sábado, 29 de maio de 2004

Basqueteiras contratam agência de assessoria

A NOATO - Assessoria, Projetos e Promoções, do Rio de Janeiro, vem aproveitando o ano olímpico para fechar contrato com diversas jogadoras do nosso basquete.

No site da empresa, é possível ver notícias sobre Alessandra, Helen, Kelly e Iziane, que contrataram seus serviços.

Alguns destaques:

ALESSANDRA SANTOS DE OLIVEIRA

A atleta Alessandra Santos de Oliveira é destaque no basquete brasileiro e internacional. Sua carreira começou no BCN de Piracicaba (SP), mas a jogadora já atuou em clubes estrangeiros de diferentes lugares do mundo - Messina e Pool Comense, da Itália, Washington Mystics e Indiana Fever, da WNBA, SPC Ruzomberok, da Iugoslávia, Woori Bank, da Coréia, e Gysevorsi Euroleasing Sopron, da Hungria. Hoje, a jogadora tem contrato com o Umana Reyer Venezia, da Itália.

Alessandra vai integrar a seleção brasileira durante as Olimpíadas de Atenas em 2004. Com um currículo cheio de vitórias, ela já conquistou vários títulos, como o de campeã mundial em 1994, na Austrália, medalhas de prata e bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta e Sydney, respectivamente, uma medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo e o título de campeã do Torneio Pré-Olímpico das Américas, em 2003. Cada vez que entra em quadra, essa pivô de dois metros de altura mostra o seu alto nível técnico, sua experiência e seu espírito de guerreir
a.

PERFIL: ALESSANDRA SANTOS DE OLIVEIRA

Nesta entrevista, a atleta Alessandra Santos de Oliveira conta um pouco da sua experiência atuando em diferentes centros do basquete mundial e das suas expectativas para as Olimpíadas de Atenas em 2004.

1) Qual a sua expectativa para os Jogos Olímpicos de Atenas?

Minha expectativa para as Olimpíadas é muito positiva. Na minha opinião, a seleção brasileira é uma das principais candidatas a medalhas, junto com os Estados Unidos, os atuais campeões olímpicos, a Austrália e a Rússia.

2) Quais são os seus planos profissionais para depois das Olimpíadas de Atenas?

Pretendo continuar jogando na Itália durante o próximo ano.


3) Como foi sua temporada de 2004 pelo Reyer Venezia?

Foi excelente. O Reyer Venezia fez uma grande temporada em 2004. Ficamos em quarto lugar no Campeonato Italiano e fomos vice-campeãs da Copa Itália. Joguei muito bem, mantendo um bom desempenho nas competições.

4) Como foi a experiência de jogar em diversos centros do basquete internacional (WNBA, basquete europeu, basquete asiático e seleção brasileira)?

É um privilégio. Poucas jogadoras no mundo tiveram essa oportunidade de atuar em diferentes escolas de basquete. Consegui me adaptar bem aos estilos de jogo de cada lugar. Sei que algumas vezes cometi erros, mas, com o tempo, fui adquirindo experiência e consegui atingir um nível técnico muito bom.



HELEN CRISTINA SANTOS LUZ

Por mais de uma década defendendo a seleção brasileira de basquete em suas principais conquistas, a jogadora Helen Cristina Santos Luz, campeã mundial e medalhista olímpica, é atleta confirmada nas Olimpíadas de Atenas. Na temporada de 2004, atuou na Rússia pela equipe do Dynamo Novosibirsk, fazendo uma ótima campanha.

No dia 5 de maio, Helen se casou com o espanhol Octavio Lafiaccola. Eles se conheceram no ano passado, quando a armadora jogava no time Filtros Mann, em Zaragoza, na Espanha. O casal terá alguns dias de férias no Brasil antes que a armadora se apresente à seleção brasileira para começar a preparação para Atenas.


A atleta já possui vários títulos, como a medalha de bronze nas Olimpíadas de Sidney em 2000, o título de campeã mundial na Austrália em 1994, de tetracampeã sul-americana, de bicampeã da Copa América e de campeã do Torneio Pré-Olímpico das Américas, além de ter jogado durante três temporadas pelo Washington Mystics, da liga norte-americana WNBA.


PERFIL: HELEN CRISTINA SANTOS LUZ

Nesta entrevista, a jogadora de basquete Helen Luz fala sobre o bom momento que está vivendo na sua carreira e na sua vida pessoal.

1) Como foi a sua campanha pelo time Dynamo Novosibirsk na Liga Russa?

Nossa equipe disputou a semifinal da Liga Russa contra o Volgaburmash-Samara, atual campeão da Copa do Mundo de Clubes. Infelizmente, perdemos para eles nos playoffs. Mas o meu desempenho individual foi muito bom. Tive ótimas atuações durante os jogos da Liga.


