sábado, 15 de outubro de 2005

São Caetano na final do basquete feminino

Com uma atuação irretocável, a equipe de basquete feminino de São Caetano do Sul derrotou Santo André, por 72 a 41, e se qualificou para a final da primeira divisão da modalidade na 69.ª edição dos Jogos Abertos do Interior, que está sendo realizada em Botucatu. Na decisão, São Caetano enfrenta Catanduva, neste sábado [15/10], no ginásio Mário Covas.

Após o jogo diante de Santo André, no Colégio Santa Marcelina na sexta-feira [14/10], o técnico Norberto da Silva, o Borracha, do time de São Caetano e auxiliar da seleção brasileira de basquete feminino, exaltou a atuação de suas comandadas. 'Jogamos bem, conscientes e de forma coletiva , disse o técnico.

A equipe cresceu dentro da competição.A partida contra Santo André, que havia vencido São Caetano na decisão dos Jogos Regionais desse ano, começou de forma equilibrada. Os times trocaram de lugar na liderança do primeiro tempo até a entrada de Roseli, que, com sua experiência de
campeã mundial e vice-campeã olímpica, conduziu São Caetano a vitória no primeiro quarto: 21 a 16.

Bem postado na defesa, São Caetano abriu vantagem no segundo quarto da partida. Santo André, por sua vez, não se encontrava em quadra. O placar final do período apontava São Caetano 40 a 23.

Marcação forte e contra-ataques foram a tônica de São Caetano no terceiro quarto da partida. As jogadoras de São Caetano dominavam as ações ofensivas e defensivas, fatores que não davam margens para a reação de Santo André.

São Caetano saiu em vantagem desse período por impressionantes 62 a 25, com o jogo praticamente liquidado. Nos 10 minutos finais, São Caetano passou a administrar a vantagem e venceu o jogo por confortáveis 72 a 41. 'Deu para usar todas as jogadoras. Poupei algumas para a decisão', contou Borracha.

Erik Oliveira

Roseli é experiência no basquete feminino de São Caetano




Roseli do Carmo Gustavo, de 34 anos, ou simplesmente Roseli, é uma das jogadoras responsáveis pela colocação do basquete feminino brasileiro no topo da modalidade no mundo. Jogou pelo Brasil juntamente com Hortência e Paula e foi campeã mundial na Austrália, em 94, vice-campeã olímpica em Atlanta, em 96, e campeã Pan-Americana em Cuba, em 91 [no célebre episódio em que Fidel Castro desceu do palanque e entregou pessoalmente as medalhas].

Com sua vasta experiência no basquete, vai jogando, e bem, na equipe de São Caetano do Sul, na 69.a edição dos Jogos Abertos do Interior, que está sendo realizada em Botucatu. Em entrevista concedida na noite de quinta-feira [13/10],

Roseli contou um pouco sobre sua experiência internacional e de sua convivência com Hortência e Paula. Afirmou que não pensa em se aposentar tão cedo. “Levo uma vida muito regrada, com alimentação saudável e sem exageros. Hoje, ainda tenho condições de jogar os 40 minutos numa partida.”

Pergunta: Roseli, a conquista do mundial em 1994 foi de certa forma surpreendente. Conte um pouco sobre o caminho para o título?

Roseli: Nós treinamos muito para o campeonato. Foram 4 meses intensos de preparação. Chegamos a competição desacreditadas, mas muito bem preparadas e conseguimos o título. O grupo era muito unido.

Pergunta: O fato de vocês partirem desconhecidas para o torneio ajudou?

Roseli: Ajudou muito. O pessoal não olhava para nós como uma das favoritas, mas apenas como mais um participante [no mundial feminino anterior, o Brasil tinha ficado na penúltima colocação, à frente apenas do Zaire]. O mundo conhecia a Hortência e a Paula. Daí, começamos a ganhar jogos e a Bandeirantes mandou até uma equipe para cobrir as partidas. Mas, mesmo assim, faltou um pouco de atenção da imprensa, que estava toda voltada para a conquista da Copa do Mundo de futebol.

Pergunta: O que mudou para vocês depois do mundial?

Roseli: Passamos a ser respeitadas internacionalmente e confirmamos nossa boa condição na Olimpíada de Atlanta, com a medalha de prata. A partir daí, o basquete feminino guinou e conseguiu muitos patrocinadores. Eu, particularmente, apareci e joguei na Espanha, Portugal e Suécia [foi a primeira brasileira a jogar naquele País].

Pergunta: E como era jogar ao lado da Hortência e da Paula, ícones do basquete nacional?

Roseli: Experiência fantástica. Como eu ficava no banco [substituía Janete], observava os movimentos delas e aprendia muito. Cada uma tinha a sua característica e uma completava a outra. Joguei com elas também naquele supertime que a Ponte Preta montou, mas por apenas uma temporada. O time tinha Hortência, Paula, a pivô Karina e eu.

Pergunta: Quem você considera a principal jogadora do basquete nacional atualmente?

Roseli: A Janete. Ela tem um currículo incrível, com quatro títulos da WNBA [liga profissional de basquete feminino norte-americana]. Isso não á para qualquer uma.

Pergunta: Na equipe de São Caetano, você joga com a sua sobrinha [Silvia, da seleção brasileira]. Como é essa experiência?

Roseli: É muito agradável. A família inteira vai nos assistir nos jogos. Tenho outros sobrinhos no basquete [um deles é Nezinho, da seleção brasileira masculina]. Meu filho Felipe, de 14 anos, também joga basquete, no Corinthians. Além disso, meu marido o Mauro, foi lateral do Azulão. Quando a família se reúne, os assuntos preferidos são sempre basquete e futebol.

Pergunta: Então você tem ligação mais antiga com São Caetano?

Resposta: Adora a cidade. Vi aqueles semáforos inteligentes que nunca havia visto na vida. É um lugar muito bom para se jogar e morar.

Erik Oliveira

Fonte: Botucatu




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