao treino. O que se trabalha de manhã, também se faz à tarde e à noite. Nossa estrutura é excelente”.

Além da entrega de troféus aos esportistas, diretores e técnicos, o COTP também festeja uma série de reformas já em andamento para 2006. As quadras ganharão nova cobertura e piso de madeira flexível, a piscina está sendo remodelada e a área de luta olímpica e judô será substituída por um dojô olímpico.

Gerações do basquete se encontram em festa do COTP

Hugo Vecchiato, especial para a GE. Net

São Paulo (SP) - Antes de se tornarem estrelas do basquete brasileiro, Hortência, Paula e Marta bateram cartão para treinar no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP), em São Paulo, no início de suas carreiras. Nesta sexta-feira, além de celebrar 30 anos de fundação do complexo, elas puderam se reencontrar com outros ex-jogadores e seus antigos técnicos.
“A Marta era aquele tipo de jogadora meio indisciplinada. Chegava sempre atrasada, mas isso era coisa da idade”, brincou Edson Bispo, campeão mundial de basquete com a seleção brasileiro no Chile em 59 e ex-treinador da jogadora.

No entanto, Marta se defende das “acusações”: “Eu morava em Santo André e chegava muitas vezes atrasada. Cada dia que passava eu inventava que algum parente meu morreu. Acho que “matei” quase toda a família naquela época”, lembrou, com bom-humor.

De jogadora e outra revelação do Centro Olímpico, Paula Gonçalves se tornou Magic Paula e hoje é a diretora do projeto. “Esse é meu trabalho, minha paixão. Aqui retribuo tudo o que conquistei na minha carreira”, garantiu. A ex-atleta acrescentou que o compromisso maior do COTP é formar cidadãos.

Já Hortência teve a chance de bater um papo com Waldir Pagan Peres, comandante da seleção brasileira vice mundial em 71 e um dos primeiro treinadores da rainha do basquete, em 74. “Ela não achava que chegaria à seleção, mas eu sempre acreditei nisso”, recordou Pagan.

“Aqui foi o início de tudo. O COTP vem dando certo porque foi uma grande idéia que teve continuidade, independente de diferenças políticas”, analisou Hortência, cujo nome se encontra hoje no Hall da Fama do basquete.

Para Edson Bispo, o COTP é receita para a melhoria, não só do basquete, mas do esporte no Brasil. “Se tivesse pelo menos um desse centro em cada capital do país, não teríamos mais problemas para revelar novos talentos”.

Campeão em 59, Bispo quer mais ex-atletas como dirigentes

Hugo Vecchiato, especial para a GE. Net

São Paulo (SP) - Longe dos holofotes, mas não do esporte, Edson Bispo dos Santos acompanha de perto os acontecimentos que marcaram o basquete nos últimos anos. Com a autoridade de campeão mundial (Chile-59) e bronze em duas Olimpíadas (Roma/60 e Tóquio/64) pela seleção brasileira, ele critica os dirigentes atuais e afirma: “Gostaria de ver ex-atletas no comando”.
Por isso, comemora e muito o fato de Magic Paula estar à frente do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo, como diretora. “A Paula é uma idealista e faz um grande trabalho aqui. Deveria dar oportunidade para outros atletas virarem dirigentes”, opina. Hoje, Bispo, que revelou, entre outras, Marta Sobral, é técnico de basquete no COTP.

O recado dele vai direto à Confederação Brasileira de Basquete, que vem travando uma briga com a Nossa Liga de Basquetebol, fundada em protesto por Oscar, Paula, Janeth, e Hortência. A alegação do grupo era, principalmente, a falta de retorno financeiro aos clubes participantes do Nacional.

“A seleção masculina de basquete tem conquistado nos últimos anos apenas resultados pífios. Nem se classificou para as duas últimas Olimpíadas (Sydney-2000 e Atenas-2004)”, protesta. “Mas agora parece que temos uma geração boa aqui no país e com os brasileiros que jogam lá na NBA”, pondera.

E ele dá a receita para ao sucesso: “Hoje temos material, para conquistar resultados só falta dirigentes e jogadores, principalmente os da Liga Norte-americana, terem humildade”. Na competição, o país tem Nenê, Leandrinho, Varejão e Rafael Araújo.

Edson Bispo acredita em um bom resultado no Mundial do Japão deste ano. “Se a comissão técnica conseguir arrumar a equipe, o Brasil pode ser podium com certeza”. O torneio será disputado de 19 de agosto a 3 de setembro e o time canarinho está no grupo C, com Austrália, Lituânia, Grécia, Turquia e Catar.


Fonte: Gazeta Esportiva


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