2) Você vai renovar o contrato com a equipe?

Estou na Rússia há seis meses e meu contrato com o Dynamo Novosibirsk acabou no final de abril. Ainda não sei se renovarei para a próxima temporada. Tenho algumas boas propostas de times da Espanha.

3) Você vai jogar no Washington Mystics na temporada de 2004 da WNBA?

Neste ano, tudo indica que não defenderei o Washington Mystics. Mas, na temporada de 2005, pretendo voltar a jogar na WNBA.

4) Como foi o seu casamento?

Meu casamento aconteceu no dia 5 de maio em Zaragoza, a cidade do meu marido Octavio Lafiaccola. A cerimônia foi linda. Conseguimos reunir alguns amigos da Espanha e alguns amigos brasileiros que estão por lá. Foi tudo muito simples, mas muito emocionante.


5) Como você e o Octavio se conheceram?

Octavio trabalhava em Zaragoza como professor de basquete e de futebol nas categorias de base. Eu e ele nos conhecemos em uma festa de aniversario de uma amiga que, na época, jogava comigo na Espanha.

6) Você tem algumas semanas de férias antes de se apresentar à seleção brasileira. Quais são os seus planos para esse período?

Quero que o Octavio conheça o Rio de Janeiro e veja um pouco das belezas do meu país. Também pretendo organizar uma pequena reunião com a minha família, pois nenhum dos meus familiares esteve presente no meu casamento. Quando as minhas férias acabarem, o Octavio vai ter a oportunidade de me acompanhar em alguns treinos, pois vou treinar com a seleção brasileira durante um mês em São Paulo.


7) O que o seu marido está achando do Brasil?

Ele está encantado com o país. A natureza é o que mais lhe impressiona, porque na Espanha o clima e a beleza natural não são como no Brasil. A comida brasileira é uma das coisas que ele mais aprecia.

8) Qual a sua expectativa para integrar a seleção brasileira e disputar as Olimpíadas de Atenas?

Como sempre, estou cheia de vontade de me apresentar à seleção brasileira. Vestir a camisa do meu país é motivo de muito orgulho para mim. Meu desejo é conquistar mais uma medalha para o Brasil. Penso que o importante neste momento é ter garra e vontade de fazer um bom treinamento, uma boa preparação.

9) Como você analisa o momento profissional e pessoal que está vivendo?

Finalmente consegui equilibrar a minha vida de atleta com a minha vida pessoal. Estou passando por um grande momento e, por ser um ano Olímpico, tudo que estou vivendo me ajudará ainda mais a jogar o meu melhor basquetebol com a seleção brasileira. Vou disputar a minha terceira Olimpíada e quero subir ao pódio mais uma vez. Acho que não haverá nenhum tipo de problema em conciliar os treinos com a seleção e a minha nova vida de casada. Octavio é um apaixonado pelo basquete e em especial por mim. Tenho um fã em casa. Ele sabe que essa é a minha profissão e se orgulha muito disso.




IZIANE CASTRO MARQUES


Considerada uma das maiores revelações do basquete feminino, a jogadora Iziane Castro Marques tem apenas 22 anos mas já acumulou várias conquistas durante a sua carreira. Estreou na seleção brasileira adulta em 2001, com 19 anos, conquistando o título da Copa América no estado onde nasceu, o Maranhão.

Sempre com atuações de destaque, a ala-armadora disputou a liga norte-americana pelo Miami Sol e jogou na Europa, no Yaya Maria Breogán e no Salamanca, da Espanha, e no Aix Basket, time da primeira divisão da França.

Em 2004, Iziane se prepara para disputar a sua primeira Olimpíada, em Atenas, como única representante da região Norte/Nordeste na seleção brasileira de basquete. A atleta também vai participar dos eventos que antecedem a temporada da WNBA pela equipe do Phoenix Mercury, mas faz questão de garantir que a sua prioridade é ajudar o Brasil a subir ao pódio mais uma vez. Para conquistar este objetivo, a jogadora vai abrir mão da temporada regular da liga norte-americana deste ano.


PERFIL: IZIANE CASTRO MARQUES

Na entrevista abaixo, a atleta Iziane Castro Marques fala do Maranhão, a sua terra natal, e da experiência de jogar na seleção brasileira e no basquete internacional.

1) Você começou jogando basquete pelo time Beto Sport's. Como foi o início da sua carreira no Maranhão?

Comecei a jogar basquete com 12 anos, no Beto Sport's Batista. O Beto tinha uma loja de uniforme esportivo e resolveu criar um time e se federar. Como ele não tinha quadra, passou a treinar a sua equipe no Colégio Batista, onde eu estudava. Passei a jogar pelo Beto Sport's e, em 1997, participamos da Taça Brasil, em São José do Rio Preto. Foi quando recebi um convite para jogar em São Paulo. Tinha 15 anos e resolvi encarar esse desafio. Deixei a minha família e a minha terra e optei por jogar basquete.

