sexta-feira, 29 de abril de 2005

Decadência e Mundiais de 2006 são os desafios mais urgentes
Da Redação Em São Paulo


Sem conquistar um resultado internacional expressivo nos últimos quatro anos - a última boa lembrança foi a medalha de bronze do time feminino em Sdyney-2000 -, o basquete brasileiro já se prepara para o pior no futuro próximo.


Nenê: indignação com má gestão do basquete pode afastá-lo da seleçãoEm agosto deste ano, na Copa América da República Dominincana, a seleção masculina tenta uma vaga no Mundial do Japão, em 2006. Quatro das dez seleções participantes se classificam para o torneio, sendo que a Argentina, atual campeã olímpica, já tem vaga assegurada. Parece barbada, mas não é. Maior estrela do basquete brasileiro na atualidade, o ala-pivô Nenê, do Denver Nuggets, afirmou recentemente que não vai defender a seleção enquanto continuar a má administração do esporte no país. "Meus comentários nunca foram dirigidos ao Grego. Foram para a administração do basquete nacional. Estou acompanhando as eleições. Espero que meus comentários ajudem o esporte no país a ter um futuro melhor. Converso com vários atletas, e todos concordam com a minha posição", esclareceu o jogador em entrevista à Folha de S.Paulo nesta semana.Oitava colocada no último Mundial (foi 10ª e 11ª nas duas edições anteriores), a seleção masculina ficou de fora das duas últimas edições dos Jogos Olímpicos. Se não tiver seu principal jogador, e também os que ficarem ao lado dele, terá muitas dificuldades para conseguir sua vaga. O Brasil está no grupo A, ao lado de Venezuela, EUA, Panamá e Canadá."Não tenho a menor dúvida (que Nenê vai jogar). Temos contatos ótimos com o agente dele, já temos pessoas gabartidas para isso. Como não temos nada a ver com a atual administração da CBB, estaremos atendendo o que ele quer se vencermos", afirmou o candidato da oposição, Hélio Barbosa. Segundo ele, em caso de vitória de sua candidatura, não haverá problemas para reunir os melhores jogadores disponíveis para o torneio de agosto. "A Argentina faz isso com tranquilidade, negocia a liberação de seus jogadores sem problemas, o que precisamos é ter competência para administrar isso", disse. No feminino, a preocupação é outra. Sede do campeonato, o Brasil pouco ou nada fez para organizar o evento até agora. Além disso, com a Janeth cada vez mais próxima da aposentadoria e os clubes nacionais à beira da falência, as perspectivas sobre a participação do time nacional não são as melhores.


Aos 36 anos, Janeth ainda é o grande nome da seleção brasileira femininaSétimo colocado em 2002, o Brasil precisará correr muito para recuperar o tempo perdido e fazer um bom papel no ano que vem. "Não temos nada ainda de contato com jogadoras, de esforço para organização do Mundial, os times femininos acabaram quase todos", lamentou Barbosa. Seu parceiro de chapa, o ex-técnico José Medalha, diz que solucionar os problemas mais urgentes das seleções serão prioridade em caso de vitória da oposição. "Temos um plano emergencial para coisas que precisam ser resolvidas de imediato. Temos um Mundial às portas em que nada foi feito ainda. Tem toda a questão de jogadores que atuam no exterior e não querem defender a seleção. Tem o final do Nacional com as equipes fazendo viagem de ônibus, tudo isso precisa ser resolvido o mais rápido possível", afirmou.

Fonte: UOL Esportes

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