terça-feira, 15 de junho de 2004

Basquete comemora título mundial

Campeãs mundiais na Austrália, em 1994, Janeth e Paula foram homenageadas hoje junto com as companheiras daquela conquista. Janeth é a única a manter-se na seleção.

São Paulo - As referências da ala Janeth sobre a seleção brasileira de basquete são anteriores ao título mundial, ganho na Austrália, no dia 12 de junho de 1994. "O Brasil começou a ter reconhecimento internacional em 1991", afirma, referindo-se à medalha de ouro do Pan-Americano de Cuba. Nesses 13 anos de pódio, Janeth é a única entre as brasileiras, com e sem Paula e Hortência, a manter-se na seleção. Amanhã inicia os treinos para a Olimpíada de Atenas, em agosto. Aos 35 anos, 1,82 m, a ala abriu mão da WNBA, a liga americana, e optou por descansar, "para chegar cem por cento na Olimpíada".

"Precisava de repouso para continuar jogando, estou mais velha. Minha prioridade é a Olimpíada. Se o Houston for ao playoff quem sabe eu jogo", observou Janeth, hoje, na festa feita, em São Paulo, pela Confederação Brasileira de Basquete para homenagear as campeãs mundiais - o Brasil foi o único País a quebrar a hegemonia de Estados Unidos e Rússia na 12.ª das 14 edições do Mundial.

Janeth foi à Olimpíada de Barcelona, em 1992 (7.º). E ganhou ouros no Pan, em 1991, e no Mundial da Austrália, em 1994. Ocupou os pódios olímpicos nos Jogos de Atlanta, em 1996 (prata) e de Sydney, em 2000 (bronze). Esteve nos Mundiais da Alemanha, em 1998 (4.º), e da China, em 2002 (7.º).

Sua experiência continua a serviço da seleção, mas Janeth garante que não se sente pressionada e nem com mais responsabilidade em Atenas. "Espero estar preparada para atuar os 40 minutos, mas a prioridade é o jogo de equipe. Posso passar segurança, confiança, mas se tiver de deixar a quadra para descansar acho que as meninas dão conta."

Hortência, operada da vesícula, não foi à festa, que teve Paula e todas as jogadoras da equipe de 1994, incluindo as pivôs Leila, Alessandra e Cíntia Tuiu, e a armadora Helen, que estão na seleção que vai à Atenas. ‘Magic’ Paula, como era chamada a armadora mais talentosa do Brasil, acha que a seleção pode ir ao pódio em Atenas, mas observa que numa campanha olímpica tudo tem de dar certo.

Também estiveram presentes à comemoração os integrantes da Comissão Técnica de 1994, todos atuando em outras áreas, por falta de empregos no basquete. Sérgio Maronezzi, assistente-técnico, e o preparador físico Hermes Ferreira Balbino seguiram carreiras acadêmicas. O técnico Miguel Ângelo da Luz, também sem clube depois que deixou o Flamengo, negocia com um time em Portugal.


Heleni Felippe

Fonte: Estadão

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