2) Como é ser a única representante da região Norte/Nordeste na seleção brasileira?

É uma honra muito grande estar entre as principais jogadoras brasileiras. No esporte, há um monopólio de grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro, que são regiões mais desenvolvidas, onde há mais patrocínio e mais facilidade de formar atletas. Portanto, ter nascido no Maranhão e chegar à seleção brasileira é motivo de muito orgulho para mim.
3) Qual foi a emoção de conquistar o título de campeã da Copa América, em 2001, jogando pela seleção brasileira na cidade em que você nasceu?
De todos os sonhos que tive e penso em ter, posso dizer que essa foi a emoção mais forte da minha carreira. Jogar pela seleção brasileira em São Luis, no Maranhão, depois de estar tanto tempo fora de casa, vivendo em São Paulo, e ainda ser campeã, foi um momento glorioso da minha vida, que nunca vou esquecer. Foi além do que eu havia sonhado.

4) Você sente falta do Brasil e da sua terra natal - o Maranhão - quando está jogando na Europa e na WNBA?

Sim, sinto falta de tudo. Tenho saudade de escutar o nosso idioma e da comida brasileira. Gosto muito de comer e sinto falta dos pratos de que mais gosto: arroz com carne seca, vatapá, torta de camarão, pescada à escabeche e caranguejo com arroz de toucinho. Também sinto falta das festas populares do Maranhão. Gosto muito do Carnaval de São Luís, que é muito animado, e da festa de São João, com as danças de bumba-meu-boi, cacuriá e tambor de crioula. São festas que envolvem todo Estado e sinto uma imensa saudade disso tudo.

5) Qual a sua expectativa para defender o Brasil nos Jogos Olímpicos de Atenas?

Participar de uma Olimpíada é o sonho de todo atleta e sempre foi o meu. É uma consagração, é o degrau mais alto da carreira de uma jogadora. Pretendo desfrutar ao máximo esse momento, mostrando o melhor desempenho possível. Quero ajudar o Brasil a conquistar mais uma medalha olímpica. Acredito que estamos entre as três primeiras potências do mundo no basquete. As jogadoras brasileiras são reconhecidas e respeitadas internacionalmente. Todos consideram o nosso país uma das grandes forças do basquete feminino.

6) Quais são os seus planos para depois das Olimpíadas de Atenas?

Estou jogando sem parar há duas temporadas. Primeiro quero pensar exclusivamente nos Jogos Olímpicos, em fazer uma boa apresentação na competição. Depois, se tudo der certo, penso em fazer um bom contrato.

7) Como foi a sua temporada deste ano na Europa?

Joguei na Espanha, pela equipe do Perfumerías Avenida de Salamanca. Terminamos em sexto lugar no Campeonato Espanhol e fomos vice-campeãs da Copa da Rainha, classificando o time pra Eurocopa do ano que vem. Fiquei entre as cinco primeiras cestinhas do Campeonato, com média de 17,08 pontos, e fui a cestinha da Copa da Rainha.

8) Como você analisa a sua experiência na Europa e na WNBA? Como esse desafio afetou a sua vida pessoal e profissional?

Saí de casa aos 15 anos para jogar em São Paulo. Amadureci muito rápido porque tinha que resolver tudo sozinha. Fora do país, passei a lidar com novas culturas, com hábitos diferentes dos nossos. Não foi fácil, mas procurei tirar proveito dessa experiência da melhor forma possível e hoje me sinto mais forte para enfrentar a vida.

9) Quais são as principais diferenças entre a WNBA e o Campeonato Europeu?

São competições bem diferentes. Na WNBA, o jogo é mais rápido, enfatizando a força física. Na Europa, o jogo é mais cadenciado e técnico. Mas ambas as experiências me ajudaram a enriquecer o meu basquete. Sei que melhorei muito tecnicamente. Os técnicos da seleção brasileira elogiaram bastante a minha atuação no ano passado. Meu crescimento foi grande porque procuro aproveitar ao máximo essas oportunidades. Sou jovem e tenho muito que aprender.

10) Como vai ser a sua temporada na WNBA em 2004?

Estou na equipe do Phoenix Mercury, mas não tenho intenção de jogar durante toda a competição deste ano. Vou participar apenas dos eventos que antecedem a temporada de 2004 da WNBA e depois vou para o Brasil. Quero me preparar bem para os Jogos Olímpicos e vou me concentrar neste objetivo.




