sexta-feira, 26 de março de 2004

Branca tenta resgatar basquete de Piracicaba


São Paulo - A ex-armadora Branca participa de um projeto que poderá resgatar a tradição de Piracicaba no basquete feminino. Branca é técnica do novo time da Associação Desportiva Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), que disputará a Liga Regional (com Araraquara, Itapira, São João da Boa Vista e Paulínia), a partir de sábado, e a série A2 no segundo semestre, com plano de chegar à divisão principal em 2005. O modelo adotado é o mesmo que a técnica Maria Helena Cardoso, hoje na Espanha, desenvolveu com sucesso na cidade até 1997, quando o BCN, patrocinador do projeto, transferiu a estrutura para Osasco.

O BCN, agora Bradesco, ainda patrocina o basquete (atualmente, nas categorias menores) em Osasco. A estrutura de Piracicaba ainda teve o apoio da Unimep, mas acabou desmontada. “O basquete ficou inativo sete anos. Em 2003, a Unimep disputou a A2. E, desde fevereiro, assumi”, comenta Branca, de 38 anos, 23 deles como jogadora – integrou as seleções brasileiras medalhas de prata no Pan-Americano de Indianápolis (1987), e na Olimpíada de Atlanta (1996).

Quando Ilda Borges, mãe de Branca e de Paula, assumiu a presidência da AD Unimep, e seu cunhado, Luiz Remunhão (que coordenava o antigo projeto) o time, a procura aumentou. “Todas meninas ligam para o Remunhão.” De uma conversa com Maria Helena Cardoso, uma das principais técnicas do Brasil, também veio a sugestão para Remunhão. “Lança a Branca.”

Nascida em Oswaldo Cruz, Branca nunca vendeu seu apartamento em Piracicaba. “É minha casa.” A família adotou a cidade no início dos anos 80. “É afeto.”

O benefício que a Unimep oferece às jogadoras é a bolsa de estudos. O estudo é um dos principais estímulos do projeto. “Daqui, saíram fisiterapeutas, especialistas em informática de renome.” O time usa o ginásio Valdemar Blatkauskas, da Prefeitura. Mas Branca afirma que o projeto da Unimep ainda busca apoio da Prefeitura, comunidade e empresários, para reviver o modelo dos anos 90, que projetou Piracicaba.

“Temos uma casa com oito atletas, as que podíamos abrigar. Haviam outras meninas com potencial, mas não pudemos ficar com todas.” Branca trouxe as pivôs Kelly e Paula Oliveira, campeãs brasileiras por Americana, que optaram por atuar na A2 e estudar, manteve cinco meninas do time do ano passado, e oito escolhidas em peneiras.

O movimento também revive o Projeto Adote – o primeiro patrocinador de Branca, a empresa de turismo Monte Alegre, já adotou Vanvan, armadora de São Carlos, de 17 anos, que escolheu o basquete inspirada em Nenê Hilário, do Denver Nuggets, da NBA.

Heleni Felippe


Fonte:
Estadão






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