Entidade, que não reconhece campeonato paralelo, diz que respeita regra; NLB vê ditadura e busca brecha legal
CBB barra atletas da Nossa Liga na seleção
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Jogadores que disputarem os campeonatos na Nossa Liga de Basquetebol não poderão ser convocados para as seleções.
O presidente da confederação brasileira confirmou ontem o veto em encontro para apresentação do calendário de 2006.
"É uma questão mais legal do que técnica. A federação internacional não permite em suas competições jogadores que não disputem torneios oficiais", afirmou Gerasime Bozikis, o Grego.
A CBB, entidade que rege o basquete brasileiro, não reconhece a NLB. Com isso, todos os atletas que atuam na liga de Oscar estão impedidos de chegar à seleção.
A medida não atinge, por enquanto, as equipes das categorias de base, já que a entidade paralela só organiza torneios adultos.
"Vejo essa decisão como uma ditadura. Não sei o que vai acontecer. Só sei que a liga é uma realidade", disse Hortência, vice-presidente de marketing feminino.
Segundo a ex-atleta, o advogado da Nossa Liga já foi acionado para estudar o assunto.
Os clubes que disputam o campeonato na entidade de Oscar já haviam sido impedidos de tentarem ingressar o Nacional da CBB.
Além de invocar as regras internacionais, a entidade pedira a todos os interessados uma carta declarando que só atuariam em torneios organizados por ela -27 haviam enviado o papel.
Regulamento do Paulista-2005, porém, dá vaga aos oito quadrifinalistas no Brasileiro da CBB.
Os dois primeiros campeonatos da NLB irão juntar 24 equipes (18 no masculino e 6 no feminino), o que soma um total de pelo menos 288 atletas a menos na mira dos técnicos das seleções.
Apesar disso, o presidente da CBB não vê complicações.
"Temos um universo de 20 atletas convocáveis [para o time masculino]. Neste momento não vejo nenhum, ou só um, na outra liga. Não há problema", disse Grego.
Lula Ferreira e Antonio Carlos Barbosa concordaram com o dirigente. O técnico da equipe masculina foi além e disse que a situação é a mesma de anos anteriores.
"Você pode convocar todos os jogadores que tecnicamente estejam aptos, mas que não tenham nenhum impedimento legal. Sempre foi assim, não é nenhuma novidade. Se não tiver legalidade eu posso convocar, mas ele não pode jogar", afirmou Ferreira.
A próxima chamada dos treinadores será visando os Mundiais do ano que vem, no Japão e no Brasil, entre agosto e setembro. Ambos vêm de resultados ruins nas principais torneios mundiais.
Barbosa tentará, em casa -só São Paulo está definida como sede ao lado de Rio ou Belo Horizonte-, apagar a péssima campanha de 2002, quando ficou em sétimo lugar. Desde 1994 o time ficava entre os quatro. Na Olimpíada de Atenas, foi à semifinal, mas não levou medalha.
No masculino, o retrospecto é pior. A seleção não se classificou para os dois últimos Jogos Olímpicos. No Mundial passado, ficou na oitava colocação.
Os dois falam em título no campeonato de 2006.
FRASE
Se tiver uma estrela [na NLB], vamos lamentar muito a não-convocação. Se forem 20, vamos parar para pensar. Mas acredito que não teremos que nos preocupar com esse problema
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GERASIME BOZIKIS
presidente da CBB
Medida compromete jovens talentos
DA REPORTAGEM LOCAL
Apontado como uma das maiores apostas da nova geração e como possível nome da NBA, o ala Marquinhos pode nem ter a chance de pleitear vaga na seleção.
O jogador defende o São Carlos, time inscrito na Nossa Liga.
Lula Ferreira, porém, diz que esse não seria o único problema. Marquinhos deixou a seleção em 2004 sem motivos justificáveis. E, segundo o treinador, não estaria tão bem no Paulista. Seu time é o lanterna. O ala é o quinto maior cestinha e o nono em assistências.
"Ele teria de mostrar muita maturidade. Além disso, é mais fácil ser o melhor do último colocado que um atleta médio do melhor."
Jogadores que começam a despontar também não terão chance. É o caso do ala Dedé, 21, e do ala-armador Edu, 22, titulares do Araraquara. O time tem um atleta, Biro, na seleção cadete.
Depois de cesta contra, técnico acende alerta
DA REPORTAGEM LOCAL
A brasileira rouba a bola, gira e arremessa. Acerta. Só que na própria cesta. A cena ocorreu no Sul-Americano sub-17 deste ano, no Paraguai. E, além de quase levar o técnico Antonio Carlos Barbosa a um ataque de nervos, expôs as deficiências das jogadoras de base do Brasil.
Exatamente por isso, no ano que vem, as novatas receberão atenção especial.
"Temos boas atletas, mas são inexperientes. O que ocorreu no Paraguai [cesta contra], além de testar meu coração, mostrou o quanto elas estão verdes. E não temos a mesma oferta de jovens que o masculino. Temos de cuidar disso", disse Barbosa, que comandou as novatas no Paraguai.
Uma das idéias do treinador é acertar amistosos.
"Queria levá-las aos EUA, mas acho que não será possível. Vamos nem que seja ao Paraguai. Tecnicamente não ajuda muito, mas é viagem, outra língua, outra comida. Vai dar bagagem", disse ele, que, se não conseguir tirá-las da América do Sul, quer jogos contra os times adultos dos países vizinhos. "Elas não precisam ganhar, e sim aprender."
