segunda-feira, 26 de janeiro de 2004

Eu tenho tanto pra lhe falar...

Que começo de ano cheio de notícias esse!

Vamos lá tentar por a casa em ordem, que os assuntos são muitos e diversos.

Troféu Abacaxi

Assim como prometido nos últimos dias de 2003, vamos proceder a entrega do Troféu Abacaxi, como uma homenagem àqueles que se destacaram por uma péssima representação do basquete feminino no ano que se passou.



E nesse ano, dando fim ao reinado de Guilherme Kroll em 2002, premiamos ele, por coincidência (ou não?) também dirigente e também do Rio de Janeiro: Gerazime Bozikis, o Grego, aquele que conversou, conversou, conversou, mas que não fez absolutamente nada pelo basquete feminino nesse ano. Fez do Nacional um Paulista com convidados, fechou os olhos às lambanças de Barbosa no comando da seleção feminina e ignorou solenemente o feminino enquanto curtia os 15 minutos de fama do masculino no pós-Pan. Mas na hora de aparecer na foto e do patrocínio da Eletrobrás, lá estava ele, cheio de amor pra dar ao feminino. E um enigma: porque agora que temos o dinheiro da Eletrobrás, o Nacional está cada vez mais pobre?

Grego teve 39% dos votos dos visitantes do site, e foi seguido pelos técnicos Antônio Carlos Barbosa (29%), Laís Elena Aranha (17%) e pelo Ministro dos Esportes Agnelo Queiroz (13%).

Ano que vem tem mais.


Americana dá aula de basquete nas finais do Nacional

Uma beleza a surpreendente vitória de Americana no Nacional. Uma vitória da garra, da determinação e que ratifica a essência do basquete: um esporte coletivo. Extremamente concentrado no trio Janeth-Silvinha-Érika, o favoritismo de Ourinhos foi para o ralo. Janeth (25,4 pontos; 5,4 rebotes, 3,2 assistências e 3,2 recuperações) brilhou mais uma vez, mas assistiu Micaela (24 pontos, 4,8 rebotes, 2,6 assistências e 3,0 recuperações) liderar uma Americana muito mais inflamável que o adversário.

A vitória é ainda a afirmação definitiva de Paulo Bassul, que acumula vitórias espetaculares nesse último ano. Bassul soube fazer sua equipe, mais limitada, voar contra um time milionário para os atuais padrões do basquete brasileiro. Soube ainda confiar a seu banco tempo de jogo superior a 10 minutos para Sílvia, Kelly Cota e Karen; e todas responderam com eficiência; enquanto que em Ourinhos, as talentosas Aide e Cris mal chegaram aos 5.

Parabéns ao elenco de Americana e ao técnico Paulo Bassul.

E que ele leve esse pé-quente à seleção.



Made In Brazil

A temporada chega ao fim e já pipocam notícias de transferências de brasileiras para o exterior.

Fiquei feliz em especial com a confirmação da ida da talentosa armadora Karla Costa para o russo Dynamo, onde fará companhia a Helen Luz. Espero que a garota que detém o record de pontos em uma partida do Nacional (42, nas semifinais desse ano) faça bom proveito da oportunidade.



Atenas 2004


Saiu o sorteio do basquete feminino em Atenas e também aí há boas novas.

O Brasil caiu em uma chave bastante interessante. Tem três adversários que preocupam pouco: Japão, Nigéria e a anfitriã Grécia e duas pedreiras (que nós podemos quebrar) a campeã européia e vice-mundial Rússia e a vice-olímpica, a pedra no sapato Austrália.

Do outro lado, as favoritas americanas, mesmo com pouco treinamento, não devem se comprometer. Mas a disputa promete embolar entre as espanholas, comandadas pelo furor de Valdemoro, e as ascendentes tchecas. O basquete cansativo das chinesas e coreanas também está nessa chave. Fechando o bloco, para as neozelandesas resta o espírito olímpico.

Mesmo com essa ajudinha da sorte, precisamos de trabalho sério. Se arrasarmos na primeira fase, o futuro nos promete um cruzamento com uma equipe asiática (China ou Coréia), bem ao gosto do que aconteceu no fatídico Mundial da China. Caso percamos alguns jogos, teremos uma quarta-de-final provavelmente contra uma força européia (República Tcheca ou Espanha) e as americanas nos aguardam com o espeto nas semifinais.

É ver pra crer.


As Olímpicas

Aproveitando o clima olímpico, o leitor Fábio me pergunta se estariam definidas as donas do passaporte para a Grécia.

E a resposta é: SIM!

É bastante provável que o time não deva mudar muito em relação ao que conquistou o Pré-Olímpico.

Adrianinha, em bela forma na Itália, é nome certo. Assim como Janeth, sem comentários. Iziane arrasando na Espanha, igualmente confirmada. Alessandra, fazendo uma boa temporada na Itália, também está lá. Cíntia Tuiú, com menos espaço esse ano numa das equipes favoritas ao título da Euroliga, também é nome certo. Helen Luz, em espetacular forma, confirmadíssima. Micaela, cestinha do Nacional, também. Kelly, também na Itália, é outra aposta certa. Érika também tem tudo pra estar lá.

Muito perto do carimbo, está Leila, para quem basta manter o basquete apresentado desde seu retorno às quadras.

Até aí, já são dez nomes.

A décima primeira vaga tem favorita: Jacqueline, aposta reforçada ainda mais depois da sua participação conquista de Americana.

A décima segunda vaga repete a incógnita das últimas convocações. Vívian foi a dona dela nas últimas convocações. Mas sofrerá uma bela concorrência. Não se sabe se a comissão vai apostar numa reintegração de Silvinha ao grupo. Lílian também disputa a posição, junto com Mamá (muito bem na França), Êga e Geisa (bela dupla do garrafão campeão nacional) . Com menos chances, estaria alguma atleta do sub-21, talvez Flávia (já pré-convocada ano passado), Fernanda ou Graziane (bem na Itália). Menos provável ainda que a vaga sobre ao bloco nacional (Chuca, Cris, Paty, etc) ou a atletas do sub-21 que não se firmaram na seleção de prata (Tina, Palmira e Tayara), a antigas apostas de Barbosa (Zaine) ou que a vaga seja um pedido público de desculpas de Barbosa (Adriana Santos, Claudinha e Cíntia Luz).

De qualquer modo, a corrida olímpica está lançada.


Pra Terminar

Não poderia encerrar de maneira mais adequada.

Meu querido Álvaro me cobra e eu acato a sugestão: inicia-se hoje a enquete pra você dizer quão longe iremos nessa Olimpíada. Vote.

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