Iate Clube fecha time masculino e sofre para se manter no Nacional
Vicente Toledo Jr.
Em São Paulo
O Iate Clube Rio das Ostras anunciou nesta terça-feira o encerramento das atividades da equipe masculina de basquete, que disputava o Campeonato Estadual do Rio de Janeiro.
O clube, único representante fluminense no Nacional feminino, ainda luta com dificuldades para manter sua equipe feminina na disputa até o final da competição.
A decisão de abandonar o Estadual masculino foi tomada depois de o Flamengo rejeitar uma proposta de parceria elaborada para tentar salvar o time do litoral norte, que ficou sem dinheiro para manter suas atividades após ver fracassadas todas as negociações com possíveis patrocinadores.
"O Márcio Braga não aceitou fazer a parceria, e o time acabou. Vamos todos para casa. Todos desempregados, endividados e muito tristes", lamentou o técnico Miguel Palmier.
Com isso, a partida entre Iate Clube Rio das Ostras e UFRJ, que estava marcada para as 20h30 desta terça-feira, no centro esportivo Miécimo da Silva, foi cancelada.
O superintendente da Federação de Basquete do Estado do Rio de Janeiro (FBERJ), Guilherme Kroll, confirmou a desistência da equipe.
"Está confirmado, Rio das Ostras deixou o campeonato. Ainda temos que consultar o departamento jurídico, mas provavelmente todos os jogos da equipe serão considerados vitórias dos adversários, por 20 a 0, para que ninguém seja prejudicado na competição", afirmou o dirigente.
O problema do clube começou quando a idealizadora do projeto do basquete na cidade, Kátia Meschese, não cumpriu os compromissos assumidos no início da temporada.
Alegando ter propostas de patrocínio de grandes empresas, Kátia convidou jogadores e profissionais para trabalhar em Rio das Ostras.
"Ela nos fez o convite para vir até aqui falando que tinha dinheiro de grandes empresas. Disse que era um projeto a longo prazo. Mas aos poucos tudo isso foi caindo. Quando ela não pagou o primeiro restaurante em que comíamos, começamos a desconfiar", contou Palmier.
A empresária não conseguiu concretizar nenhuma das negociações que afirmava conduzir, o que acabou inviabilizando a sobrevivência da equipe. Os integrantes da equipe masculina não recebem salários desde o início de outubro. Pior que isso, precisaram de favores de comerciantes e empresários locais para sobreviver nesses dias.
"Foram 4 ou 5 restaurantes e 3 ou 4 pousadas lesadas, além da gente aqui que está sem receber. Fomos humilhados aqui, sobrevivemos pedindo favor para termos onde dormir e o que comer", disse o treinador.
Kátia Marchese prestou depoimento na polícia na última segunda-feira e vai responder a um processo na Justiça movido pelo Iate Clube e pelo proprietário de um dos hotéis em que os jogadores ficaram hospedados.
Flamengo pula fora
Na tentativa de evitar o fim da equipe, dirigentes do Iate Clube de Rio das Ostras e da FBERJ buscaram uma parceria com o Flamengo.
A idéia era que o clube rubro-negro assumisse o "patrocínio" da equipe e voltasse a disputar o Estadual, do qual é o atual campeão.
Envolvido com a crise do futebol, que luta para se manter na primeira divisão do Campeonato Brasileiro, o Flamengo não aceitou a parceria.
"O presidente Márcio Braga não pode ficar pensando em basquete agora. O Flamengo não vive de basquete, vive de futebol, agora tem mais é que se preocupar em salvar o time da segunda divisão", comentou Palmier.
Feminino na corda bamba
Segundo Kroll, o esforço agora é para manter a equipe feminina em atividade até o final da primeira fase do Nacional, previsto para o dia 12 de dezembro.
O Iate Clube de Rio das Ostras é o lanterna da competição, com uma vitória e sete derrotas, e não deve se classificar para os playoffs.
"Rio das Ostras está reunida para salvar o feminino, que vai continuar no Campeonato Nacional até o fim", disse o dirigente. As jogadoras, entre elas a pivô Marta Sobral, medalhista olímpica com a seleção brasileira, também têm salários atrasados.
Em protesto, três delas - Edjane , Renata e Fabiana - não viajaram para a última partida, contra Juiz de Fora, no domingo. "Vou tentar fazer com que o prefeito eleito segure a parte de alimentação e o hotel para os seis jogos que restam", disse Kroll.
