quinta-feira, 28 de julho de 2005

Nacional segue em litígio e promete ter decisão na Justiça


São Paulo (SP) - O Campeonato Brasileiro de basquete pode acabar sendo decidido nos tribunais, sem sequer ter iniciado a disputa dentro das quadras. Nesta terça-feira à noite, em reunião realizada em São Paulo, a CBB voltou a afirmar que organizará a competição com 18 clubes, sem deixar claro quais seriam os “escolhidos”.
Como resposta, a Nossa Liga de Basquete (NLB), criada e presidida por Oscar Schmidt, anunciou que se a CBB lançar oficialmente o 17º Campeonato Nacional de 2006 entrará no Superior Tribunal de Justiça Desportiva pedindo o afastamento de Gerasime Bozikis da presidência da entidade.

Oscar e seus aliados vão se apoiar no estatuto do Torcedor, Lei nº 10.671, que em seu capítulo 3, artigo 9º, parágrafo 5º, proíbe a alteração no regulamento de competições nacionais sem que haja o aviso prévio de pelo menos dois anos. Caso seja descumprido, a pena prevista é a suspensão dos dirigentes responsáveis por meia temporada, além do cancelamento de todas as verbas recebidas pela entidade através da Lei Piva.

“A CBB só pode fazer o Nacional com 15 times mais o que subiu da temporada passada. A classificação das equipes também deve ser feita por índice técnico, não pode haver convite. A partir daí, todas as decisões da CBB são nulas. Estamos tranqüilos com relação a isso”, disse Heraldo Panhoca, advogado da NLB, ao site Máquina do Esporte.

Para resolver o imbróglio, a CBB pode tomar dois caminhos. O primeiro é alterar o calendário do basquete nacional e obter a aprovação do Conselho Nacional do Esporte (CNE). Como a instituição é ligada ao Ministério dos Esportes, a entidade poderia alterar regulamentos para se adequar ao novo período da disputa.

A outra saída da CBB é declarar o basquete um esporte não-profissional no Brasil. Isso é considerável inviável, já que os jogadores recebem salários para atuar nos clubes, a profissão é regulamentada no Ministério do Trabalho e existe a transferência de atletas para o exterior, caracterizando o “esquema serviçal”.

Paralelamente à briga, a recém-criada pela CBB Comissão de Clubes tentará, sozinha, colocar um ponto final na briga. Uma reunião com Oscar já foi marcada e as equipes dissidentes, casos de COC/Ribeirão Preto, Universo (Unitri/Uberlândia, Ajax e Universo/Brasília) e Londrina, que apóiam Grego, explicarão ao Mão Santa os motivos para abandonar a NLB e unificar de vez o Nacional.


“A NLB tem o direito de entrar na Justiça”, responde CBB


Rio de Janeiro (RJ) - A assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Basquete disse à GE.Net nesta quinta-feira que a entidade não está preocupada com a possibilidade da Nossa Liga de Basquete (NLB), criada e presidida por Oscar Schmidt, entrar no Superior Tribunal de Justiça Desportiva pedindo o afastamento do presidente Gerasime Bozikis, baseada na possibilidade da CBB estar desrespeitando o Estatuto do Torcedor, caso lance o 17º Campeonato Nacional de Basquete com 18 equipes.
“Isso não existe, mas se a NLB quer entrar na Justiça, ela tem o direito de fazê-lo”, comentou a assessoria da CBB, que reafirmou o compromisso da entidade em realizar o próximo campeonato Nacional de Basquete: “Vai haver a competição, não importando quantos times vão participar”.

Ainda de acordo com a Confederação nada impede de o regulamento ser alterado de um ano para o outro: “O regulamento pode ser mudado de acordo com a necessidade dos clubes. Não somos nós quem decidimos isso. Além do mais, houve times filiados à NLB que estiveram na nossa reunião de terça-feira e que concordaram com o que foi decidido lá”.

Para finalizar, a entidade deu um recado bem claro ao grupo presidido pelo ex-jogador Oscar Schimidt: “A CBB faz basquete, não faz política. Não queremos saber de confusão. Se a NLB quer confusão, então ela não quer fazer basquete”.


Fonte: Gazeta Esportiva

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