O Brasil acumula tropeços nos últimos tempos. Em 2004, não se classificou ao Mundial juvenil e perdeu o Sul-Americano cadete. Neste ano, caiu no sub-17. (ML)
Fonte: Folha de São Paulo
CBB barra atletas da Nossa Liga na seleção
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Jogadores que disputarem os campeonatos na Nossa Liga de Basquetebol não poderão ser convocados para as seleções.
O presidente da confederação brasileira confirmou ontem o veto em encontro para apresentação do calendário de 2006.
"É uma questão mais legal do que técnica. A federação internacional não permite em suas competições jogadores que não disputem torneios oficiais", afirmou Gerasime Bozikis, o Grego.
A CBB, entidade que rege o basquete brasileiro, não reconhece a NLB. Com isso, todos os atletas que atuam na liga de Oscar estão impedidos de chegar à seleção.
A medida não atinge, por enquanto, as equipes das categorias de base, já que a entidade paralela só organiza torneios adultos.
"Vejo essa decisão como uma ditadura. Não sei o que vai acontecer. Só sei que a liga é uma realidade", disse Hortência, vice-presidente de marketing feminino.
Segundo a ex-atleta, o advogado da Nossa Liga já foi acionado para estudar o assunto.
Os clubes que disputam o campeonato na entidade de Oscar já haviam sido impedidos de tentarem ingressar o Nacional da CBB.
Além de invocar as regras internacionais, a entidade pedira a todos os interessados uma carta declarando que só atuariam em torneios organizados por ela -27 haviam enviado o papel.
Regulamento do Paulista-2005, porém, dá vaga aos oito quadrifinalistas no Brasileiro da CBB.
Os dois primeiros campeonatos da NLB irão juntar 24 equipes (18 no masculino e 6 no feminino), o que soma um total de pelo menos 288 atletas a menos na mira dos técnicos das seleções.
Apesar disso, o presidente da CBB não vê complicações.
"Temos um universo de 20 atletas convocáveis [para o time masculino]. Neste momento não vejo nenhum, ou só um, na outra liga. Não há problema", disse Grego.
Lula Ferreira e Antonio Carlos Barbosa concordaram com o dirigente. O técnico da equipe masculina foi além e disse que a situação é a mesma de anos anteriores.
"Você pode convocar todos os jogadores que tecnicamente estejam aptos, mas que não tenham nenhum impedimento legal. Sempre foi assim, não é nenhuma novidade. Se não tiver legalidade eu posso convocar, mas ele não pode jogar", afirmou Ferreira.
A próxima chamada dos treinadores será visando os Mundiais do ano que vem, no Japão e no Brasil, entre agosto e setembro. Ambos vêm de resultados ruins nas principais torneios mundiais.
Barbosa tentará, em casa -só São Paulo está definida como sede ao lado de Rio ou Belo Horizonte-, apagar a péssima campanha de 2002, quando ficou em sétimo lugar. Desde 1994 o time ficava entre os quatro. Na Olimpíada de Atenas, foi à semifinal, mas não levou medalha.
No masculino, o retrospecto é pior. A seleção não se classificou para os dois últimos Jogos Olímpicos. No Mundial passado, ficou na oitava colocação.
Os dois falam em título no campeonato de 2006.
FRASE
Se tiver uma estrela [na NLB], vamos lamentar muito a não-convocação. Se forem 20, vamos parar para pensar. Mas acredito que não teremos que nos preocupar com esse problema
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GERASIME BOZIKIS
presidente da CBB
Medida compromete jovens talentos
DA REPORTAGEM LOCAL
Apontado como uma das maiores apostas da nova geração e como possível nome da NBA, o ala Marquinhos pode nem ter a chance de pleitear vaga na seleção.
O jogador defende o São Carlos, time inscrito na Nossa Liga.
Lula Ferreira, porém, diz que esse não seria o único problema. Marquinhos deixou a seleção em 2004 sem motivos justificáveis. E, segundo o treinador, não estaria tão bem no Paulista. Seu time é o lanterna. O ala é o quinto maior cestinha e o nono em assistências.
"Ele teria de mostrar muita maturidade. Além disso, é mais fácil ser o melhor do último colocado que um atleta médio do melhor."
Jogadores que começam a despontar também não terão chance. É o caso do ala Dedé, 21, e do ala-armador Edu, 22, titulares do Araraquara. O time tem um atleta, Biro, na seleção cadete.
Depois de cesta contra, técnico acende alerta
DA REPORTAGEM LOCAL
A brasileira rouba a bola, gira e arremessa. Acerta. Só que na própria cesta. A cena ocorreu no Sul-Americano sub-17 deste ano, no Paraguai. E, além de quase levar o técnico Antonio Carlos Barbosa a um ataque de nervos, expôs as deficiências das jogadoras de base do Brasil.
Exatamente por isso, no ano que vem, as novatas receberão atenção especial.
"Temos boas atletas, mas são inexperientes. O que ocorreu no Paraguai [cesta contra], além de testar meu coração, mostrou o quanto elas estão verdes. E não temos a mesma oferta de jovens que o masculino. Temos de cuidar disso", disse Barbosa, que comandou as novatas no Paraguai.
Uma das idéias do treinador é acertar amistosos.
"Queria levá-las aos EUA, mas acho que não será possível. Vamos nem que seja ao Paraguai. Tecnicamente não ajuda muito, mas é viagem, outra língua, outra comida. Vai dar bagagem", disse ele, que, se não conseguir tirá-las da América do Sul, quer jogos contra os times adultos dos países vizinhos. "Elas não precisam ganhar, e sim aprender."
O Brasil acumula tropeços nos últimos tempos. Em 2004, não se classificou ao Mundial juvenil e perdeu o Sul-Americano cadete. Neste ano, caiu no sub-17. (ML)
Fonte: Folha de São Paulo
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