Fonte: UOL
Vicente Toledo Jr.
Em São Paulo
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O clube, único representante fluminense no Nacional feminino, ainda luta com dificuldades para manter sua equipe feminina na disputa até o final da competição.
A decisão de abandonar o Estadual masculino foi tomada depois de o Flamengo rejeitar uma proposta de parceria elaborada para tentar salvar o time do litoral norte, que ficou sem dinheiro para manter suas atividades após ver fracassadas todas as negociações com possíveis patrocinadores.
"O Márcio Braga não aceitou fazer a parceria, e o time acabou. Vamos todos para casa. Todos desempregados, endividados e muito tristes", lamentou o técnico Miguel Palmier.
Com isso, a partida entre Iate Clube Rio das Ostras e UFRJ, que estava marcada para as 20h30 desta terça-feira, no centro esportivo Miécimo da Silva, foi cancelada.
O superintendente da Federação de Basquete do Estado do Rio de Janeiro (FBERJ), Guilherme Kroll, confirmou a desistência da equipe.
"Está confirmado, Rio das Ostras deixou o campeonato. Ainda temos que consultar o departamento jurídico, mas provavelmente todos os jogos da equipe serão considerados vitórias dos adversários, por 20 a 0, para que ninguém seja prejudicado na competição", afirmou o dirigente.
O problema do clube começou quando a idealizadora do projeto do basquete na cidade, Kátia Meschese, não cumpriu os compromissos assumidos no início da temporada.
Alegando ter propostas de patrocínio de grandes empresas, Kátia convidou jogadores e profissionais para trabalhar em Rio das Ostras.
"Ela nos fez o convite para vir até aqui falando que tinha dinheiro de grandes empresas. Disse que era um projeto a longo prazo. Mas aos poucos tudo isso foi caindo. Quando ela não pagou o primeiro restaurante em que comíamos, começamos a desconfiar", contou Palmier.
A empresária não conseguiu concretizar nenhuma das negociações que afirmava conduzir, o que acabou inviabilizando a sobrevivência da equipe. Os integrantes da equipe masculina não recebem salários desde o início de outubro. Pior que isso, precisaram de favores de comerciantes e empresários locais para sobreviver nesses dias.
"Foram 4 ou 5 restaurantes e 3 ou 4 pousadas lesadas, além da gente aqui que está sem receber. Fomos humilhados aqui, sobrevivemos pedindo favor para termos onde dormir e o que comer", disse o treinador.
Kátia Marchese prestou depoimento na polícia na última segunda-feira e vai responder a um processo na Justiça movido pelo Iate Clube e pelo proprietário de um dos hotéis em que os jogadores ficaram hospedados.
Flamengo pula fora
Na tentativa de evitar o fim da equipe, dirigentes do Iate Clube de Rio das Ostras e da FBERJ buscaram uma parceria com o Flamengo.
A idéia era que o clube rubro-negro assumisse o "patrocínio" da equipe e voltasse a disputar o Estadual, do qual é o atual campeão.
Envolvido com a crise do futebol, que luta para se manter na primeira divisão do Campeonato Brasileiro, o Flamengo não aceitou a parceria.
"O presidente Márcio Braga não pode ficar pensando em basquete agora. O Flamengo não vive de basquete, vive de futebol, agora tem mais é que se preocupar em salvar o time da segunda divisão", comentou Palmier.
Feminino na corda bamba
Segundo Kroll, o esforço agora é para manter a equipe feminina em atividade até o final da primeira fase do Nacional, previsto para o dia 12 de dezembro.
O Iate Clube de Rio das Ostras é o lanterna da competição, com uma vitória e sete derrotas, e não deve se classificar para os playoffs.
"Rio das Ostras está reunida para salvar o feminino, que vai continuar no Campeonato Nacional até o fim", disse o dirigente. As jogadoras, entre elas a pivô Marta Sobral, medalhista olímpica com a seleção brasileira, também têm salários atrasados.
Em protesto, três delas - Edjane , Renata e Fabiana - não viajaram para a última partida, contra Juiz de Fora, no domingo. "Vou tentar fazer com que o prefeito eleito segure a parte de alimentação e o hotel para os seis jogos que restam", disse Kroll.
Fonte: UOL
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