KELLY DA SILVA SANTOS


Fora do Brasil há três anos, a jogadora Kelly da Silva Santos, medalhista olímpica, já atuou nos principais centros do basquete internacional. Competiu durante duas temporadas na WNBA, defendendo o Detroit Shock. Na Europa, jogou na França, na equipe do Bourges Basket, e, atualmente, está na Itália, no time C.U.S. Chieti.

Em agosto de 2004, a atleta vai participar dos Jogos Olímpicos de Atenas, com o objetivo de ajudar a seleção brasileira a conquistar mais uma medalha. Além da experiência internacional que acumulou, a pivô é conhecida pela força do seu jogo e pela sua beleza. No ano passado, a jogadora foi eleita a musa dos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo.


PERFIL: KELLY DA SILVA SANTOS

Na entrevista abaixo, a atleta Kelly da Silva Santos faz uma análise da sua carreira no basquete, destacando os principais momentos e desafios.

1) Como é a experiência de jogar nos principais centros de basquete do mundo?

Já são sete anos jogando na seleção brasileira e os bons resultados me deram uma bagagem muito boa para que eu pudesse me apresentar bem em qualquer lugar do mundo. Joguei dois anos na Euroliga e fui titular. Fiz o Final Four, ficando entre as melhores jogadoras estrangeiras da Europa. A Euroliga é uma competição com 50 anos de história e de grande destaque no basquete internacional. Esse foi um momento muito importante na minha carreira.


2) Quais são as principais diferenças entre o Campeonato Europeu e WNBA?

A organização da WNBA é brilhante, dispensa comentários. Tecnicamente, o jogo é muito forte, truncado, e isso atrapalha um pouco. Uma das características principais do basquete feminino é a criatividade mas, na WNBA, o mais importante é a força física, o show, o marketing. Na Europa, existe mais liberdade para jogar e para criar.

3) Como foi a temporada de 2004 do C.U.S. Chieti?

Neste ano, o Campeonato Italiano foi disputado em duas chaves. O C.U.S. Chieti ficou num grupo muito forte e não nos classificamos para os playoffs. Infelizmente, a nossa equipe não teve grandes investimentos em 2004 e só contou com duas jogadoras com experiência em Campeonato Europeu: eu e Eva Nikova. Mas, individualmente, foi uma boa temporada. Joguei bastante, ajudei o meu time e fui um dos destaques da competição. Fui escolhida para disputar o Star Game, entre as melhores jogadoras estrangeiras.

4) Você pensa em voltar a jogar no Brasil?

Pretendo continuar durante mais um ano na Itália. Tenho propostas para voltar e sonho em jogar de novo no Brasil, mas é importante que eu fique mais uma temporada na Europa. Lá, o nível técnico é alto. As competições são fortes e isso faz o meu basquete evoluir muito.

5) O que a faz lembrar do Brasil? Do que mais sente falta?

Em primeiro lugar, sinto muita falta do calor e do sol. Também tenho saudade dos amigos, das praias.

6) Como o desafio de estar jogando fora do país desde 2001 afetou a sua vida pessoal e profissional?

A experiência de jogar fora do Brasil é muito enriquecedora. Pessoalmente, posso dizer que melhorei bastante. Na minha primeira temporada, quando saí de casa e fui para a França, aprendi a encarar e a resolver os meus problemas sozinha. Aprendi a dividir melhor o meu tempo e os meus relacionamentos dentro e fora de quadra, me dedicando aos meus compromissos, mas sempre reservando um tempo para me divertir. Hoje, tenho muito amigos que me ajudaram muito e me considero feliz por saber como me relacionar com mais facilidade. Também tenho me esforçado para aprender novos idiomas e compreender os costumes dos outros países.

7) O que achou de ter sido eleita a musa dos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo no ano passado?

Fiquei surpreendida e muito feliz. Foi muito bom, rendeu bastante. Vou colocar os jornais numa moldura para mostrar para os meus netos... (risos). Na verdade, veio em uma boa hora, numa fase em que eu precisava melhorar a minha auto-estima. Dei a volta por cima, levantei a cabeça e deu tudo certo. Esse título de musa mudou muita coisa na minha vida.

8) Qual a sua expectativa para os Jogos Olímpicos de Atenas?

Acredito que temos chance de conquistar uma medalha. A nossa chave não é tão forte (Grécia, Rússia, Nigéria e Austrália). Claro que não podemos subestimar os adversários, mas se conseguirmos ficar em 1º lugar na primeira fase da competição, será mais tranqüilo definir a nossa posição na fase seguinte. Precisamos impor o nosso basquete e manter a tranqüilidade, sabendo que temos todas as condições de subir ao pódio. Quero ajudar a seleção brasileira a ter um bom desempenho em Atenas. Pretendo usar a experiência que adquiri em todos esses anos e ser útil para o grupo, dentro e fora da quadra.






Nenhum comentário: