sexta-feira, 13 de agosto de 2004

BRASIL ESTRÉIA NA OLIMPÍADA EM BUSCA DA MEDALHA DE OURO




Atenas / Grécia – A seleção brasileira adulta feminina de basquete, patrocinada pela Eletrobrás, estréia contra o Japão neste sábado (10h45 de Brasília) na 28ª edição dos Jogos Olímpicos, em Atenas. A primeira rodada terá ainda Austrália x Nigéria (3h), Coréia x China (5h15), Estados Unidos x Nova Zelândia (8h30), Grécia x Rússia (14h) e Espanha x República Tcheca (16h15). O Brasil está no grupo “A” e terá ainda como adversários na primeira fase a Grécia (dia 16), Rússia (18), Nigéria (20) e Austrália (22). No grupo “B” estão as seleções dos Estados Unidos, atual campeã olímpica e mundial, Espanha, China, República Tcheca, Coréia do Sul e Nova Zelândia.

Brasil e Japão se enfrentaram apenas uma vez na história das Olimpíadas, em Atlanta (1996), e as brasileiras ganharam por 100 a 80. O Brasil participa pela quarta vez consecutiva dos Jogos Olímpicos. A primeira foi em Barcelona, na Espanha (1992), quando as brasileiras terminaram em sétimo lugar. Quatro anos depois, em Atlanta, nos Estados Unidos (1996), o Brasil conquistou a medalha de prata. Em Sydney, na Austrália (2000), a seleção ganhou a de bronze. Com o segundo lugar no Campeonato Asiático, o Japão garantiu a vaga em Atenas, onde disputará sua terceira Olimpíada. A melhor colocação das japonesas foi a quinta posição em Montreal (1976).

Campeã mundial (Austrália/1994), medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta (1996) e de bronze em Sydney (2000), a ala Janeth, de 35 anos, disputa sua quarta Olimpíada em busca da inédita medalha de ouro para o basquete brasileiro.

— É gratificante estar na minha quarta Olimpíada. Me sinto muito feliz de ter acompanhado a história do basquete feminino e ter trabalhado com várias gerações. Participei da evolução da seleção brasileira nos Jogos Olímpicos e isso me deu ótimas recordações. Tenho a responsabilidade de estar bem em quadra e ajudar essa geração a manter o respeito que o basquete conquistou no cenário mundial. Temos um grupo bastante unido e vamos entrar em quadra com muita garra e vontade para fazer o melhor pelo Brasil em Atenas, melhorando a cada partida. O nosso grupo é forte, mas não podemos escolher adversários. Temos condições de sair em primeiro ou segundo da chave, jogando com confiança e determinação.

Janeth faz uma análise dos adversários do Brasil na fase de classificação.

— Para o nosso primeiro desafio, contra o Japão, devemos jogar com muita paciência e cautela. As japonesas são rápidas e têm muita precisão nos arremessos, além de errarem pouco. Acredito que será uma partida equilibrada. A Grécia veio preparada para fazer uma boa campanha e conta com o apoio da torcida. Não podemos cair na provocação das jogadoras nem do público grego. A Nigéria evoluiu e pode surpreender. Conta com seis jogadoras que jogam na liga universitária americana e duas que atuam na WNBA, mas o nível técnico cai quando precisam fazer as trocas durante o jogo. As russas são fortes fisicamente e precisas nos arremessos. Acredito que jogaremos de igual para igual com elas e que o talento brasileiro vai sobressair. A Austrália, teoricamente, deve ser o adversário mais difícil da chave. É uma ótima equipe e tem como grande arma a ala Lauren Jackson, uma jogadora espetacular, que sempre marca muitos pontos na partida. O nosso objetivo é tirar as outras atletas da partida, dificultando a armação do time.

Se na quadra a seleção brasileira conta com o talento de 12 jogadoras, no banco está a experiência do técnico Antonio Carlos Barbosa. Aos 59 anos, esse paulista de Bauru, acumula 357 jogos internacionais (259 vitórias e 98 derrotas) nos 15 anos que dirige as seleções brasileiras (cadete, juvenil e principal). Em jogos oficiais, foram 132 partidas, com 100 vitórias e 32 derrotas. A centésima vitória foi na final do Torneio Pré-Olímpico do México, em 2003, quando o Brasil venceu Cuba, garantiu o título invicto e a única vaga das Américas nos Jogos Olímpicos de Atenas.

— Minha expectativa é de tranqüilidade e confiança no trabalho, principalmente no grupo que é o ideal mesclando jogadoras novas e experientes. Temos chances de chegar a uma final. Para isso precisamos jogar bem porque o nivelamento está muito grande. Podemos ser primeiro ou oitavo colocado. A partida de estréia é sempre tensa, e traz uma ansiedade natural nas atletas das duas seleções. Mas tenho confiança na nossa equipe, que está bem preparada para a competição. Para enfrentar as japonesas, optamos por começar com um time mais baixo, com a Leila de ala/pivô, para dar mais velocidade à equipe que terá também Helen, Iziane, Janeth e Alessandra — comentou o técnico Antonio Carlos Barbosa.

De acordo com o regulamento da competição, na primeira fase, as equipes jogam entre si nos seus respectivos grupos. As quatro primeiras colocadas de cada chave se classificam para as quartas-de-final nos seguintes cruzamentos: 1º A x 4º B, 2º A x 3º B, 3º A x 2º B e 4º A x 1º B. Os vencedores das quartas-de-final disputam a semifinal e final.

PARTICIPAÇÕES OLÍMPICAS, PONTOS E JOGOS
— Adrianinha (Sydney/2000 – 2pts e 1 jogo)
— Alessandra (Atlanta/96 e Sydney/2000 – 189pts e 16 jogos)
— Cíntia (Atlanta/96 e Sydney/2000 – 78pts e 16jogos)
— Helen (Barcelona/92 e Sydney/2000 – 74pts e 8 jogos)
— Janeth (Barcelona/92, Atlanta/96 e Sydney/2000 – 391pts e 21 jogos)
— Kelly (Sydney/2000 – 17pts e 5 jogos)
— Leila (Atlanta/96 – 64pts e 8 jogos)
— Antonio Carlos Barbosa (Sydney/2000 – 8 jogos – 4v e 4d)
OBS: Erika, Iziane, Karla, Silvia e Vivian disputam a primeira Olimpíada.

BASQUETE FEMININO DO BRASIL NAS OLIMPÍADAS
1992/Barcelona – Técnica: Maria Helena Cardoso (7º lugar)
1996/Atlanta – Técnico: Miguel Angelo da Luz (medalha de prata)
2000/Sydney – Técnico: Antonio Carlos Barbosa (medalha de bronze)
Resumo: 21 jogos – 13 vitórias e 8 derrotas

JOGOS OLÍMPICOS DE ATENAS
Local: Helliniko Indoor Arena
Grupo “A”: Austrália, Brasil, Grécia, Japão, Nigéria e Rússia
Grupo “B”: China, Coréia, Espanha, Estados Unidos, Nova Zelândia e República Tcheca

1ª Rodada – Sábado (dia 14)
Austrália x Nigéria (3h), Coréia x China (5h15), Estados Unidos x Nova Zelândia (8h30), Japão x Brasil (10h45), Grécia x Rússia (14h) e Espanha x República Tcheca (16h15)

2ª Rodada – Segunda (dia 16)
Nova Zelândia x Coréia (3h), Nigéria x Japão (5h15), República Tcheca x Estados Unidos (8h30), China x Espanha (10h45), Brasil x Grécia (14h) e Rússia x Austrália (16h15)

3ª Rodada – Quarta-feira (dia 18)
China x República Tcheca (3h), Japão x Austrália (5h15), Coréia x Estados Unidos (8h30), Grécia x Nigéria (10h45), Brasil x Rússia (14h) e Espanha x Nova Zelândia (16h15)

4ª Rodada – Sexta-feira (dia 20)
Rússia x Japão (3h), Nova Zelândia x China (5h15), Estados Unidos x Espanha (8h30), República Tcheca x Coréia (10h45), Austrália x Grécia (14h) e Nigéria x Brasil (16h15).

5ª Rodada – Domingo (dia 22)
Nova Zelândia x República Tcheca (3h), Nigéria x Rússia (5h15), Brasil x Austrália (8h30), Grécia x Japão (10h45), China x Estados Unidos (14h) e Espanha x Coréia (16h15)

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