sábado, 28 de agosto de 2004

BRASIL TERMINA EM 4º LUGAR NA OLIMPÍADA DE ATENAS

Atenas / Grécia – Na disputa da medalha de bronze do torneio feminino dos Jogos Olímpicos de Atenas, a Rússia ganhou do Brasil por 71 a 62 (32 a 32 no primeiro tempo). As cestinhas foram as alas brasileiras Iziane e Janeth, com 16 e 15 pontos, respectivamente. Os Estados Unidos venceram a Austrália por 74 a 63 (29 a 26 no primeiro tempo) e garantiram a medalha de ouro. A delegação do Brasil retorna ao país nesta segunda-feira (4h40), desembarcando no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo (Alitalia 672). Em seguida, a CBB irá oferecer um café da manhã para as jogadoras, seus familiares e a imprensa no restaurante The Collection (Piso Mezanino – Terminal 1). Às 14 horas, toda a equipe será homenageada pela ELETROBRÁS na sede da empresa no Rio de Janeiro (praia do Flamengo nº 66).

— Queríamos a medalha de ouro, mas infelizmente não deu. Fizemos uma preparação boa e conhecíamos bem as equipes européias e asiáticas. Mas as outras seleções também estavam preparadas para disputar os Jogos Olímpicos. Hoje não estávamos 100%, tivemos um baixo aproveitamento nos arremessos e demos várias segundas chances no ataque para elas. Foi uma competição difícil, as seleções que participaram estão na elite do basquete mundial e o Brasil se mantém entre as quatro melhores. O que separa os finalistas são pequenos detalhes. O basquete feminino merece mais atenção, continuar com os incentivos e fortalecer a base para ampliar o número de atletas. Para o Mundial 2006, tudo vai depender da minha condição física no momento para continuar ajudando a seleção brasileira. Não vou para os Estados Unidos, dispensei uma proposta do Houston Comets para jogar os playoffs, pois preciso descansar. Vou disputar o Nacional que começa em outubro, mas ainda não acertei com nenhuma equipe — analisou a ala Janeth, recordista olímpica de pontos.

— Foi frustrante por não conseguir uma medalha, mas a equipe teve méritos e manteve o Brasil entre as quatro melhores seleções do mundo. Tivemos uma boa atuação, ficamos na frente a maior parte do jogo, mas perdemos o foco nos sete minutos finais. A Rússia é uma grande equipe, sendo vice-campeã mundial por duas vezes (1998 e 2002). As russas são frias e maduras, foram muito felizes nas finalizações e souberam vencer a partida. Nossas pivôs trabalharam bem, mas nós erramos muitos arremessos de dois. Entre essas duas seleções tudo poderia acontecer. Acho que só deveríamos buscar erros se não tivéssemos nos classificado para a Olimpíada ou se não ficássemos entre os melhores. Apesar das dificuldades que enfrentamos, o basquete feminino continua na elite. Temos uma geração vice-campeã mundial Sub-21. Já iniciamos o planejamento para o Mundial de 2006 — explicou o técnico Antonio Carlos Barbosa.

— Fico decepcionada por não termos conquistado uma medalha, mas não acho que seja um fracasso ficar em quarto lugar. Muitas seleções fortes disputaram a Olimpíada e nós ficamos no topo, entre as quatro melhores do mundo. Estar nos Jogos Olímpicos é mérito do país e das jogadoras que conseguiram a classificação. Ainda não sei sobre o meu futuro na seleção brasileira. Gostaria muito de ajudar o Brasil no Campeonato Mundial de 2006, mas prefiro esperar um pouco — disse a pivô Alessandra, medalha de prata em Atlanta (1996) e bronze em Sydney (2000).

— Não gosto de perder, ainda mais uma medalha olímpica. Estou triste com a classificação final, mas tenho consciência de que o grupo fez de tudo em busca do melhor resultado. A medalha de bronze ficou para a seleção que errou menos. Nós perdemos o jogo no último quarto. No Mundial da China (2002), terminamos em sétimo lugar e agora voltamos a ficar entre as quatro melhores equipes do mundo — comentou a ala Iziane.

— Jogamos bem os três primeiros períodos bem e perdemos a partida nos últimos seis minutos, nos detalhes. A CBB se empenhou ao máximo e fizemos uma boa preparação. Trabalhamos muito nesses três meses e não tem explicação para a derrota. Vamos refletir e analisar pensando no Mundial de 2006, que será no Brasil. Ficar entre as quatro melhores seleções do mundo é motivo de orgulho — explicou a armadora Adrianinha.

— A CBB vai dar continuidade ao trabalho iniciado em junho de 1997, quando assumimos a entidade. Nesses sete anos, mantivemos o basquete feminino entre as quatro melhores seleções do mundo e iniciamos um trabalho de renovação no masculino. Já fizemos contato com vários países visando a preparação das seleções adultas para os Campeonatos Mundiais de 2006. No próximo ano, antes da Copa América — Pré-Mundial, iremos disputar amistosos contra as principais forças do basquete. Hoje, temos cinco brasileiros na NBA e muitos outros atuando na Europa. Isso é o resultado do investimento que a CBB faz nas categorias de base, através de clínicas e dos campeonatos brasileiros. A seleção feminina está na elite do basquete mundial e a masculina voltará a ficar entre as melhores do mundo — afirmou o presidente da CBB, Gerasime Grego Bozikis.

BRASIL (20 + 12 + 14 + 16 = 62)
Helen (2pts), Iziane (16), Janeth (15), Cintia (8) e Alessandra (13). Depois: Kelly (0), Érika (2), Adrianinha (6) e Silvia (0). Técnico: Antonio Carlos Barbosa.

RÚSSIA (18 + 14 + 15 + 24 = 71)
Karpova (0), Rakhmatoulina (5), Baranova (7), Vodopianova (4) e Stepanova (8). Depois: Artechina (5), Osipova (4), Korstine (6), Arkhipova (11), Kalmykova (2), Gustilina (12) e Shchegoleva (7). Técnico: Vadim Kapranov.

JOGOS OLÍMPICOS DE ATENAS
Terça-feira (dia 24)
Disputa de 11º e 12º lugar
Nigéria 68 x 64 Coréia
Disputa de 9º e 10º lugar
Japão 63 x 82 China

Quarta-feira (dia 25)
QUARTAS-DE-FINAL
Estados Unidos 102 x 72 Grécia
Rússia 70 x 49 República Tcheca
Espanha 63 x 67 Brasil
Austrália 94 x 55 Nova Zelândia

Sexta-feira (dia 27)
Disputa de 7º e 8º lugar – Grécia 87 x 83 Nova Zelândia
Disputa de 5º e 6º lugar – República Tcheca 79 x 68 Espanha
FASE SEMIFINAL
Estados Unidos 66 x 62 Rússia e Brasil 75 x 88 Austrália

Sábado (dia 28)
Disputa da medalha de bronze – Brasil 62 x 71 Rússia
Disputa de medalha de ouro – Austrália 63 x 74 Estados Unidos

Classificação final
1º- Estados Unidos; 2º- Austrália; 3º- Rússia; 4º- Brasil; 5º- República Tcheca; 6º- Espanha; 7º- Grécia; 8º- Nova Zelândia; 9º- China; 10º- Japão; 11º- Nigéria; 12º- Coréia.

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