Times buscam reforços, porém, com seleção na Europa, só Janeth é opção
Nacional abre cofres, mas não encontra mão-de-obra
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O grande dilema para as equipes que começam a disputar o Nacional feminino, a partir do dia 24, tem sido a contratação de reforços. Com quase toda a seleção brasileira atuando no exterior, as opções ficaram praticamente restritas a uma estrela solitária.
"Das grandes jogadoras, apenas a Janeth vai ficar no Brasil. E por opção. O time que conseguir contratá-la terá um diferencial no torneio", crê Marcos Vilela, diretor de basquete do São Paulo, que mantém parceria com o Guaru.
A ala, principal nome da seleção e recordista de pontos do torneio olímpico feminino, ainda não definiu qual time irá defender -São Paulo-Guaru, Ourinhos e Juiz de Fora estão na disputa por ela.
"Estamos conversando com todos, mas a definição só deve acontecer no final do mês. Acredito que ela não jogue nas primeiras rodadas do Nacional", conta Karine Batista, agente da jogadora.
Do time que ficou em quarto lugar nos Jogos de Atenas, apenas mais três atletas permanecem no país: Karla, Vivian e Sílvia Gustavo. Todas freqüentaram o banco de reservas na Olimpíada.
Sílvia passou por cirurgia no joelho direito no mês passado e nem deve atuar neste Nacional.
"Não há ninguém disponível. Quem contratar?", questiona Nelson Luz, supervisor técnico do Uberaba, que trouxe duas norte-americanas de segundo nível, a ala-pivô Aja Brown e a pivô Lynetta Sullivan. A dupla teve passagem em ligas menores da Europa (Grécia e Romênia).
"Quem tem mais de 1,90 m não fica no Brasil. Temos meninas mais novas, com essa estatura, mas que ainda não estão preparadas para assumir um lugar no time titular", lamenta Luz.
Em levantamento informal, o dirigente totalizou 34 atletas no exterior, desde figuras importantes da seleção adulta, como Alessandra, Adrianinha e Iziane, até revelações, como Grazi.
A Confederação Brasileira de Basquete tem número mais modesto. Segundo a entidade, 28 competidoras estão fora do país.
Os números, porém, não são conflitantes. As atletas que estão no basquete universitário norte-americano não precisam pedir transferência na CBB. Por isso, a confederação não tem como contabilizar quantas estão nos EUA.
Por enquanto, os únicos times que não sofreram com o esvaziamento do basquete nacional foram Americana e Ourinhos.
Atual campeão nacional, o time do técnico Paulo Bassul nem entrou na disputa por Janeth. A equipe perdeu a ala-armadora Claudinha, a ala-pivô Grazi e a ala espanhola Valdemoro, que disputaram o classificatório da Copa do Mundo de clubes, em junho.
Sílvia Gustavo e Jacqueline estão fora do grupo por causa de lesões. Para compensar, a equipe contratou a ala Cíntia Luz.
Sem grandes expectativas, o time estréia hoje, contra o Cathay Life Insurance (Taiwan), na Copa do Mundo de clubes, em Samara (Rússia). "Não estabelecemos nem piso nem teto para esse torneio por vários motivos. Sabemos que teremos muitas dificuldades por enfrentar os principais times do mundo", explica Bassul, cuja equipe também pegará, pelo Grupo A da competição, o Lotos Clima (Polônia) e o Samara.
Se é azarão na Copa do Mundo, o treinador do Americana sabe que seu time é um dos favoritos no Nacional, já que conta com Geisa, Lílian, Cristina e Ega, todas com passagem pela seleção.
Já o Ourinhos, campeão paulista, não deve ir atrás de ninguém, caso não consiga Janeth. "Falei para a diretoria que só ela interessa. Nosso grupo está junto há um ano", diz o técnico Antonio Carlos Vendramini. "Soube que o Juiz de Fora está com uma boa verba. Mas isso não adianta nada. Eles têm dinheiro, mas não têm com quem gastá-lo", completa.
Rio ganha um representante de última hora
DA REPORTAGEM LOCAL
De última hora, o Nacional ganhou um representante do Rio de Janeiro e perdeu seu clube de Santa Catarina. Com isso, o torneio terá times de três Estados: Rio, São Paulo e Minas.
"Nosso projeto começou a ser montado há um ano. Mas só agora pudemos implantá-lo", conta Kátia Meschesi, diretora de basquete do Iate Clube, de Rio das Ostras, que não conta com ajuda da prefeitura.
"Temos um grupo de patrocinadores. Como houve eleição, o prefeito atual não tinha condições de firmar um novo compromisso. E o prefeito eleito não pode assinar nada até o fim do ano", conta Meschesi.
Para treinar a equipe, que não conta com grandes estrelas, a diretoria contratou Alexandre Cato, técnico que foi campeão nacional com o São Paulo-Guaru há dois anos.
"Estamos próximos de Macaé e Campos [que disputam o Estadual masculino do Rio] e também queremos estar na elite do basquete", afirma ela.
Santa Catarina, por sua vez, fica ausente pela primeira vez. Lages, que disputou as duas últimas edições, não jogará neste ano. São Paulo terá a maioria dos clubes: Americana, Ourinhos, Santo André, São Caetano, São Paulo-Guaru e Suzano estão na disputa.(ALF)
Nacional abre cofres, mas não encontra mão-de-obra
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O grande dilema para as equipes que começam a disputar o Nacional feminino, a partir do dia 24, tem sido a contratação de reforços. Com quase toda a seleção brasileira atuando no exterior, as opções ficaram praticamente restritas a uma estrela solitária.
"Das grandes jogadoras, apenas a Janeth vai ficar no Brasil. E por opção. O time que conseguir contratá-la terá um diferencial no torneio", crê Marcos Vilela, diretor de basquete do São Paulo, que mantém parceria com o Guaru.
A ala, principal nome da seleção e recordista de pontos do torneio olímpico feminino, ainda não definiu qual time irá defender -São Paulo-Guaru, Ourinhos e Juiz de Fora estão na disputa por ela.
"Estamos conversando com todos, mas a definição só deve acontecer no final do mês. Acredito que ela não jogue nas primeiras rodadas do Nacional", conta Karine Batista, agente da jogadora.
Do time que ficou em quarto lugar nos Jogos de Atenas, apenas mais três atletas permanecem no país: Karla, Vivian e Sílvia Gustavo. Todas freqüentaram o banco de reservas na Olimpíada.
Sílvia passou por cirurgia no joelho direito no mês passado e nem deve atuar neste Nacional.
"Não há ninguém disponível. Quem contratar?", questiona Nelson Luz, supervisor técnico do Uberaba, que trouxe duas norte-americanas de segundo nível, a ala-pivô Aja Brown e a pivô Lynetta Sullivan. A dupla teve passagem em ligas menores da Europa (Grécia e Romênia).
"Quem tem mais de 1,90 m não fica no Brasil. Temos meninas mais novas, com essa estatura, mas que ainda não estão preparadas para assumir um lugar no time titular", lamenta Luz.
Em levantamento informal, o dirigente totalizou 34 atletas no exterior, desde figuras importantes da seleção adulta, como Alessandra, Adrianinha e Iziane, até revelações, como Grazi.
A Confederação Brasileira de Basquete tem número mais modesto. Segundo a entidade, 28 competidoras estão fora do país.
Os números, porém, não são conflitantes. As atletas que estão no basquete universitário norte-americano não precisam pedir transferência na CBB. Por isso, a confederação não tem como contabilizar quantas estão nos EUA.
Por enquanto, os únicos times que não sofreram com o esvaziamento do basquete nacional foram Americana e Ourinhos.
Atual campeão nacional, o time do técnico Paulo Bassul nem entrou na disputa por Janeth. A equipe perdeu a ala-armadora Claudinha, a ala-pivô Grazi e a ala espanhola Valdemoro, que disputaram o classificatório da Copa do Mundo de clubes, em junho.
Sílvia Gustavo e Jacqueline estão fora do grupo por causa de lesões. Para compensar, a equipe contratou a ala Cíntia Luz.
Sem grandes expectativas, o time estréia hoje, contra o Cathay Life Insurance (Taiwan), na Copa do Mundo de clubes, em Samara (Rússia). "Não estabelecemos nem piso nem teto para esse torneio por vários motivos. Sabemos que teremos muitas dificuldades por enfrentar os principais times do mundo", explica Bassul, cuja equipe também pegará, pelo Grupo A da competição, o Lotos Clima (Polônia) e o Samara.
Se é azarão na Copa do Mundo, o treinador do Americana sabe que seu time é um dos favoritos no Nacional, já que conta com Geisa, Lílian, Cristina e Ega, todas com passagem pela seleção.
Já o Ourinhos, campeão paulista, não deve ir atrás de ninguém, caso não consiga Janeth. "Falei para a diretoria que só ela interessa. Nosso grupo está junto há um ano", diz o técnico Antonio Carlos Vendramini. "Soube que o Juiz de Fora está com uma boa verba. Mas isso não adianta nada. Eles têm dinheiro, mas não têm com quem gastá-lo", completa.
Rio ganha um representante de última hora
DA REPORTAGEM LOCAL
De última hora, o Nacional ganhou um representante do Rio de Janeiro e perdeu seu clube de Santa Catarina. Com isso, o torneio terá times de três Estados: Rio, São Paulo e Minas.
"Nosso projeto começou a ser montado há um ano. Mas só agora pudemos implantá-lo", conta Kátia Meschesi, diretora de basquete do Iate Clube, de Rio das Ostras, que não conta com ajuda da prefeitura.
"Temos um grupo de patrocinadores. Como houve eleição, o prefeito atual não tinha condições de firmar um novo compromisso. E o prefeito eleito não pode assinar nada até o fim do ano", conta Meschesi.
Para treinar a equipe, que não conta com grandes estrelas, a diretoria contratou Alexandre Cato, técnico que foi campeão nacional com o São Paulo-Guaru há dois anos.
"Estamos próximos de Macaé e Campos [que disputam o Estadual masculino do Rio] e também queremos estar na elite do basquete", afirma ela.
Santa Catarina, por sua vez, fica ausente pela primeira vez. Lages, que disputou as duas últimas edições, não jogará neste ano. São Paulo terá a maioria dos clubes: Americana, Ourinhos, Santo André, São Caetano, São Paulo-Guaru e Suzano estão na disputa.(ALF)
Fonte: Folha de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário