terça-feira, 13 de janeiro de 2004

Ourinhos, ainda invicto, e Americana iniciam a final que pode consagrar Janeth como maior vencedora do torneio

Nacional dos recordes vê final paulista
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Absolutos desde o início do Nacional feminino, em outubro, Americana e Ourinhos começam a decidir o campeonato hoje.
Em suas campanhas até a final, as equipes não perderam nenhum jogo para os outros rivais.
O Ourinhos ostenta uma invencibilidade de 17 duelos, a maior da história do Nacional, competição criada em 1998. Já o Americana sofreu apenas duas derrotas, ambas para seu adversário na final.
O bom retrospecto pode render mais feitos históricos. Até agora, o Ourinhos tem 100% de aproveitamento e pode se tornar a primeira equipe a ser campeã sem sofrer revés. Caso fique com o título, já será o vencedor com o melhor retrospecto da história do torneio (90,9% de aproveitamento, se a série final terminar em 3 a 2).
O Americana, por outro lado, não fica tão atrás. Seu aproveitamento (88,2%) só é pior do que o do Santo André, campeão do Nacional há quatro anos (90,5%).
Para chegar lá, o passo inicial do time do técnico Paulo Bassul será superar os favoritos no primeiro jogo, que será em Americana.
"Nenhuma equipe é invencível. Elas também não são. Em nossa última partida contra o Ourinhos, no segundo turno, poderíamos ter vencido. Mas bobeamos no final", lamenta Bassul, referindo-se à dolorosa derrota por 73 a 66.
Na ocasião, seu time vencia por 57 a 49 ao final do terceiro quarto, mas deixou o Ourinhos reagir.
"Não soubemos explorar nossas melhores bolas nos momentos decisivos", diz a pivô Ega, uma titulares do time ao lado de Jacqueline, Lílian, Micaela e Geisa.
Foi a única vez que a equipe da ala Janeth esteve perto da derrota. Mesmo assim, o técnico Antonio Carlos Vendramini teme surpresas nos confrontos decisivos.
"É difícil ganhar durante todo campeonato. Mas, se fizermos a lição de casa, o título será nosso", afirma Vendramini, lembrando a vantagem de atuar três jogos no ginásio Monstrinho, em Ourinhos (na sexta, no domingo e, se necessário, na próxima quinta).
O treinador deve começar o jogo com Gattei, Silvinha, Lígia, Erika e Janeth. Essa última, aliás, pode se tornar a maior vencedora de Nacionais. A ala foi campeã em 1999 (Santo André), 2001 (Vasco) e 2002 (São Paulo-Guaru).
"Esse título iria engrandecer ainda mais o meu currículo. De todas as finais de Nacional que participei, essa é a mais importante para mim", conta Janeth.
No Americana, a única capaz de chegar a tal façanha é a pivô Kelly Cota, que atuou ao lado de Janeth em todas as suas conquistas anteriores. Hoje, pela primeira vez, as duas se enfrentarão em uma final.
"Gosto da Janeth, que me ensinou muita coisa. Mas não fiquei acompanhando ela em todos os times que ela ia. Foi coincidência termos feito essas decisões juntas. Agora, tenho que dificultar ao máximo para ela", conta Kelly, que atuou sete anos no Santo André, antes de passar por Vasco, São Paulo-Guaru e Americana.
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NA TV - Sportv, ao vivo, a partir das 19h

O PERSONAGEM

Treinador sonha com jogo e muda tática de equipe

DA REPORTAGEM LOCAL

Técnico mais premiado em Brasileiros de basquete, Antonio Carlos Vendramini, 52, pode acumular mais um troféu em sua premiada galeria. Mas, mesmo após tantas decisões, ele confessa que sofre em finais.
"Cada decisão é como se fosse a primeira. Fico tenso do mesmo jeito. Quem diz que não fica está mentindo", afirma Vendramini, que iniciou a carreira de treinador há 25 anos, dirigindo a equipe masculina de Osvaldo Cruz (SP). "Era técnico e jogador. Fiquei cansado. Resolvi ficar só no banco."
Sua primeira conquista importante já foi no feminino: a 1ª Taça Brasil, em 1984, com a Prudentina de Hortência.
Ao todo, Vendramini acumula oito título de Brasileiros, seis da antiga Taça Brasil -é o maior vencedor do torneio.
No atual Nacional, ele só esteve fora de uma final, em 2002, quando dirigiu o Dom Bosco-MS, que ficou em quinto lugar.
"Foi muito estranho não estar na decisão", admite ele.
Tanto envolvimento com o basquete já criou até situações inusitadas. "Às vezes sonho que estou dirigindo a equipe", conta o treinador, que já chegou até a alterar a tática seguida por causa desses "avisos".
"Sonho que o time está mal. Talvez seja um aviso. Deus me ilumina", diz o técnico.(ALF)

Fonte: Folha de São Paulo




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